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Pessoas ao redor do mundo estão lidando com a mais extraordinária dádiva – a do tempo, recheada com a promessa de vidas mais longas, completas e saudáveis. As taxas globais de expectativa de vida estão em crescimento e podem aumentar ainda mais com avanços médicos e tecnológicos. No entanto, ele não é um direito: precisa de carinho e cuidado – e deve ser financeiramente viável, para ser alcançado.

A partir de uma perspectiva individual, se queremos receber esse presente, devemos começar por cuidar de nós mesmos, hoje, para que possamos aproveitar, amanhã, os benefícios de uma vida ativa, um envelhecimento saudável e uma vitalidade contínua.

A evidência científica é clara de que podemos ter vidas mais longas e saudáveis com dieta adequada e exercício físico, descanso, gestão do estresse, conexões sociais e forte senso de propósito. Financeiramente, também devemos nos preparar para ter recursos para habitação, cuidados de saúde e despesas diárias durante a velhice.

A partir de uma perspectiva social, a dádiva da longevidade é repleta de complexidade, especialmente se for considerado o atual declínio das taxas de natalidade e de envelhecimento da população.

A mudança em direção a uma população economicamente ativa proporcionalmente menor em relação a uma crescente população mais velha está provocando uma ruptura nos sistemas públicos de seguridade social em todo o mundo.

Em resposta, propostas de reformas em pensões governamentais e corporativas assumem que os indivíduos deveriam ter um nível maior de responsabilidade no financiamento de suas aposentadorias.  Mas as pessoas estão cientes dessa mensagem?

Nosso novo estudo, "Um Despertar para a Aposentadoria - Pesquisa Aegon de Preparo para a Aposentadoria 2016", avalia as atuais expectativas de aposentadoria de 16 mil trabalhadores em 15 países na Europa, na América e na Ásia, além da Austrália. O objetivo é analisar a adequação das preparações pessoais para a aposentadoria, identificar problemas e riscos e fornecer um quadro para o desenvolvimento de recomendações que proporcionem uma mudança positiva.

Dos entrevistados, 62% sentem que os indivíduos devem assumir a responsabilidade de financiar a aposentadoria, mas apenas 38% são poupadores habituais, que se certificam de estar economizando. Populações mais vulneráveis – como mulheres, jovens e trabalhadores de baixa renda – têm ainda menos probabilidade de se tornarem poupadoras habituais.

Além disso, é eminentemente claro que indivíduos não podem assumir sozinhos esse encargo financeiro adicional. Eles precisam de ajuda de formuladores de políticas públicas, especialistas dessa área e empregadores. Para atingir o sucesso, as pessoas devem receber um salário adequado, ter acesso a ferramentas de planejamento e a conselhos de investimento e terem condições de prolongar sua vida laboral além da tradicional idade de aposentadoria.

Abandonar a velha noção de que um indivíduo deve se aposentar em uma determinada idade está se tornando cada vez mais urgente, especialmente tendo em vista que as pessoas estão vivendo mais e passando mais anos na aposentadoria.

Focar a idade na qual a pessoa se aposenta e como ela pode fazer a transição bem-sucedida para a aposentadoria é essencial para reequilibrar a equação financeira dos sistemas globais de aposentadoria e das famílias.

“A imagem de um envelhecimento inclusivo, um mundo no qual todos podem aproveitar vidas mais longas e saudáveis, não pode ser alcançado sem que seja repensada a aposentadoria”

Muitas pessoas já preveem uma transição flexível, em fases, para a aposentadoria. Nosso estudo global mostrou que 58% dos trabalhadores citam a aposentadoria em etapas como um benefício corporativo muito/extremamente importante. No entanto, apenas 28% indicam que isso é oferecido por seus empregadores atuais. Para chegar a essa demanda dos trabalhadores, deve haver uma mudança generalizada nas práticas corporativas.

O tema aumento da idade de aposentadoria implora por um debate público – e o termo “idade de aposentadoria” ganha significados diferentes em países diferentes.

Alguns, como a China, ainda têm idade de aposentadoria compulsória, a partir da qual as pessoas são proibidas de trabalhar. Em outros, como os Estados Unidos, idades de aposentadoria variáveis levam à elegibilidade de diferentes benefícios, como os corporativos de aposentadoria, o Seguro Social e os cuidados médicos oferecidos pelo Estado.

Sob quaisquer circunstâncias, se a idade de aposentadoria aumentar, é indispensável que as pessoas tenham acesso à formação profissional e educacional, oportunidades de emprego e capacidade de ter uma renda na maturidade. Mas é mais fácil falar sobre o fomento desse tipo de ambiente econômico do que criá-lo.

Em nosso estudo global, foi perguntado a aposentados o que mais os surpreendeu na aposentadoria. Muitas respostas incluíram desafios financeiros relacionados a viver com benefícios de uma pensão limitada. Outros foram surpreendidos pelo sentimento de perda do trabalho e de seus colegas.

A imagem de um envelhecimento inclusivo, um mundo no qual todos podem aproveitar vidas mais longas e saudáveis, não pode ser alcançado sem que seja repensada a aposentadoria.

As pessoas devem ter oportunidade de trabalho e renda pelo tempo que desejarem, alcançar segurança financeira de longo prazo e aposentar-se confortavelmente à sua maneira.

Sobre a autora 

Catherine Collinson é presidente do Transamerica Institute, uma fundação privada sem fins lucrativos dedicada à pesquisa e à educação do público sobre aposentadoria, cobertura de saúde e outras questões financeiras relevantes que os americanos enfrentam atualmente. Ela também é diretora-executiva do Aegon Center for Longevity and Retirement. Com duas décadas de experiência na área de aposentadorias, tornou-se referência em tendências no setor. Em 2015, passou a fazer parte do conselho consultivo do Milken Institute’s Center for the Future of Aging.

O Aegon Center for Longevity and Retirement é uma colaboração de especialistas reunidos pela Aegon na Europa, na América e na Ásia. Sua missão é realizar pesquisas, educar o público, e promover um diálogo global sobre tendências, problemas e oportunidades em torno da longevidade, do envelhecimento da população e da garantia de aposentadoria. A pesquisa anual Aegon Retirement Readiness Survey comemora seu quinto aniversário em 2015.

O Transamerica Institute® é uma fundação privada sem fins lucrativos dedicada a identificar, pesquisar e educar o público sobre aposentadoria, cobertura de saúde e outras questões financeiras relevantes enfrentadas atualmente pelos americanos. Ele compreende duas divisões: o Transamerica Center for Retirement Studies® e o Transamerica Center for Health Studies®. O Transamerica Institute é financiado por contribuições da Transamerica Life Insurance Company e suas afiliadas e pode receber fundos provenientes de terceiros.

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