Com a chegada do verão, os programas ao ar livre passam a ser cada vez mais frequentes – e quem sofre as consequências é a pele. Além de acelerar o envelhecimento, a exposição solar em excesso pode causar câncer de pele, como o carcinoma basocelular, o carcinoma espinocelular e o melanoma. Mas é possível aproveitar o sol e o céu azul numa boa, desde que alguns cuidados com a pele sejam tomados, conforme ensina a dermatologista Catarine Mayra Padoveneze.
Proteção solar e sombra
O cuidado mais básico é a proteção solar. O acúmulo de raios solares ao longo da vida faz com que a pele precise de um cuidado extra a partir dos 50 anos de idade, quando ela está mais danificada e seca. Para essa faixa etária, o protetor solar deve ter um fator mais alto (FPS 50- 60) e, se possível, apresentar uma ação hidratante e antioxidante associada.
Vale lembrar que o rosto não é o único a ser exposto e outras áreas da pele também precisam ser protegidas. Aplique filtro solar também no pescoço, nas orelhas, no colo e no dorso das mãos. Para quem dirige, uma luva especial com proteção UV é ótima opção. Além disso, recomenda-se ficar à sombra, principalmente nos horários de pico do sol, entre às 10h e 16h.
Hidratação preventiva
Você pode incrementar mais ainda sua prevenção com cremes hidratantes à base de vitamina C. Ela é um antioxidante e ajuda a preservar o colágeno da pele dos efeitos do tempo.
“Existem outras opções de ativos para pessoas com mais de 50 anos, como vitamina E, ácido glicólico ou retinol. É importante consultar um especialista para determinar o procedimento adequado para cada tipo de pele”, orienta.
Tecnologia nas roupas
Cobrir as áreas expostas com roupas apropriadas, como camisa de manga comprida, calças e chapéu de abas largas, é outra medida importante. Óculos escuros complementam as estratégias de proteção.
Existem ainda tecidos que oferecem proteção UV embutida. São basicamente dois tipos. Um deles possui a proteção na própria estrutura, por ser feito com fios especiais à base de dióxido de titânio. O outro é um tecido comum, que recebe um aditivo que funciona como absorvedor de raios UV. Em alguns casos, a proteção do segundo tipo pode durar um número determinado de lavagens.
O fator de proteção é determinado pelo FPU (Fator de Proteção Ultravioleta), classificação certificada pela Agência Australiana de Proteção à Radiação e Segurança Nuclear (Arpansa). A Austrália é pioneira nas roupas com proteção UV devido à alta incidência de radiação em seu território e à pele clara da população.
Recomendam-se as roupas UV para todas as pessoas que fazem exercícios ao ar livre regularmente. Para os que não podem contar com as roupas com tecnologia de proteção, a orientação é deixar o conforto de lado e usar tecidos sintéticos de cores escuras, pois o FPU depende de algumas variáveis:
- Tipo de fio. Os tecidos que naturalmente protegem mais contra a radiação ultravioleta são os mais pesados, como o algodão, o linho, a sarja. No entanto, existem tecidos sintéticos leves, como o poliéster, que também protegem bem.
- Densidade da trama. Quanto mais densa a trama, maior a proteção.
- Cor. Quanto mais escuro o tecido, maior o FPU. O pigmento ajuda a absorver os raios ultravioletas, e por isso a cor escura pode aumentar o FPU do tecido em até 5 vezes.
- Umidade. Se molhar, a camiseta estica e as tramas se abrem. Com isso, o FPU cai.
- Roupa folgada ou apertada. Se a roupa for mais folgada, o FPU aumenta. Se o tecido for esticado, como no caso de uma roupa justa, a trama perde a densidade e o FPU cai.
Alimentação saudável
A pele é o resultado de todos os cuidados ao longo da vida e isso inclui manter uma alimentação saudável e equilibrada, à base de frutas, legumes, verduras e carnes brancas. É preciso:
Evitar alimentos gordurosos e industrializados e o consumo de açúcar;
Ingerir cerca de 2 litros de água por dia para hidratar a pele de dentro para fora;
Praticar atividade física para melhorar a circulação sanguínea e, com isso, auxiliar a chegada de nutrientes à pele e aos músculos;
Evite fumar e ingerir bebidas alcoólicas.