Em um mundo onde o hiperconsumo nos bombardeia com promoções natalinas e virais de redes sociais, surge uma tendência refrescante: os desinfluenciadores. Esses criadores de conteúdo, que ganham destaque ao questionar o “compre agora” impulsivo, não só desafiam o frenesi de fim de ano, mas também apontam para um caminho essencial para a longevidade humana. Como colunista de longevidade, vejo nessa contra-corrente uma oportunidade para vivermos mais e melhor, alinhando saúde pessoal, financeira e planetária.
Pense no Natal de 2025: segundo dados da CNDL e SPC Brasil, mais de 124 milhões de brasileiros planejam compras, muitas vezes mergulhando em dívidas que afetam 30% dos consumidores. Esse estresse financeiro não é só um rombo no bolso; é um vilão silencioso da longevidade. Estudos da American Psychological Association mostram que o endividamento crônico eleva níveis de cortisol, acelerando o envelhecimento celular e aumentando riscos de doenças cardíacas e mentais. Desinfluenciadores, ao promoverem desafios como o #nobuy – períodos sem compras desnecessárias –, incentivam uma pausa reflexiva: “Eu realmente preciso disso?”. Essa mindfulness no consumo reduz ansiedade, melhora o sono e fortalece a resiliência emocional, pilares para adicionar anos à vida.
Mas a longevidade vai além do indivíduo. Em 2025, consumimos recursos equivalentes a quase dois planetas, operando no “cheque especial” ambiental desde julho, como alerta o Movimento Circular. Hiperconsumo impulsiona poluição, desmatamento e mudanças climáticas, que, por sua vez, ameaçam nossa saúde coletiva. Doenças respiratórias, cânceres ligados a toxinas e escassez de alimentos nutritivos encurtam esperanças de vida globais. Aqui, os desinfluenciadores brilham ao defender a economia circular: consertar em vez de descartar, optar por produtores locais e priorizar durabilidade. Um celular recondicionado, por exemplo, pode durar até 12 anos, reduzindo resíduos eletrônicos tóxicos que contaminam solos e águas – e, indiretamente, nossa cadeia alimentar.
Na ceia natalina, isso se traduz em escolhas longevas: troque o peixe importado por opções locais, ricas em ômega-3 sem o impacto de transportes poluentes. Vicente, do Instituto Akatu, resume bem: consumo consciente não é comprar menos, mas com menor impacto. Essa filosofia japonesa do mottainai – evitar desperdício – ecoa na longevidade das Blue Zones, regiões como Okinawa, onde a simplicidade e o reaproveitamento contribuem para centenários saudáveis.
Para 2026, adote o desinfluencing como resolução: questione compras, repare o que tem e invista em experiências em vez de bens. Assim, não só preservamos o planeta para gerações futuras, mas estendemos nossa própria jornada vital, com menos estresse e mais vitalidade. Longevidade não é só viver mais; é viver com propósito sustentável. Boas festas – conscientes!
Leia também:
A "parede dos 80": como atravessar a maturidade com audácia e prazer
A Longevidade no Brasil: um avanço histórico com desafios persistentes