Começar um negócio próprio pode representar liberdade. Ao mesmo tempo, um desafio. Mesmo com diversos obstáculos, os brasileiros seguem com o propósito de abrir uma empresa. Mas, afinal, é possível empreender com pouco dinheiro?
Segundo uma pesquisa realizada pela Global Entrepreneurship Monitor (GEM), em 2021, 50 milhões de brasileiros desejam abrir um negócio nos próximos 3 anos. A informação faz parte do relatório de empreendedorismo potencial, realizado em parceria do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) com o Instituto Brasileiro de Qualidade e Produtividade (IBPQ).
Isto reflete um cenário de busca por independência e da realização de um sonho: ter o seu próprio negócio. Contudo, investir em um projeto requer muito mais do que ideias. É preciso ter planejamento financeiro e objetivos concretos a serem traçados. Ou seja, é preciso ter dinheiro e planos.
De acordo com Enio Pinto, gerente de Relacionamento com o Cliente do Sebrae, existem desafios tão grandes quanto o investimento. A escolha do segmento de atuação é um deles. Enio diz que “o potencial empresário deve refletir sobre suas afinidades, paixões e interesses. Isso porque um negócio tem muito mais chances de dar certo quando o empreendedor investe em uma atividade que lhe proporciona realização pessoal”.
Vale ressaltar que a capacitação profissional é fundamental no processo. E Enio destaca que “o dono de um negócio deve se manter em constante capacitação, pois o mercado é extremamente dinâmico”.
Quando o tema esbarra nos empreendedores com 50 anos ou mais, o tempo de atuação e a experiência são pontos positivos. Afinal, segundo o especialista, “a pessoa chega com mais experiência. Mas isso não a redime da necessidade de se capacitar para o desafio”.
Crédito: Krakenimages.com/shutterstock
A importância do plano de negócios quando se deseja empreender com pouco dinheiro
Um plano de negócios é um dos primeiros caminhos para abrir a sua empresa. Quando o assunto é empreender com pouco dinheiro, ele se torna ainda mais fundamental. Enio conta que, no plano de negócio, é preciso pontuar:
- Ramo de atividade;
- Mercado consumidor;
- Fornecedores e concorrentes;
- Produtos e serviços que serão comercializados;
- Processo operacional;
- Volume de produção;
- Localização da empresa;
- Análise financeira.
Para ele, o último tópico é muito importante, especialmente quando o capital inicial é baixo.
“O empreendedor deve levantar o investimento inicial, calcular quanto irá gastar na abertura e quais serão os custos fixos mensais. Ao calcular o tamanho do investimento inicial, é importante considerar o capital de giro e as despesas pessoais.”
Por esse motivo, a análise e o planejamento financeiro devem ser as primeiras preocupações de quem deseja empreender com pouco dinheiro.
Setores apontados como tendência
Como falado anteriormente, definir o setor de atuação é um dos primeiros passos para abrir um negócio próprio. Para este ano de 2022, algumas tendências já haviam sido apontadas por Enio:
- Setor de alimentos e bebidas;
- Importação de produtos;
- Infoprodutos (produtos digitais, como cursos on-line e e-books);
- Artesanato;
- Estética;
- Consultoria em marketing digital.
É importante, porém, estar atento às tendências de cada momento. Isso pode ser extremamente benéfico para quem quer empreender com pouco dinheiro.
Comece pela sua paixão
Mesmo que apostar em tendências costume ser uma boa alternativa para aqueles que querem empreender com pouco dinheiro, Enio pontua que “o mais importante para ter bons resultados é investir em um setor com o qual se tenha afinidade, uma atividade que proporcione satisfação pessoal ao empreendedor”.
Afinal, ser empreendedor é pensar no seu negócio 24 horas por dia, sete dias por semana. Amar o que se faz é essencial no processo.
Por isso, Enio diz que a primeira dica para quem deseja começar a empreender é encontrar um nicho estratégico para investir.
“O potencial empresário precisa ter clareza sobre suas afinidades e interesses. A partir daí, ele deve pesquisar sobre a atividade escolhida para conseguir identificar problemas que possam ser resolvidos — afinal, é para isso que as empresas existem.”
Já a segunda diz respeito ao plano de negócio.
“Por meio dele, o empreendedor terá informações detalhadas sobre seu ramo, produtos e/ou serviços, clientes, concorrentes, fornecedores, além dos pontos fortes e fracos do negócio. Por fim, outra dica muito importante é ter foco.”
E, por último, mas não menos importante, é fundamental se capacitar.
“É muito importante que o empreendedor se especialize na atividade que pretende exercer a fim de agregar valor ao produto ou serviço comercializado. Vale lembrar que a capacitação é constante — o empresário deve se manter sempre atualizado sobre seu ramo de atuação.”
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