Caros amigos e amigas do Instituto de Longevidade MAG,

Entramos em novembro, e os olhares do mundo estarão voltados para o nosso país neste mês, por conta da COP 30 – a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, que será realizada em Belém, no Pará. À primeira vista, essa agenda pode não parecer relacionada à que costumo abordar aqui: a longevidade. Mas essa percepção é enganosa. Há muito que as conecta.

Eventos climáticos extremos se associam a fatores característicos do envelhecimento em nível coletivo e individual, tornando-os especialmente perigosos para as pessoas idosas. A equação é simples: maior fragilidade fisiológica decorrente da idade, somada a redes familiares menores e menos disponíveis, diante de condições ambientais mais adversas e prolongadas.

Das inundações em Porto Alegre às ondas de calor na Europa, há inúmeros exemplos de tragédias climáticas em que as pessoas idosas são as principais vítimas, onde quer que ocorram. Mas, no Brasil, o desafio é ainda mais complexo.

Um dos principais temas da COP é o financiamento das ações necessárias para reduzir as emissões globais de carbono e adaptar a infraestrutura dos países aos efeitos do clima. Aqui, faremos esta discussão tendo que lidar com o fato que estamos envelhecendo antes de alcançar um alto nível de renda. Nosso sistema público de previdência, por sua vez, encontra-se pressionado, aproximando-se de um cenário em que haverá mais beneficiários do que contribuintes ativos.

Em outras palavras, enfrentamos duas grandes perguntas – “Como e quem paga a conta?” – aplicadas simultaneamente a dois desafios: o da longevidade e o da sustentabilidade ambiental. Entre essas pautas há uma diferença evidente, mas também um ponto de convergência fundamental.

A diferença é que, enquanto o financiamento climático enfrenta nuances delicadas das relações internacionais, a sustentabilidade financeira das futuras gerações de idosos brasileiros tem uma resposta mais clara, posto que a única possível: a expansão da poupança individual.

E é justamente nessa simplicidade que reside a convergência entre as agendas climática e da longevidade. Quanto mais conseguirmos ampliar a poupança previdenciária dos brasileiros – o fato de ser simples não significa que seja fácil –, mais poderemos utilizá-la como fonte de financiamento para preparar o país para os riscos climáticos.

A boa notícia é que o setor de seguros está se mobilizando para isso. Em 2023, a Confederação Nacional das Seguradoras (CNSEG) lançou o Plano de Desenvolvimento do Mercado de Seguros (PDMS), que define metas de evolução do setor até 2030.

O PDMS projeta que a arrecadação dos produtos de acumulação, equivalente a 1,6% do PIB em 2021, alcance 3,1% em 2030. Já o setor de seguros como um todo espera elevar sua participação no PIB de 6,4% em 2024 para 10% em 2030.

Hoje, a previdência privada, aberta e fechada, já é responsável por cerca de R$3 trilhões em reservas técnicas que garantem os planos previdenciários até aqui subscritos pelos participantes. O crescimento previsto no PDMS, se alcançado, fará este montante aumentar, inclusive em razão da também crescente esperança de sobrevivência dos brasileiros.

Este esforço de formação de poupança vai proporcionar um futuro financeiro mais seguro para as pessoas idosas no longo prazo. Já no curto e no médio prazo, poderá financiar infraestrutura resiliente ao clima, títulos verdes e projetos de adaptação e sustentabilidade.

Terei a satisfação de representar o Instituto de Longevidade MAG, organização que presido, em um debate sobre esses temas durante a COP 30. Convido todos a acompanhar a transmissão ao vivo pelo canal da CNSEG no YouTube, no dia 11/11, às 16h15.

Acompanhe também a cobertura nas redes sociais da MAG Seguros e do Instituto de Longevidade MAG. Afinal, longevidade e sustentabilidade são desafios que exigem escolhas de hoje para garantir o amanhã.


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