Uma pesquisa coordenada por cientistas da Universidade de Oxford (Reino Unido) aponta: cada centímetro a mais de gordura abdominal aumenta as chances de problemas cardíacos. Segundo o levantamento, que considerou dados de 430 mil britânicos, com idades entre 40 e 70 anos, as pessoas com as cinturas mais largas têm três vezes mais riscos de apresentar complicações que envolvem a saúde do coração.

O estudo foi apresentado em um congresso da Sociedade Europeia de Cardiologia, na Espanha e revela que 2,5 cm de gordura extra na barriga representam um crescimento de 11% no risco de um indivíduo desenvolver uma doença cardíaca.

Gordura abdominal traz riscos para o coração

Foto: fongbeereadhot/Shutterstock

Por que a gordura abdominal é perigosa?

Importante esclarecer que existem dois tipos de gordura abdominal: a subcutânea, localizada a frente dos músculos do abdômen, e a visceral, a mais perigosa, que se concentra ao redor de órgãos internos, como fígado, intestino e coração. O principal problema do acúmulo de gordura visceral (também chamada de tecido adiposo visceral - TAV) é o aumento da inflamação e dos níveis de lipídios no sangue.

O TAV contém células capazes de produzir substâncias inflamatórias que se alojam com facilidade na parede das artérias, formando placas de gordura – a aterosclerose. Com o tempo, essas placas podem dificultar ou bloquear a passagem sanguínea e, por consequência, o cenário evoluir para uma insuficiência cardíaca, doença arterial coronária, infarto ou acidente vascular cerebral (AVC).

A gordura abdominal visceral está assim associada ainda a fatores considerados de risco para o coração, a exemplo das taxas altas de triglicerídeos, baixos níveis do bom colesterol (HDL), hipertensão, aumento da resistência à insulina e elevação do açúcar no sangue (quadro característico do diabetes).

Então se não tenho gordura concentrada na região abdominal não devo me preocupar?

A resposta é não. O fato é que dependendo da localização e distribuição da gordura pelo corpo, os riscos e tipos de problemas mudam ou se agravam. Quando atinge e se concentra em áreas mais periféricas, como coxas, quadris e nádegas, está ligada especialmente a problemas circulatórios, como insuficiência venosa e varizes, além de complicações em decorrência de uma possível sobrecarga do peso nas articulações dessas áreas.

Devemos considerar também uma obesidade homogênea, aquela em que não há uma predominância de área específica. A gordura está distribuída tanto na região abdominal quanto nos membros superiores e inferiores. Mesmo que em menor incidência ou gravidade, nos dois últimos casos, o coração pode ser atingido e sofrer as consequências.

Devo me preocupar?

Como referência, para saber se as gordurinhas acumuladas na cintura podem colocar a saúde do coração em risco, fazemos, com uma fita métrica, a medição da circunferência abdominal. Para isso, na  cintura, na altura do umbigo, enlaçamos a fita alinhada horizontalmente. É preciso então respirar fundo e soltar o ar. A medida não deve ultrapassar a faixa de 80-88 cm nas mulheres e 94-102 cm nos homens. Números superiores indicam aumento das chances de desenvolver complicações cardiovasculares. 

E o tal do IMC, que medida é essa? O Índice de Massa Corporal (IMC) é usado para a indicar sobrepeso e obesidade. O cálculo tem como base a relação entre peso e altura (IMC = peso/altura x altura). Se o resultado obtido for acima de 25 kg/m², consideramos que há excesso de peso. Já valores que ultrapassam 30 kg/m² indicam obesidade.

Veja a classificação completa:

  • Peso normal: IMC entre 18.0 a 24,9 kg/m2;
  • Sobrepeso: IMC entre 25.0 a 29,9 kg/m2;
  • Obesidade grau 1: IMC entre 30.0 – 34.9 kg/m2;
  • Obesidade grau 2: IMC entre 35.0 – 39.9 kg/m2;
  • Obesidade grau 3 ou obesidade mórbida: IMC igual ou superior 40 kg/m2.

A importância da avaliação personalizada

É preciso avaliar individualmente o risco de cada um quando falamos de gordura, sobrepeso e obesidade. Como vimos, pessoas com excesso de gordura ao redor da barriga têm chances mais elevadas de complicações que envolvem os vasos sanguíneos e o coração, mesmo que seu índice de massa corporal esteja dentro do que é considerado normal.

Portanto, a gordura visceral pode levar as pessoas a não serem metabolicamente saudáveis, mesmo quando o IMC sugere que elas deveriam ter baixo risco de doenças cardiovasculares. Por outro lado, há quem possa ter um IMC que aponte sobrepeso ou obesidade, mas apresente baixos níveis de gordura visceral (aqueles que não têm muita gordura ao redor do tronco).

Dados preocupantes

O excesso de peso e a obesidade estão entre os principais fatores de atenção para as doenças que atingem o sistema cardiovascular. Podem causar mudanças importantes na estrutura e no tamanho do coração, além de comprometer o seu funcionamento. As estatísticas revelam um cenário preocupante.

A última Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em parceria com o Ministério da Saúde, aponta que o número de pessoas com excesso de peso hoje atinge mais da metade da população brasileira. E é preciso estar sempre atento: a distância entre “apenas uns quilinhos a mais” para o primeiro grau de obesidade é curta.

De bem com a balança, a fita métrica e a saúde cardiovascular

É essencial manter o controle de peso e ter atenção à circunferência abdominal, mas isso deve ser feito de maneira saudável, sem a adoção de dietas radicais. Não existe uma maneira milagrosa de emagrecer rapidamente que não prejudique a saúde. Por isso, sempre busque orientação de um especialista.

Todo investimento em um estilo de vida e uma alimentação saudável e equilibrada, associada à prática de exercícios físicos, cuidados com a qualidade do sono e a saúde mental, repercute na diminuição da gordura corporal e principalmente a visceral. Os cuidados essenciais para redução do sobrepeso ou a obesidade, por consequência, trarão benefícios para a saúde do coração.


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