Aproximadamente 8,8% da população mundial tem diabetes, com maior concentração em países desenvolvidos - 75% dos casos. Porém, o que muita gente ainda desconhece é que existem diferentes tipos de diabetes.

O diabetes é um distúrbio no metabolismo do indivíduo, que causa um aumento nos níveis de glicose no sangue (hiperglicemia persistente). A classificação está associada à causa da hiperglicemia.

Para ajudar no entendimento sobre as causas da diabetes, é importante primeiro entendermos qual é o papel da insulina em todo esse processo. Produzido no pâncreas, mais precisamente nas chamadas células beta, a insulina é um hormônio que vai promover a entrada da glicose nas células-alvo.

Quando esse mecanismo apresenta uma deficiência, seja pela não produção de insulina, seja pela liberação insuficiente, acontece o diabetes. A causa varia de acordo com o tipo de diabetes.

Quais são os tipos de diabetes?

Para evitar complicações que podem ser causadas por acompanhamento/tratamento inadequados, é importante primeiramente entender mais sobre os tipos de diabetes.

Diabetes tipo 1

O Brasil ocupa a terceira posição no ranking de países com mais portadores de diabetes tipo 1. Contudo, esse tipo representa apenas 10% do total de casos de diabetes.

Causas do Diabetes Tipo 1

Condição que envolve principalmente o gene HLA, que causa a destruição das células beta pancreáticas. Em outras palavras, o organismo ataca as próprias células. Uma vez destruídas, ocorre a deficiência completa na produção de insulina.

É importante ressaltar que existem dois tipos de diabetes tipo 1: 1A e 1B. No primeiro caso, é confirmada a existência de anticorpos que combatem as células beta. Geralmente, o diagnóstico é realizado precocemente, com o indivíduo ainda criança ou adolescente. No segundo, a causa não é precisamente conhecida, e o diagnóstico é feito baseado na não existência de anticorpos contra células beta circulantes.

Sintomas e tratamento

Os sintomas variam entre a perda de peso e a cetoacidose diabética (aumento muito acentuado dos níveis de glicose, podendo causar coma ou morte do paciente). Como não há produção de insulina, não há captação de glicose. O organismo precisará gastar suas reservas energéticas, causando uma rápida perda de peso por parte do paciente.

Por não haver a produção do hormônio, o tratamento se faz com a aplicação da insulina necessária.

Diabetes tipo 2

Até 90% de todos os casos de diabetes são do tipo 2. Embora também sofra influência da carga genética, esse tipo é mais associado ao ambiente e aos hábitos de vida do paciente.

Sendo assim, os principais fatores de risco incluem:

  • sedentarismo;
  • obesidade;
  • maus hábitos alimentares.

Causas do Diabetes Tipo 2

No tipo 2, por sua vez, há produção de insulina. Porém, em quantidade insuficiente, que sofre resistência de tecidos periféricos na atuação. É justamente essa resistência que provoca, inicialmente, um quadro de hiperinsulinemia, ou seja, aumento da secreção de insulina.

Porém, as células beta pancreáticas não conseguem manter o alto desempenho. A busca por vencer a resistência sobrecarrega as células produtoras, que morrem. Além disso, o excesso de gordura central, mais concentrado nas vísceras, torna o ambiente favorável para desenvolvimento de inflamações, aumentando a deficiência na produção do hormônio.

Sintomas e tratamento

Os principais sintomas são:

  • aumento do volume urinário;
  • aumento do apetite;
  • aumento da sede.

Embora sejam mais bem definidos que no tipo 1, os sintomas do diabetes tipo 2 nem sempre são observados. Por esse motivo, é muito importante manter o acompanhamento médico e realizar exames periodicamente para detecção precoce.

Uma vez detectado o diabetes tipo 2, o tratamento é, basicamente, a complementação da insulina necessária. No entanto, é de suma importância ressaltar que ele não se limita a isso, exigindo mudança de hábitos e requerendo, principalmente, melhor alimentação e prática de atividades físicas.

Diabetes gestacional

Dependendo da população observada, a prevalência pode chegar em até 14%, sendo uma condição perigosa tanto para a mãe como para o feto, caso não seja bem tratada. O diabetes gestacional se inicia durante a gestação, não podendo ser atribuída a mulheres que já apresentavam algum tipo de diabetes.

Causas do diabetes gestacional

Assim como tem início na gestação, também termina com ela. Após o parto, os índices glicêmicos retornam aos valores considerados normais. Mas por que acontece esse aumento? A placenta em si é uma estrutura que produz substâncias hiperglicemiantes. Além disso, há aumento das enzimas que degradam a insulina. O saldo de ambas situações é o aumento da glicemia.

Sintomas e tratamento

É detectada por meio de exames de rastreio realizados durante o pré-natal. Dessa forma, é fundamental fazer o acompanhamento médico, que vai passar as orientações e condutas necessárias para uma gestação sem riscos. Uma vez feito o diagnóstico, o tratamento se baseia na mudança de hábitos. Se persistirem os níveis glicêmicos elevados, o médico pode indicar o uso de medicamentos.

Pré-diabetes

Trata-se de uma condição que não diagnostica o diabetes em si, mas indica que os níveis glicêmicos estão mais elevados do que o ideal. Nesse caso, a melhor conduta a ser adotada é a mudança de hábitos alimentares, o início de atividades físicas e o acompanhamento médico para analisar a evolução dos valores glicêmicos.

Independentemente do tipo de diabetes, é imprescindível que a pessoa com essa condição de saúde mantenha um acompanhamento médico e realize exames periodicamente para detecção acompanhamento dos seus níveis de glicose no sangue. Também é muito importante a adoção de hábitos saudáveis de vida, como a prática de exercícios físicos e uma alimentação equilibrada. 

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