Fadiga, mal-estar, irritação, pouco rendimento no trabalho e muito, muito sono... Você se sente assim? Saiba que não está sozinho: esses são alguns dos sintomas de quem sofre com problemas no sono. Pensando nisso, um aplicativo busca auxiliar pessoas com um programa digital que traz orientações aos usuários de como dormir bem.

O aplicativo foi desenvolvido por Guilherme Hashioka, cofundador e CTO no Vigilantes do Sono. Segundo a empresa, a ferramenta usa inteligência artificial para promover mudança de comportamentos com base em quatro pilares da ciência comportamental. São eles: monitorar, ensinar, compartilhar experiências e contar com o apoio de um profissional da saúde.

Para isso, o app traz uma assistente virtual, a Sônia. Ela conduz o usuário durante todo o programa e ajusta o atendimento de forma personalizada, de modo que consiga se concentrar nos problemas individuais. Dessa forma, atua como uma "coach de como dormir bem".

"Entendemos que as preocupações do dia-a-dia, aliadas aos prazos, metas, responsabilidades e hábitos ruins como, cigarros e bebidas alcoólicas prejudicam bastante a qualidade do sono e automaticamente o desempenho das atividade no dia seguinte, por isso, queremos entrar nas empresas para que as pessoas se ajudem cada vez mais e juntos, possamos reduzir o problema da insônia no Brasil”, afirma Lucas Baraças, fundador do Vigilantes do Sono.

No programa, os usuários também fazem parte de uma comunidade, um ambiente voltado para troquem experiências. O aplicativo também permite que médicos, psicólogos e outros profissionais da saúde possam acompanhar individualmente seus pacientes através dos relatórios atualizados diariamente.

Se você também quer aprender como dormir bem, baixe o aplicativo Vigilantes do Sono. O download pode ser feito na App Store, para quem tem celular com sistema iOS, ou pela Google Store, no sistema Android.

Com a pandemia, cresce número de pessoas com dificuldades em como dormir bem

Dificuldade para dormir bem pode prejudicar longevidade | Foto: Motorin Films/Shutterstock

Ela aprendeu como dormir bem sem remédios

Juliana Neubern é tecnóloga de alimentos e trabalha com psicanalista espiritualista. Ela é uma das usuárias do aplicativo Vigilantes do Sono e relatou ao Instituto de Longevidade MAG sua história. “Com o apoio do programa consegui atingir meu objetivo de dormir bem, hoje estou com outro ânimo”, conta. Confira o relato dela:


“Tenho 62 e sempre fui de dormir cedo. Às 21h eu já ia para a cama, colocava meus filhos para dormir nesse horário e acordava cedo, 6h30. Depois de uma certa idade, comecei a ir dormir mais tarde, mas ainda acordava muito cedo. Mas de uns seis anos pra cá, comecei a ter dificuldade para dormir. E aí a gente recorre a medicamento, mas não me agradava muito essa ideia.

Quando foi no começo de 2020, com a pandemia e as preocupações isso foi me causando uma insônia desesperadora. Tinha noite que eu passava a noite em claro. No dia seguinte pensava: “hoje vou dormir porque estou cansada, não dormi a noite passada”, mas ainda assim não conseguia dormir.

Me sentia muito sem energia, muito cansada e sem vontade de fazer as coisas. Não tinha disposição nem bom humor. Notei que o remédio já não fazia efeito, tinha que aumentar a dosagem.

Mas não era isso que eu queria. Queria me lembrar dos meus sonhos e não conseguia lembrar. Eu faço terapia e minha terapeuta perguntava e eu não lembrava.

Minha filha leu sobre o Vigilantes do Sono e falou “experimenta”. Coincidiu minha vontade de parar com o remédio e de ter uma noite de sono. Comecei a seguir e logo de cara já gostei da clareza do programa, com muita orientação embasada em conhecimento científico.

O programa tem uma coleção de ferramentas para a gente usar de acordo com o que funciona para cada um. A gente aprende sobre o controle de estímulos, começa a saber como funciona o organismo, toma consciência de como a cafeína estimula, sobre as telas que excitam muito, a luminosidade, o calor excessivo.

Fui lendo e aderindo ao programa. Segui com afinco mesmo e mudando meus hábitos. Difícil para mim foi por volta do terceiro e quarto dia sem o remédio. Os resultados começam a aparecer assim que a gente começa a seguir as orientações, mas ainda não com um sono reparador, é um sono que já fica diferente, mas nem todo dia vai ser assim.

A partir da terceira semana em diante você vai começar a dormir melhor mesmo. Tem que ter bem claro que vai precisar fazer um esforço, acredito que o resultado seja 90% de consciência de que vai ser preciso enfrentar dificuldades para mudar o hábito.

Paralelamente às orientações, tem a comunidade em que a gente troca experiência. Compartilho o que funciona mais para mim, o que eu tenho feito. Também preenchemos todos diariamente um relato de como foi o dia.

As estatísticas ajudam a estabelecer um horário para dormir e hora para acordar e no dia seguinte mostra o gráfico, com o quanto eu já melhorei do dia que comecei até hoje. Isso vai dando um gás, você vê que está funcionando.

Convivendo com a pandemia há mais de um ano, a gente não aguenta mais, está acumulando uma tensão muito grande. Antes eu tinha medo de ir para a cama porque não ia conseguir dormir. Hoje, a cama não é lugar de comer, não é lugar de ver TV. Ir para a cama virou um momento confortável mesmo, vou para dormir. Mesmo que eu durma pouco, o sono já é satisfatório. Hoje, eu sou outra Juliana”.

Dormir bem é dificuldade para muitos

Assim como foi para Juliana, saber como dormir bem é uma dificuldade para muitos. Dados da Organização Mundial da Saúde apontam que cerca de 40% dos brasileiros sofrem de algum distúrbio de sono, dentre eles a insônia. Outras situações que prejudicam a qualidade do sono são:

- acordar durante a noite

- acordar sentindo-se cansado

- dificuldade em começar a dormir

- roncar

- acordar muito cedo

Conforme o professor Alan Luiz Eckeli, da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da USP, a insônia tem causa multifatorial. Isso significa que não há um único fator que desencadeie o processo, mas vários. Além disso, o indivíduo que sofre com insônia tem predisposição genética a isso. O motivo pode ser hereditário ou do próprio organismo.

“Nesses indivíduos, a gente tem que estar atento porque deve ter algum fator precipitante, ou seja, aquele fator que em determinado momento aconteceu e a partir daquilo desenvolveu esse quadro de insônia. Em muitas pessoas, esse fator pode ser a situação que a gente está vivendo agora da pandemia”, afirmou em entrevista à Rádio USP.

Nesse contexto, todas as mudanças que vivemos ao longo do último ano, inclusive aquelas que impactam na nossa longevidade financeira, podem ter impacto na qualidade do sono. Essa situação é ainda pior quando avaliados os profissionais da área da saúde

Isso foi constatado por pesquisa do Hospital Universitário Lauro Wanderley (HULW-UFPB/Ebserh), da Universidade Federal da Paraíba e vinculado à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh).

O estudo entrevistou 710 profissionais da saúde e constatou a dificuldade dos profissionais em dormir bem. Veja os dados:

- 25,8% tiveram dificuldade de iniciar o sono;

- 29,6% relataram dificuldades de manter o sono;

- 32,5% de acordar cedo (despertar precoce pela manhã).

- 25,8% afirmaram que usam algum tipo de medicamento para insônia (e 60,3% desses se automedicavam).

É importante destacar que a insônia pode ser aguda ou crônica. A aguda é aquela que acontece de vez em quando. Já a insônia crônica é categorizada por recorrência de três ou mais vezes na semana, há pelo menos três meses.

“Em indivíduos que têm essa predisposição e o fator predisponente, uma parcela deles essa insônia vai se prolongar e se tornar crônica. Nesses a gente vai ter os fatores perpetuantes, que são hábitos inadequados, pensamentos inadequados, relacionados à nossa prática do sono”, explicou o professor Alan Luiz Eckeli à Rádio USP.

Uso de telas prejudica a qualidade do sono | Foto:  kittirat roekburi/Shutterstock

Uso de telas prejudica a qualidade do sono | Foto:  kittirat roekburi/Shutterstock

Como dormir bem

Uma boa noite de sono é fundamental para quem quer ter boa saúde, boas relações familiares e até um emprego. Afinal, se você não consegue render bem no trabalho por estar com sono, isso pode impactar até mesmo nas suas finanças.

Se você quer melhorar a sua qualidade de vida, comece aprendendo como dormir bem!

Segundo a Associação Brasileira de Medicina do Sono (ABMS), estes são os 10 mandamentos para uma boa noite de sono:

  • Horário regular para dormir e despertar.
  • Ir para a cama somente na hora dormir.
  • Ambiente saudável.
  • Não fazer uso de álcool próximo ao horário de dormir.
  • Não fazer uso de medicamentos para dormir sem orientação médica.
  • Não exagerar em café, chá e refrigerante.
  • Atividade física em horários adequados e nunca próximo à hora de dormir.
  • Jantar moderadamente em horário regular e adequado.
  • Não levar problemas para a cama.
  • Atividades repousantes e relaxantes após o jantar.

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