Relatórios da Organização Mundial de Saúde (OMS) e do Ministério da Saúde afirmam que pessoas com diabetes fazem parte do grupo de risco de infecção pelo coronavírus. O mesmo acontece com quem tem alguma doença respiratória crônica, quem tem insuficiência renal crônica, quem é hipertenso e com a população idosa.
Especialistas explicam que isso ocorre porque essas pessoas possuem um organismo mais debilitado que as demais, o que pode diminuir sua capacidade de frear o vírus. No entanto, fazer parte do grupo de risco não significa que os diabéticos têm mais chances de contrair o Covid-19.
“Contrair [o coronavírus] é igual para todo mundo, tendo diabetes ou não. O problema é depois que pega”, afirma Beatriz Scher, integrante da equipe de Marketing da WinSocial e fundadora do Biabética, canal de conteúdo on-line sobre diabetes.
Lenita Zajdenverg, chefe do serviço de Nutrologia e Diabetes do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho da UFRJ e vice-presidente da Sociedade Brasileira de Diabetes, afirma o mesmo. De acordo com ela, pessoas com diabetes não são mais vulneráveis à contaminação do coronavírus. Porém, se tornam mais vulneráveis uma vez que são contaminadas, independentemente de terem diabetes do tipo 1, que acontece geralmente na infância, quando o sistema imunológico ataca equivocadamente as células responsáveis por produzir insulina, causando o acúmulo de glicose no sangue, ou do tipo 2, que aparece quando o organismo não produz insulina suficiente ou não consegue usar adequadamente o hormônio produzido.
Por que pessoas com diabetes estão no grupo de risco do coronavírus?
Beatriz explica que a vulnerabilidade de quem tem diabetes está diretamente relacionada ao seu sistema imunológico e ao controle de sua glicemia. “Principalmente se a pessoa não cuida do diabetes como deve”, comenta. Se o diabético não tem um bom controle da glicemia ou se tem um histórico de muitas hiperglicemias (quando a taxa de glicose no sangue é alta), o risco de uma infecção é maior. Em outras palavras, o excesso de glicose no sangue é um fator considerável no enfraquecimento do sistema imunológico de quem tem diabetes.
“A imunidade pode ficar mais baixa por causa da hiperglicemia, e isso pode ser ruim para tratar o coronavírus. Se a pessoa já estiver infectada, sua situação pode até piorar”, aponta Beatriz.
Lenita também explica que as infecções que ocorrem em pessoas com diabetes tipo 2 normalmente estão relacionadas com a idade. Por isso, elas acabam tendo também outras patologias, como hipertensão, coronariopatia e cardiopatia. “O somatório de doenças aumenta o risco de complicações mais severas em relação à infecção do coronavírus”, afirma.
Como pessoas com diabetes podem se proteger?
Para Beatriz, o primeiro passo é controlar a glicemia, ou seja, não deixar que a taxa de açúcar seja maior ou menor do que o indicado. Para isso, é importante ficar de olho no tipo de alimento ingerido e no horário das refeições, além de praticar atividades físicas regulares e fazer o monitoramento periódico da glicemia.
“Se alimentar muito bem com alimentos saudáveis, como legumes e verduras, além de outros produtos que possuam vitamina C é fundamental”, afirma. “Existem muitas frutas com vitamina C que podem ser consumidas”.
Outra dica de Beatriz é conversar com o médico que já esteja acompanhando seu caso e pedir orientações sobre diabetes. Uma nutricionista também pode ajudar, passando uma dieta balanceada e que fortaleça o seu sistema imunológico.
Além dos cuidados já citados para manter um bom controle glicêmico, Lenita explica que existem outras precauções que devem ser seguidas por quem tem diabetes, como ficar em casa e evitar o contato social.
“Aqueles com mais de 60 anos não devem receber visitas e não devem receber pessoas mais jovens em casa. Eles devem manter uma estrutura adequada, com comida e remédios, para evitar sair de casa”, comenta.
Para ela, a mensagem é clara: “Para não se contaminar, evitem sair de casa”.
Cuidados necessários
Além dos cuidados já citados, é importante seguir as demais recomendações feitas pelo Ministério da Saúde para evitar a transmissão do coronavírus, como:
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Lavar bem as mãos com água e sabão;
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Usar álcool em gel para higienizar as mãos;
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Manter o ambiente higienizado (de preferência com água sanitária);
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Usar lenços descartáveis para higiene nasal;
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Cobrir o nariz e a boca com um lenço descartável quando tossir ou espirrar e descartá-lo no lixo;
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Evitar tocar os olhos, o nariz e a boca;
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Evitar multidões e contato físico.