O salário das mulheres cresceu em média 19% entre 2019 e 2021. É o que afirma pesquisa feita pela empresa de recrutamento Vagas.com. A alta foi mais que o dobro do crescimento salarial conquistado pelos homens, de 8,64%.
Entre 1998 e 2018, a diferença salarial entre homens e mulheres reduziu de 21% para 14%. Porém, ainda falta muito para que elas sejam valorizadas da mesma forma que eles.
O motivo é que a renda média feminina ainda é menor que a dos homens. No mesmo período, a média do salário das mulheres saiu de R$ 3.232 para R$ 3.814. Já os homens passaram de R$ 4.070 para R$ 4.422.
Desigualdade no salário das mulheres é maior em cargos de gerência
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) também aponta que, em 2019, as mulheres receberam pouco mais de três quartos (77,7%) do rendimento dos homens. Segundo o Instituto, a desigualdade é maior entre pessoas que ocupam cargos com maiores salários.
É o caso de cargos de direção e gerência ou profissionais das ciências e intelectuais. Nesses grupos, as mulheres receberam, respectivamente, 61,9% e 63,6% do rendimento dos homens.
Também segundo o IBGE, a desigualdade salarial é maior nas regiões Sul e Sudeste: lá as mulheres recebem, em média, respectivamente, 74% e 72,8% dos rendimentos dos homens. Já em estados do Norte e Nordeste, onde o rendimento médio geral é menor, a desigualdade também é menor. As mulheres recebem, respectivamente, 92,6% e 86,5% dos rendimentos dos homens.
Filhos têm impacto na participação das mulheres no mercado de trabalho
Outro aspecto levantado pela pesquisa do IBGE é o impacto dos filhos para a participação delas no mercado de trabalho. O IBGE avaliou mulheres entre 25 e 49 anos com crianças com até 3 anos que vivem na mesma casa que elas. Nesse cenário, o nível de ocupação entre as mulheres que têm filhos é de 54,6%. Já o das mulheres que não têm filhos é de 67,2%.
“Podemos observar que a presença de crianças nesta faixa etária nos domicílios reduz o nível de ocupação das mulheres. Tal comportamento sugere que a existência de uma oferta adequada de creches possa contribuir para o crescimento da ocupação das mulheres no mercado de trabalho. O maior compartilhamento entre homens e mulheres dos cuidados e afazeres domésticos também é outro fator importante para a ampliação da autonomia das mulheres no mercado de trabalho”, afirmou na divulgação de dados pelo IBGE o analista do estudo André Simões.
Neste sentido, as mulheres vão poder se beneficiar das mudanças provocadas pela pandemia da Covid-19 no mercado de trabalho. Estudo feito pela Zurich no Reino Unido mostrou que vagas de gerência com trabalho flexível tendem a receber 20% mais candidaturas de mulheres.
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