Em 2018, números do Ministério da Saúde mostravam que 12,5 milhões de brasileiros tinham diabetes, o equivalente a 7% da população de todo o país. Do total de pessoas com a condição, mais de 90% apresentam diabetes tipo 2. Diante disso, a preocupação com as complicações da diabetes aumentou entre as autoridades de saúde.

De fato, estamos falando de uma questão repleta de mitos e conhecimentos equivocados. Em primeiro lugar, é importante ressaltar que, de acordo com a literatura médica, as complicações da diabetes são muito mais comuns em pessoas que não fazem o devido controle glicêmico. Por isso, consultas periódicas com um especialista são tão importantes na vida dos diabéticos.

Em relação às pessoas com diabetes tipo 2, especificamente, é preciso também ficar atento à qualidade de vida. Mesmo que a condição também seja influenciada pela genética, é importante cuidar da alimentação e não esquecer de praticar exercícios físicos. Uma alimentação rica em calorias e gorduras, por exemplo, pode não só agravar a diabetes, como também provocar o surgimento de doenças cardiovasculares e até depressão.

Confira abaixo algumas complicações da diabetes

Nefropatia diabética

É sabido que a função dos rins é filtrar o sangue e eliminar, através da urina, as substâncias que o corpo não vai utilizar. Aquilo que o corpo vai utilizar fica retido no organismo, como é o caso da glicose. Contudo, caso a glicemia esteja descompensada, o organismo irá excretar a glicose e, juntamente com ela, outras moléculas importantes, como, por exemplo, as proteínas.

A albumina é uma das principais proteínas plasmáticas. Para identificar se ela está sendo eliminada juntamente com a urina, é realizado um exame conhecido como Microalbuminúria. Quando descoberto a tempo, o risco de complicação é reduzido em 33%. Porém, caso o problema não seja identificado e o indivíduo evolua para a macroalbuminúria, pode ser necessário um transplante ou sessões periódicas de hemodiálise.

Doença arterial periférica

A doença arterial periférica provoca alterações vasculares que reduzem o fluxo sanguíneo nos membros inferiores. Os pés ficam menos irrigados e recebem poucos nutrientes e oxigênio. Mais conhecido como pé diabético, o problema reduz a defesa do organismo para o caso de infecções.

Esse ciclo de infecções e cicatrização prejudicada pode levar à amputação do membro. Para evitar o problema é preciso realizar o acompanhamento glicêmico, bem como registrar o Índice Tornozelo-Braquial (ITB), que identifica a razão entre as pressões arteriais dos membros inferiores e superiores.

Neuropatia diabética

A neuropatia diabética é uma complicação da diabetes muito associada à doença arterial periférica, podendo, os dois problemas, acontecerem ao mesmo tempo. Ela acontece quando a diabetes descompensada danifica os nervos.

Dessa forma, o nervo perde a capacidade de perceber estímulos dolorosos ou associados à temperatura. É causado principalmente pelo aumento de radicais livres, devido ao excesso de glicose. Os principais sintomas da neuropatia diabética são:

  • formigamento;
  • sensação dolorosa;
  • ardência;
  • picadas;
  • fraqueza do membro;
  • perda de sensibilidade.

Complicações oculares

O diabetes não cuidado pode causar algumas complicações oculares. As três principais são:

Glaucoma

Entre o cristalino (mais anterior) e a retina (mais posterior), existe um semilíquido chamado de humor vítreo responsável por fazer a nutrição das estruturas oculares. Em condições adversas, há o aumento na pressão exercida pelo humor aquoso, fenômeno chamado de glaucoma. Como a diabetes está associada ao aumento da pressão intraocular, a pessoa com essa condição apresenta uma chance 40% maior de desenvolver glaucoma, quando a comparados com indivíduos sem o problema.

Acontece principalmente por causa de uma drenagem mais lenta do líquido em questão. O maior perigo é que pode haver uma compressão de vasos sanguíneos e do nervo óptico, reduzindo a irrigação ocular e o aporte de oxigênio e acometendo a visão.

Catarata

Neste caso, a estrutura acometida é o cristalino, que atua como uma lente responsável, principalmente, por focalizar as imagens. O cristalino se torna mais opaco, perdendo a transparência característica.

O tratamento inicial pode ser feito apenas com lentes de correção. Contudo, os casos mais avançados requerem intervenção cirúrgica. Indivíduos com diabetes têm 60% mais chances de desenvolver a catarata.

Retinopatia

Acometimento da retina, que pode ser causado por diferentes motivos. Os dois principais são: inchaço dos vasos posteriores à região ocular, causando um edema macular (pode levar à perda da visão); e obstrução dos vasos sanguíneos, impedindo a passagem de nutrientes e oxigênio e levando à formação de novos vasos mais frágeis que poderão se romper e causar hemorragias.

A melhor forma de prevenir complicações oculares é por meio de exames anuais de fundoscopia, a fim de detectar precocemente alterações estruturais.

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