Passar pelo aparelho que verifica a pressão arterial e receber um 12x8, valor considerado ótimo pela Sociedade Brasileira de Hipertensão (SBH), é quase como levar uma nota 10.

Segundo estudo da entidade, mais de 50% dos brasileiros com mais de 60 anos têm a doença silenciosa causada por uma mistura de elementos genéticos e ambientais.

“Muitos fatores podem deixar uma pessoa hipertensa: hereditariedade, idade avançada, excesso de peso, sedentarismo, alimentação ruim, consumo de sal em excesso, tabagismo e estresse”, afirma Frida Plavnik, nefrologista e diretora da SBH.

A pressão arterial nada mais é do que a força que o sangue bombeado pelo coração exerce contra a parede das artérias. Quando estas impedem esse movimento natural, a força precisa ser aumentada para que a passagem do sangue aconteça  e aí temos a hipertensão.

E por que essa doença preocupa? Ela provoca várias alterações graves no organismo. Dados da OMS (Organização Mundial da Saúde) apontam-na como a responsável por 9,4 milhões de mortes no mundo. No ranking de mortalidade por hipertensão, o Brasil ocupa a sexta posição.

“Se não tratada, pode ocasionar derrames cerebrais, doenças do coração, como infarto, insuficiência cardíaca (aumento do coração) e angina (dor no peito), insuficiência renal ou paralisação dos rins e alterações na visão, além de obstrução das artérias das pernas”, pontua.

O envelhecimento aumenta o risco da incidência em ambos os sexos, destaca a nefrologista, por isso a necessidade de manter um controle frequente da pressão a partir dos 30 anos.

Para evitar os riscos, é necessário mudar o estilo de vida:

  • Evite: açúcares; derivados de leite integral; carnes vermelhas com gorduras aparentes e vísceras; temperos prontos; alimentos industrializados e processados;
  • Prefira: alimentos cozidos, assados, grelhados ou refogados; temperos naturais; verduras, frutas e legumes; produtos lácteos desnatados;
  • Pratique atividades físicas;
  • Mantenha um peso saudável e observe a medida da circunferência da cintura (até 88 cm na mulher e até 102 cm no homem);
  • Diminua a quantidade de sal na comida. Use no máximo uma colher de chá para toda a alimentação diária.

Uma vez detectada a hipertensão, o paciente deve manter o controle frequente com um cardiologista, já que a doença não tem cura e, em alguns casos, requer uso de medicamentos de uso contínuo.

No Brasil, a taxa dos que controlam corretamente a doença é considerada baixa: entre 10% e 20% dos pacientes dão continuidade ao tratamento. Nos Estados Unidos, o índice é de cerca de 50%. “Significa que aqui as pessoas, apesar de teoricamente estarem se tratando, estão sob maior risco de complicações, porque 80% não o fazem da forma adequada”, observa.

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