Dizem que as aparências enganam. Podem enganar, mas não por muito tempo. Isso porque, segundo os consultores de imagem, o exterior precisa refletir o interior, ou o jeito de ser da pessoa, para que ela se sinta bem e pareça naturalmente adaptada ao próprio estilo. Porém, um alerta: determinados “looks” podem entregar algo que se pretende esconder, mesmo quando a intenção é dar um up no visual.
“Alguns homens não aceitam o envelhecimento e fazem de tudo para parecer mais jovens”, afirma a psicóloga e consultora de imagem Sandra Carvalho. “Mas, dependendo das escolhas, o efeito pode ser justamente o contrário.”
É algo que acontece muito, por exemplo, quando eles querem camuflar a queda ou o branqueamento dos cabelos. Assim, puxá-los de um lado para o outro da cabeça para cobrir um trecho sem fios só serve para chamar ainda mais a atenção para o problema.
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“O recomendado mesmo, nesses casos, é buscar um tricologista ou terapeuta capilar para tratar essa questão”, diz a consultora de imagem Cristina Figueiredo. “Ou usar uma prótese, a qual é aplicada no couro cabeludo.”
Outra saída, segundo Cristina, é optar por um corte que seja “o mais rente possível”. Afinal, se é “dos carecas que elas gostam mais”, como diz a velha marchinha de Carnaval, é melhor “limpar a área” por completo, deixando-a mais uniforme.
Se olharmos por um viés mais cromático, muitos homens não curtem muito a cabeleira acinzentada ou branca, mas o charme pode estar justamente nela. “O cabelo grisalho indica um caráter de maturidade que é bem-vindo”, analisa Cristina.
Mas, se a escolha for mesmo pela pintura, a dica é usar os tons mais próximos do natural. “Os castanhos, por exemplo”, diz a visagista. Esqueça, então, o vermelho acaju: não há nada mais artificial do que ele para a ocasião.
Artificialidade, por sinal, é o que mais deve ser evitado, reforça Sandra Carvalho. “É preciso respeitar a atitude de cada um diante da vida”, afirma. “Não adianta forçar um visual de vanguarda em um homem cujo comportamento seja mais tradicional.”
Acessórios que dão um up no visual: use com moderação
Dessa forma, o toque de modernidade pode ser trabalhado com mais discrição nos detalhes. Caso do tipo da armação dos óculos, de acordo com Sandra. “Usar aqueles óculos ‘de farmácia’ na pontinha do nariz certamente envelhece a pessoa”, alerta. “É melhor optar por uma armação de design mais contemporâneo e que tenha mais a ver com o formato do rosto.”
Em relação às peças do vestuário, existem alguns “looks” que, a priori, não caem bem. Mesmo que não caiam de jeito nenhum. Explicando: estamos nos referindo àquelas calças que praticamente ultrapassam a barreira do umbigo, erguidas por suspensórios espetaculosos. Esse arranjo, em geral, está fora de moda.
Mas não devido aos suspensórios. Eles podem formar, segundo Cristina, um figurino bem mais atual. E, aí, o segredo está mesmo é na composição. Com jeans, tênis ou sapatênis e uma cintura mais baixa para a calça, esses acessórios se garantem e dão a seus usuários uma aparência de quem acompanha as tendências. Porém, use com moderação, uma vez que tal combinação tem sido adotada em geral pelos mais jovens, na faixa dos 20 aos 30.
E aquele lencinho de pano? Nada de errado em continuar com ele por aí, desde que não o utilize como “válvula de escape” para a coriza do resfriado.
Uma peça que andava no ostracismo e que volta a ganhar espaço é a pochete. No entanto, há ressalvas. “Ela foi revitalizada como item retrô com uma pegada mais moderna e ganhou até componentes como brilho e glitter”, afirma Cristina Figueiredo. “Mas não a vejo como muito indicada para os 50+.”
Ao ler essas dicas para estar na crista da onda em termos de estilo visual, não se esqueça daquele conselho básico: esteja atento à própria personalidade na hora de montar o “look”. “Não existe um padrão, é difícil generalizar o que é mais recomendado”, diz Cristina. “Cada caso é um caso, cada pessoa tem um comportamento que deve ser respeitado.”
E, se a opinião dos outros não é o que vai mudar a sua cabeça, dá até pra bancar um vermelho acaju nos cabelos. Vai que essa moda pega.