Quando o assunto é diabetes, a primeira coisa considerada pelas pessoas são as limitações alimentares que passam a fazer parte da vida de um diagnosticado. Principalmente em datas festivas, quando a comilança rola solta e as receitas são irresistíveis, sempre surge a dúvida: existe chocolate para quem tem diabetes? Ou ainda: quem tem diabetes pode comer chocolate?

A resposta é: sim! 

De fato, existem limitações para seu consumo e alguns aspectos devem ser considerados, principalmente para quem tem diabetes tipo 2. Como dois dos principais fatores por trás desse tipo de diabetes são o sedentarismo e a alimentação rica em calorias e gorduras, é preciso ficar bem atento à alimentação e ao estilo de vida. 

Mesmo assim, isso não significa excluir o chocolate completamente da dieta. 

Na medicina, por exemplo, o aspecto biológico não deve ser o único a ser levado em conta. O indivíduo é muito mais que sua organização anatômica e seu perfil metabólico. Ele representa um ser com necessidades que vão além das funções alimentares e reprodutivas. Assim sendo, o aspecto psicológico não deve ser ignorado. Impossibilitar a ingestão de algo que a pessoa tenha vontade é uma prática que, cada vez mais, deve ser evitada.

De acordo com especialistas, o ideal é que a quantidade de chocolate ingerida por uma pessoa com diabetes não exceda 30 gramas por dia, ou seja, três quadradinhos de uma barra de chocolate. Mas se a questão for o tipo de chocolate, aí vale ser mais criterioso. Veja, a seguir, quais os melhores tipos para pessoas com diabetes.

Chocolate para quem tem diabetes

Chocolate light

O chocolate light apresenta uma carga calórica inferior àquela observada no chocolate ao leite, por exemplo. Porém, o ponto negativo é não saber exatamente qual grupo alimentar foi reduzido em seu preparo. Assim, caso tenham sido diminuídas as gorduras, quer dizer que o nível de açúcar permaneceu o mesmo, inviabilizando o consumo para pessoas com diabetes. Portanto, este não é o melhor tipo de chocolate a ser consumidos pelo grupo em questão.

Chocolate diet

O chocolate diet já representa uma escolha melhor que o light, visto que a redução de calorias ocorre especificamente no grupo dos açúcares. Porém, a fim de compensar essa diminuição, as indústrias elevam o nível de gorduras no chocolate, que podem ser superiores aos observados em chocolates ao leite. Entre o chocolate light e o diet, o diabético deve optar pelo diet.

Chocolate amargo

Por fim, o chocolate amargo figura como o tipo ideal para a escolha da pessoa com diabetes, principalmente aqueles cujo percentual de cacau seja igual ou superior a 70%, pois contêm menos açúcares e gorduras.

Benefícios do cacau

É preciso reforçar que os componentes do chocolate não são vilões como um todo. O cacau, por exemplo, é rico em flavonoides, moléculas que apresentam uma grande quantidade de antioxidantes e substâncias capazes de proporcionar melhora no metabolismo. Além disso, estudos indicam a relação do consumo de cacau com bom desempenho da função cognitiva.

Seu consumo também reduz o risco de isquemias e auxilia na prevenção de doenças coronarianas e de acidentes vasculares cerebrais.

Destaque também para a atuação do cacau no sistema neurológico, principalmente no que diz respeito à sensação de bem-estar provocada após a sua ingestão. Isso acontece devido à modulação de dopamina, neurotransmissor associado ao prazer, e de opioides, substâncias que atuam no âmbito da dor.

Qual a associação do consumo de cacau com o perfil lipídico?

Alguns estudos científicos já identificam a atuação do cacau no controle lipídico do indivíduo, apontando uma queda considerável nas taxas de LDL (mau colesterol) e um aumento nas de HDL (bom colesterol).

As principais substâncias que compõem o cacau são os ácidos oleico (35%) e esteárico (35%). Embora o segundo seja saturado, ele não está associado ao aumento do colesterol, pois parte dele é convertido em ácido oleico, que reduz o colesterol. Contudo, é preciso ficar atento à terceira substância que prevalece na composição do cacau, o ácido palmítico, que também é uma gordura saturada.

De fato, são necessários estudos mais aprofundados nesse quesito. Porém, não é errado afirmar que pessoas com diabetes podem, sim, comer chocolate, havendo necessidade, apenas, de modular a quantidade ingerida e escolher com sabedoria o tipo de chocolate.

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