Você pode ainda não ter instalado em seu celular, mas certamente já ouviu falar de banco digital. Não tem agência e nem um gerente responsável pela conta. Em contrapartida, oferece isenção de mensalidade, transferências sem taxa e, muitas vezes, cartão de crédito sem anuidade.
Mas será que são confiáveis? Dá para deixar o dinheiro lá sem medo? E se houver algum problema que precise do atendimento presencial? Para responder essas e outras dúvidas, o portal do Instituto de Longevidade consultou o professor do curso de ciências contábeis da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) André Gobette Santana, especialista e consultor em finanças e controladoria; e Dario Lemes, consultor da Contábil Hub.
Perguntas e respostas sobre banco digital
Banco digital é seguro?
Antes de responder essa pergunta, você tem que saber o que é FGC, ou Fundo Garantidor de Créditos. Trata-se de uma regulação do Banco Central, um mecanismo para mitigar o risco dos cidadãos que possuem capital investido nas instituições financeiras no país, “no sentido de protegê-los contra eventual falência” delas, segundo Santana.
Criado na década de 1990, ele funciona como uma proteção a titulares de créditos em instituições financeiras, no valor de até R$ 250.000 por titular e instituição bancária. Estão protegidos saldo em conta corrente, aplicações como CDB, LCA e LCI e poupança, caso algo aconteça com o banco. O limite é de R$ 1 milhão por investidor, sendo que o investidor terá protegidos até R$ 250.000 por instituição.
Agora a resposta à pergunta acima: nem todas as contas digitais têm essa cobertura. “Mesmo estando sob a regulação do Banco Central, algumas fintechs não necessariamente integram o FGC”, diz Santana. É possível verificar se o banco digital é associado no site do FGC.
Em termos de tecnologia, são protegidos?
Os bancos digitais normalmente possuem vários níveis de segurança, a fim de proteger o patrimônio de seus clientes. “O risco em um banco digital existe tanto quanto em um banco tradicional, olhando pelo ângulo operacional, como transferências, saques e outras transações”, esclarece Lemes.
Que vantagens o banco digital oferece?
Para o professor da PUCPR, os bancos digitais apresentam duas principais vantagens. A primeira é a não cobrança de taxas. A segunda é a desburocratização dos serviços. “Para a abertura de uma conta, por exemplo, você consegue concluir um procedimento em 10 minutos, pelo celular, sem sair de casa e sem enfrentar filas”, diz.
O consultor complementa:
“Os bancos digitais normalmente possuem um sistema mais atualizado e processos decisórios menos burocráticos. A estrutura de agências é menor ou nenhuma. Portanto, custos menores geram tarifas menores, que beneficiam os clientes e atraem mais usuários.”
São mais práticos que os convencionais?
Lemes diz que os digitais proporcionam facilidade e agilidade, “visto que o sistema é mais atualizado do que o dos bancos tradicionais, portanto, mais amigável”. Santana também afirma que sim, mas faz uma ressalva: “Essa concorrência também forçou os bancos ditos convencionais a desburocratizar seus processos”.
Segundo o professor, é perceptível que as inovações tecnológicas promovidas pelos bancos digitais mexeram com o mercado financeiro como um todo. “Como exemplo, posso citar a criação do canal de atendimento de comunicação por mensagens para tratar de assuntos diretamente com o gerente. Antes, esse tipo de contato era somente presencial e, em raras situações, por telefone”, complementa.
Bancos digitais oferecem melhores opções em investimento?
Nem sempre. “As opções de investimentos são as mesmas, o que pode variar é a taxa de administração e realmente é preciso ter atenção a isso”, esclarece Santana.
Mas os bancos digitais têm algumas facilidades, como deixar rendendo o dinheiro que está “parado” em conta corrente. Esse tipo de serviço, diz o professor, depende do comando dos clientes nas instituições convencionais.
Em termos de atendimento, quais são as restrições?
Lemes avalia que o atendimento digital apresenta lentidão e ainda precisa melhorar. “Com a evolução deste modelo e da inteligência artificial, teremos um sistema melhor e bastante funcional”, conta. Santana explica que “o atendimento é restrito ao digital. Então é preciso levar em conta que não haverá uma pessoa, como o gerente da agência, que existe nos bancos convencionais, para atendimento”.
Caixas eletrônicos estão preparados para saques?
Lemes afirma que o Banco Central tem solicitado aos bancos que interliguem o sistema de saques em caixas eletrônicos. “O que existirá é uma diferença de custos para saques nos caixas eletrônicos, uma vez que bancos digitais e fintechs não são sócios da Rede TecBan (Banco 24 horas)”, comenta.
São bons para pessoas mais velhas, que nasceram antes da popularização da internet?
Santana é taxativo: “Com certeza”. E diz isso com base no uso das redes sociais, “que aproximou as pessoas do digital e, de certa forma, quebrou algumas barreiras em relação à sua utilização”. No mais, diz Lemes, “pessoas de todas as idades podem ter dificuldades de lidar com o sistema, mas todos teremos que nos adaptar”.
Vale a pena experimentar?
Sim. E para pessoas com 60 anos de idade ou mais, ele sugere, se for o caso, pedir ajuda para algum familiar na instalação do app. Santana recomenda, primeiramente, entender como é a verificação de extrato, sem a liberação de transações financeiras. Com o tempo, a ideia é ampliar o uso da ferramenta digital, “conforme for sentindo mais confiança na utilização”.
O ViverMais é o programa de benefícios do Instituto de Longevidade que dá suporte tecnológico para seus associados.
Dessa forma, aqueles que possuem alguma dificuldade digital podem contar com ajuda profissional para o uso de celulares, tablets ou computadores.
Torne-se um associado e tenha esse e outros benefícios na palma de suas mãos.
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