Está pensando em sair da casa dos pais, mas ainda não planejou suas despesas? Saiba que morar sozinho envolve muitos gastos — mais gastos do que a maioria da pessoas imagina. Mesmo que você decida dividir um apartamento com outra pessoa (seja ela um amigo ou o seu companheiro de vida), é preciso organizar muito bem como o seu dinheiro será usado e tomar cuidado para não estragar a relação por causa dos boletos.

Pensando nisso, conversamos com a educadora financeira Aline Soaper sobre como se planejar financeiramente e evitar despesas indesejadas. Veja as dicas abaixo e prepare-se para mudar de casa.

Planeje todas as suas despesas

De acordo com Aline, um bom planejamento financeiro é a chave para quem deseja morar sozinho ou dividir a casa com outra pessoa. “Muita gente sai no impulso, mas não se prepara”, afirma. Ela conta que essas pessoas pensam apenas na independência e na liberdade que terão longe dos pais, mas se esquecem das contas que terão que pagar ao final de cada mês. “Quando vão para a realidade do dia a dia, percebem que não é tão simples como achavam”.

A dica da educadora financeira é fazer uma reserva antes de se mudar, pensando em todos os custos que terá e se planejando com antecedência para que não falte dinheiro quando precisar. Ela sugere fazer uma simulação com todas as despesas que uma pessoa teria morando sozinha e juntar a quantia necessária ao final de cada mês para pagar as contas — mesmo que ainda esteja morando com os pais.

Para isso, é importante pesquisar sobre os lugares onde pretende morar e determinar algumas coisas:

  • Quanto custa o aluguel?

  • Quanto custa o condomínio?

  • Quando é a média da conta de luz, de água e de gás de alguém que mora sozinho?

  • Quanto vai gastar com alimentação?

E como definir o valor dessas despesas?

O valor do aluguel pode ser pesquisado na internet, já o do condomínio pode ser verificado no anúncio do imóvel que você deseja alugar. Para saber quanto é a média de uma conta de luz, sempre vale perguntar para amigos que já moram sozinhos. Assim, é possível estipular um parâmetro para esse custo básico. 

“Se a pessoa vai morar sozinha, precisa ter uma reserva separada todo mês para alimentação também, é importante lembrar disso”, comenta Aline. O ideal é pensar nas duas alternativas: comer fora e comer em casa. São dois gastos diferentes e que precisam ser considerados.

Levantando esses valores, a mudança para uma nova casa pode ser feita de forma mais tranquila, pois foi devidamente preparada. “O ideal é que a pessoa esteja guardando esse valor seis meses antes de sair de casa, porque esse vai ser o valor que ela vai gastar quando estiver sozinha”, explica a educadora financeira. “Então, se todo mês ela tirar esse valor do salário dela, já consegue fazer uma reserva e saber se consegue viver com o que sobrar”.

Controle seus gastos e analise o seu cenário financeiro

O bom planejamento exige uma gestão financeira eficiente. O problema é que muitas pessoas acreditam que gerir dinheiro significa apenas anotar os gastos já feitos  — algo que, de acordo com Aline, a maioria nem faz. “Anotar gasto não é planejar; anotar gasto é registrar o que já aconteceu”. 

Fazer um planejamento é se antecipar e prever as despesas que existirão nos próximos meses. “Se eu passar a ter um gasto de R$ 3 mil para moradia que até hoje eu não tinha, eu preciso me planejar e colocar isso no meu orçamento. Eu preciso saber que a partir do mês tal terei R$ 3 mil a menos na minha conta. Então como vou lidar com isso?”, reflete a educadora financeira.

É preciso saber se você vai realmente conseguir gerar a receita necessária e, caso não consiga, pensar como conseguir o dinheiro para pagar essa conta. Se você começou a simular suas despesas antes de se mudar e percebeu que não conseguiu separar o valor da moradia, pode ser um sinal de que ainda não está pronto para morar sozinho.

O que fazer nesses casos? Aline explica que a solução é buscar uma forma de complementar o salário, seja por meio de uma renda extra ou procurando um trabalho que pague mais. E, para isso, também é preciso se planejar. “A gestão financeira precisa ser planejada, e não somente anotada. Anotar é importante, porque assim você consegue ver se o planejamento está funcionando, mas não é só isso que vai resolver a sua vida”.

Combine o valor que cada um deverá pagar com antecedência (se compartilhar o aluguel com alguém)

E se você resolver morar com alguém, como fica a divisão das contas? O que fazer para não brigar por causa de dinheiro? Aline reforça que é preciso ter muita atenção nesse ponto e conversar com antecedência com a pessoa com a qual vai dividir o teto. “Isso é um acordo que tem que ser feito antes”, comenta.

É preciso entender se todas as partes recebem um salário parecido ou se alguém ganha mais que o outro. “Se você vai casar ou morar junto com alguém que ganha mais, é importante que o orçamento não seja feito com base em quem tem o maior salário”, explica. Senão, a pessoa que recebe menos se sentirá mais pressionado e poderá não ter o suficiente para contribuir ou viver bem com o que sobrar.

Como dividir as contas de forma justa?

Para ilustrar, Aline usa o seguinte exemplo: imagine uma situação em que uma pessoa ganha R$ 10 mil e outra ganha R$ 5 mil. Elas decidem morar juntas e descobrem que o custo que terão (incluindo todas as contas) será de R$ 7 mil. Se dividirem as despesas de forma igual, cada um terá que pagar R$ 3.500 por mês.

Para alguém que recebe R$ 10 mil, pode não ser um valor alto, mas para alguém que ganha R$ 5 mil, significa muita coisa. Nesse caso, não é possível dividir meio a meio, pois não é uma conta justa.

Então o que fazer?

Aline sugere dividir de forma proporcional. Por exemplo, cada um pode contribuir com 50% do salário. Ou seja, quem ganha R$ 5 mil pode colaborar com R$ 2.500 todo mês, enquanto aquele que recebe R$ 10 mil pode pagar R$ 5 mil. “Assim, eles terão mais dinheiro disponível para a moradia, só que de uma forma justa para ambas as partes”.

Descubra como economizar no dia a dia

É possível economizar no dia a dia, mesmo morando sozinho. Mas é importante ficar atento, pois essa economia também começa no planejamento, antes de sair da casa dos pais. 

A escolha do imóvel adequado, por exemplo, pode fazer uma grande diferença. “Se você alugar um imóvel perto do trabalho, pode ser que pague um pouquinho mais de aluguel, mas vai conseguir economizar no transporte e no tempo de deslocamento”, explica Aline. 

O tipo do apartamento ou da casa também deve ser bem analisado. “Se você alugar um imóvel que já seja mobiliado, por exemplo, não vai precisar descapitalizar e sair comprando um monte de móveis para colocar na casa. Então isso pode ser uma facilidade”.

Já algumas contas, como a de energia, só poderão ser analisadas quando você começar a morar sozinho. Ao longo dos meses, poderá identificar com o que consegue economizar e diminuir despesas. Por exemplo: um banho mais rápido ou não deixar todas as luzes acesas quando não precisar.

Mesmo assim, Aline reforça que é preciso deixar um montante certo para pagar cada conta. Assim, evita alguns sustos, como perceber que o dinheiro ao final do mês não vai ser o suficiente.

Lembre-se das despesas menores

Além dos gastos básicos da moradia, é bom não se esquecer de outras despesas que podem fazer a diferença em sua renda, como as contas de internet e TV e taxas extras do condomínio. O IPTU, por exemplo, não pode ser deixado de lado. “Às vezes as pessoas não sabem, mas quando alugam um imóvel, são responsáveis pelo IPTU. Então isso tem que entrar no orçamento também”, diz a educadora.

E como pretende manter sua casa nova organizada? Você pretende fazer a própria limpeza ou vai contratar alguém para fazer a faxina? Esse é um exemplo de gasto que às vezes não é lembrado, mas que precisa estar anotado na ponta do lápis. “Quais contas vai precisar pagar? É bem interessante que você pare para refletir sobre isso. E não refletir por alto, mas colocar tudo no papel”, finaliza Aline.


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