Dizem que os 30 dias que antecedem o aniversário são cercados de maus-agouros. Ora é um problema que surge do nada, ora um contratempo inesperado, ora uma mudança imprevista de rota. Tudo culpa do inferno astral, justificariam alguns. Tirando a negatividade atribuída a essa fase, astrólogos afirmam que, sim, esse é um mês de mudanças.
Tecnicamente, essa fase marca a passagem do Sol pela sua Casa 12, conta a astróloga Virginia Gaia. “É o ponto do mapa que trata da espiritualidade e da introspecção e, por esse motivo, pode trazer surpresas e transformações profundas.”
Há quem fique ressabiado, mas Virginia diz que não é preciso ter medo. “Cercado de várias lendas, ele não precisa – e nem deve – ser um período ‘negativo’ como as pessoas normalmente atribuem”, afirma. E completa: “Pode ser a preparação necessária para começar um novo ano pessoal com o pé direito”.
Por que é uma fase de mudanças?
A cada ano, na data de nascimento, ocorre a revolução solar. Na astrologia, é o fim de um ciclo e o início de outro. A astróloga Maju Canzi, coautora de "366 dias de Aprendizados", explica que cada ano tem um ascendente – e é ele que dá o ritmo do período.
“Se saímos de um ano de ascendente em fogo, supermovimentado, para um ano de ascendente em água, por exemplo, que pede mais introspecção e observação, podemos sentir uma mudança brusca de energia, e considerar isso um ‘caos’ ou um ‘inferno astral’, porque não estávamos esperando o ‘banho de água fria’”, destaca Maju.
Essas mudanças ou o porquê de acontecerem podem gerar desconforto. “Podemos pensar: ‘estava tudo indo tão bem, por que parece que, do nada, tudo parou?’”, sinaliza Maju.
Mas, segundo ela, tudo tem uma lógica. E exemplifica: “A ação exacerbada, sem avaliação, pode tirar nossas forças ou mesmo nos levar por caminhos que não eram exatamente o que desejávamos. Por isso, depois de um tempo de muito movimento, nos é dada a chance de parar e avaliar o que fizemos, o que devemos continuar fazendo e quais consequências vamos ter das nossas escolhas. Podemos tomar fôlego e reavaliar, entende?”.
Qual é o ascendente do ano?
O signo ascendente do ano não se altera na ordem do zodíaco, conta Maju. Essa mudança é pessoal e depende do mapa natal e do lugar onde a pessoa passa o aniversário. Há sites que oferecem gratuitamente trechos da revolução solar, como o Personare e o Grupo Vênus. A análise completa, no entanto, é paga.
E cada signo tem uma característica, diz Maju. “Se temos um ano cujo ascendente é de fogo [áries, leão, sagitário], a tendência é que seja um ano com mais movimento, por exemplo, já que a ação e o impulso são características desses signos”, exemplifica ela. Os do elemento água (câncer, escorpião, peixes), fazem sentir mais profundidade nos assuntos. Os de ar (gêmeos, libra, aquário), mais relações e trocas. Se for terra (touro, capricórnio, virgem), provavelmente será um ano de produtividade.
Afinal, inferno astral é bom ou ruim?
Depende muito da maneira como a pessoa encara esse período, destaca Virginia. Segundo ela, para quem vê como algo “ruim” acaba sendo, inevitavelmente, mais difícil. Mas, para quem percebe como um período para reflexão pessoal, é “muito proveitoso para o crescimento pessoal”. “É um período de reflexão e de introspecção, muito positivo para se preparar internamente para o ano pessoal que se inicia com o aniversário.”
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