Um estudo publicado pela Oxfam em abril deste ano mostra que mais de 64 milhões de vagas de emprego para mulheres foram fechadas em 2020, o que equivale a 5% de todas as vagas de trabalho ocupadas por pessoas do sexo feminino. A perda de renda foi de US$ 800 bilhões no período. O valor equivale a mais do que o PIB combinado de 98 países.
De acordo com o estudo, os números foram causados pela pandemia do novo coronavírus. Os homens também sofreram com as demissões, mas em menor grau, chegando a 3,9% dos empregos ocupados por trabalhadores do sexo masculino.
Para a diretora executiva da Oxfam Internacional, Gabriela Bucher, o impacto foi maior para elas porque as vagas de emprego para mulheres são geralmente para cargos inferiores, com salários mais baixos, pouca estabilidade e menos benefícios.
“Em vez de corrigir isso, os governos tratam os empregos das mulheres como dispensáveis empregos formais”, explica a diretora executiva. Mas o quadro pode ser ainda pior. Segundo Gabriela, o estudo não inclui os salários perdidos por trabalhadoras que estão na economia informal, como donas de casa e vendedoras.
Para os próximos anos, as consequências desse fechamento de empregos para mulheres podem ser ainda mais desastrosas. A Oxfam acredita que 47 milhões de mulheres em todo o mundo caiam na extrema pobreza já nos próximos meses, vivendo com menos de US$ 1,90 por dia, o que equivale a R$ 10,33.
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