A Secretaria Municipal do Idoso de Niterói realizou, nos dias 13 e 14 de fevereiro, um bate-papo com motoristas de ônibus da cidade para conscientizar os profissionais acerca das dificuldades enfrentadas diariamente pela população idosa que utiliza transporte público. Ao todo, 300 motoristas das empresas Ingá, Pendotiba, Fortaleza, Santo Antônio e Araçatuba participaram do evento, que foi conduzido pela coordenadora do Departamento de Trânsito da Nittrans, Priscilla Rocha.
A convite do secretário do Idoso, Luís Roberto Saad, o Instituto de Longevidade Mongeral Aegon participou do evento com uma ação especial que proporcionou aos presentes a oportunidade de sentir na pele as reais limitações do público idoso.
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“Convidamos os motoristas a vestirem uma roupa especial que limita a mobilidade das pessoas”, explica Antônio Leitão, gerente do Instituto de Longevidade. “Utilizamos pesos especiais nos punhos e nos tornozelos, óculos que reduzem a visão e travas nas articulações, tudo o que reproduza nos jovens os problemas físicos mais comuns que os idosos adquirem com o tempo”.
Saad elogiou o resultado do evento e disse estar convencido de que os motoristas presentes saíram da palestra bem mais sensibilizados com os idosos que encontrarem pelo caminho. “Hoje a gente consegue avançar mais um pouco. Com o Instituto de Longevidade a gente está conseguindo mostrar ao motorista de ônibus – que é a maior parte envolvida no dia a dia do transporte de passageiros – a dificuldade que o idoso tem na sua mobilidade, no subir, no descer, no sentar”, avaliou o secretário. “Essas parcerias público-privadas são fundamentais. Eu acredito que a gente vai transformar gradativamente o anseio daquele que necessita e daquele que pode estender a mão. Estamos juntando essas pontas para que tenhamos uma vida mais humanizada e para que possamos ter realmente uma cidade que responda aos interesses e necessidades do seu cidadão”.
Antônio Leitão, do Instituto de Longevidade, faz demonstração da roupa do idoso em participante do evento. Foto: Carlos Cruz
O secretário informou ainda que a cidade aderiu à estratégia Brasil Amigo da Pessoa Idosa, do governo federal. “São várias etapas até atingir o selo ouro. Hoje, nós já fizemos a criação do Conselho do Idoso e a capacitação profissional das partes envolvidas responsáveis pela pesquisa. Agora a gente está levantando o diagnóstico municipal com vários dados estatísticos da cidade e a próxima etapa será uma pesquisa para que o idoso fale sobre todas as áreas”, especificou o secretário.
Saad acredita que todo processo deva levar entre 9 e 12 meses, quando enfim será possível ter um diagnóstico preciso que sirva para pautar políticas públicas em cima dos anseios da população idosa, e não daquilo que os gestores imaginam. A pesquisa será realizada em parceria com o governo federal e o Ministério da Cidadania e terá como objetivo diagnosticar o que o idoso pensa sobre a sua cidade nos diversos aspectos. Niterói possui atualmente 96 mil idosos, o que equivale a 18,8% dos 513 mil habitantes.
