O Programa Na Ponta do Lápis é a nova aposta do Ministério da Educação (MEC). A iniciativa quer transformar a maneira como jovens lidam com o dinheiro desde cedo. Lançado oficialmente por meio de uma portaria publicada no dia 9 de julho, o programa busca inserir a educação financeira nas escolas públicas de ensino fundamental e médio.
A Na Ponta do Lápis tem como meta preparar os estudantes para tomar decisões mais conscientes. Sejam elas sobre consumo, compreender impostos, planejar o futuro ou mesmo para desenvolver autonomia em relação à vida financeira. A adesão ao programa será voluntária. Os estados e municípios que optarem por participar precisarão assinar um termo de compromisso com o MEC.
Ao aderirem, as redes de ensino terão acesso a formação continuada de professores, apoio técnico e recursos financeiros. O conteúdo será integrado ao currículo escolar de forma alinhada à Base Nacional Comum Curricular (BNCC).
Segundo dados do Censo Escolar 2024, a expectativa é que mais de 30 milhões de estudantes e 2 milhões de professores sejam impactados pelo projeto.
Educação financeira desde cedo para evitar armadilhas no futuro
A criação do Programa Na Ponta do Lápis ocorre em um momento estratégico. O Brasil está envelhecendo em ritmo acelerado. Com isso, o modelo previdenciário atual pode não ser suficiente para garantir a segurança financeira das próximas gerações.
Apesar desse cenário, a maioria dos jovens ainda não pensa em aposentadoria. Dados da Anbima mostram que apenas 10% da geração Z (16 a 28 anos) investe com foco na velhice. Entre os millennials e a geração X, esse número sobe para 12%. Ainda assim, 82% dos brasileiros não aposentados não começaram a fazer uma reserva para o futuro.
Segundo Gleisson Rubin, diretor do Instituto de Longevidade MAG, existe uma urgência de mudanças estruturais na forma como o país trata temas como previdência e educação financeira. Inserir essas discussões nas escolas pode ser um passo decisivo para transformar a cultura financeira do país.
O que é o Programa Na Ponta do Lápis
Criado pelo MEC, o Programa Na Ponta do Lápis tem como foco promover a educação financeira, fiscal, previdenciária e securitária dentro da educação básica. A proposta é que o conteúdo não seja tratado de forma isolada, mas esteja presente em disciplinas diversas, com abordagem transversal.
O objetivo principal do programa é ajudar estudantes a entender melhor o funcionamento do dinheiro. Isso inclui decisões de consumo, o papel dos impostos, a importância de seguros e da previdência, além de estimular o planejamento de longo prazo.
A formação dos professores será um dos pilares da iniciativa. Eles serão preparados para mediar discussões com os alunos, propor atividades práticas e incentivar o pensamento crítico sobre escolhas financeiras no dia a dia.
Crédito: Ministério da Educação/Gov.com
Programa Na Ponta do Lápis será integrado a outras ações
O MEC informou que o Programa Na Ponta do Lápis será articulado com outras políticas públicas, como o programa Pé-de-Meia, que oferece incentivo à permanência escolar. Juntas, as ações visam não apenas melhorar o desempenho educacional, mas também contribuir para a inclusão social e econômica dos jovens brasileiros.
Para garantir a implementação do programa, será criado um comitê estratégico com representantes de diferentes órgãos do governo. Entre eles, estão o Ministério da Fazenda, Banco Central, Receita Federal, Ministério da Previdência Social, Caixa Econômica, Comissão de Valores Mobiliários (CVM), Superintendência de Seguros Privados (Susep), Undime e Consed.
Esse grupo será responsável por definir diretrizes, metas e recomendações que devem nortear os planos de ação locais. Cada estado ou município terá autonomia para adaptar a execução às suas necessidades e realidades.
Como será feita a adesão ao programa
A adesão ao Programa Na Ponta do Lápis é opcional. Cada estado, município ou o Distrito Federal poderá decidir se quer integrar a proposta. Para isso, é necessário firmar um termo de compromisso com o MEC.
Além da formação continuada de professores, as redes que aderirem ao programa receberão apoio técnico. Ainda terão recursos financeiros para aplicar os conteúdos em sala de aula. Os temas serão alinhados à BNCC e poderão ser trabalhados de forma integrada com outras disciplinas, como matemática, ciências humanas e linguagem.
As orientações para a aplicação prática do programa nas escolas ainda serão definidas pelo comitê estratégico. Até lá, o MEC seguirá em articulação com os parceiros para garantir a estrutura necessária ao início das atividades.
A expectativa é de que o Programa Na Ponta do Lápis contribua para a formação de uma geração mais consciente, preparada e dona de suas escolhas financeiras.
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