Ser engenheiro foi o primeiro desejo de carreira de Odair Carpinelli, 62 anos. Mas, ainda jovem, tão logo se formou na área, outra ambição profissional veio em sua mente, a de lecionar. Tudo começou quando o paulista foi selecionado para ser monitor da faculdade. "Sempre soube que números eram meu ponto forte, mas quando comecei a ajudar os colegas, descobri que ensinar era o queria para minha vida", recorda ele sobre seu propósito de vida.
Bem-sucedido como engenheiro, o profissional recebeu uma bolsa de estudos integral da empresa que trabalhava para o curso de administração, com o objetivo de assumir a liderança. Concluiu a faculdade, mas, ainda assim, não se sentiu completo.
Somente aos 57 anos e já aposentado, Carpinelli decidiu rumar com destino a seu verdadeiro propósito de vida e se tornar professor de álgebra em uma escola particular da Grande São Paulo. Para lecionar na rede pública, também estudou matemática e pedagogia. "Recebo 20% do que ganharia como engenheiro, mas encontrei meu propósito de vida e sou feliz", avalia ele, que dá aulas para os ensinos fundamental e médio.
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Segundo o coach Ricardo Resstel, a segunda – ou a terceira – carreira é uma grande oportunidade para o profissional mudar sua trajetória e finalmente fazer o que ama. "Muitas vezes, a própria profissão é um meio que o encaminha para seu objetivo", analisa.
O especialista afirma que é preciso quebrar paradigmas para perseguir as próprias metas. Muitas vezes isso significa deixar um emprego estável para se aventurar em uma área totalmente nova. "Uma dica para quem tem medo de se decepcionar é acompanhar o trabalho de um profissional do segmento cobiçado e listar os prós e contras daquela função."
Despertar da mudança
Tomar a decisão, ainda assim, não é fácil. O limite que separa a primeira carreira da segunda é tênue, mas encontrar a melhor fase para essa mudança exige apenas reflexão. O engenheiro Carpinelli, por exemplo, decidiu se aposentar antes de se tornar professor.
"É preciso levar em consideração as finanças pessoais e avaliar o momento em que a família vive. Uma nova profissão pode representar uma redução representativa no rendimento mensal", exemplifica Cristiane Santos, diretora da consultoria Esternare.
De qualquer maneira, a coach afirma ser possível encaixar atividades mais prazerosas no dia a dia aos poucos, como um hobby. "Atividades simples que trazem alegria ao profissional, como pintar quadros, podem ser transformadas em uma nova carreira. É possível fazer dinheiro com o que gosta como funcionário ou como empreendedor", indica.
E se ainda existe dúvida sobre qual trabalho pode complementar sua essência, ser seu propósito de vida, uma pergunta simples traz a resposta quase imediatamente: "O que você faria de graça, por puro prazer?"
Com a solução na ponta da língua, liste suas metas e lembre-se que não existem limites para conquistar uma vida plena e feliz, tanto na vida pessoal quanto na profissional.
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