Pode até não ser o seu sonho, mas com certeza viver de renda sem precisar trabalhar é o sonho de muitos brasileiros. Com a aposentadoria se tornando uma meta cada vez mais distante, após a aprovação da reforma da Previdência, gozar do merecido descanso com rendimentos que possibilitem um certo bem-estar financeiro é algo que precisa ser buscado de outras formas. Mas quais seriam esses caminhos?
O especialista em finanças pessoais da MAG Investimentos Hirbis Girolli garante que é possível viver de renda. No entanto, a jornada pode não ser rápida nem muito menos fácil. “Você precisa ter um plano que tenha por trás um método que funcione. Porque, em geral, é um projeto que requer gastar bem, poupar certo, investir melhor e até mesmo ganhar mais”, explica Girolli.
Então, antes de dar o primeiro passo, é preciso entender um pouco mais sobre os tipos de renda que você pode escolher para isso.
3 tipos de renda
A mais barata
São retiradas mensais que consomem o patrimônio acumulado. Imagine que você quer viver desse tipo de renda a partir dos 60 anos fazendo retiradas até os 100 anos. Serão 40 anos de resgates, o que equivale a 480 meses.
Então, se quiser receber R$ 1 mil por mês, você terá que acumular em torno de R$ 480.000 até completar 60 anos de idade. Para simplificar, estamos ignorando o efeito dos juros, que trabalharão a nosso favor.
Neste tipo de renda, você tende a não deixar nada para herdeiros, caso viva integralmente o período planejado.
A mais cara
A mais citada forma de viver de renda é aquela em que você consome apenas o rendimento real de suas aplicações. Então, no exemplo acima de R$ 1 mil por mês (R$ 12 mil, por ano), você precisa ter uma aplicação que gere 12 mil no ano apenas em rendimentos acima da inflação.
No cenário atual, está difícil conseguir 1 ou 2% ao ano acima do IPCA em investimentos conservadores. Para sermos prudentes, vamos assumir que você consiga 1% ao ano. Portanto, você teria que juntar R$ 1,2 milhão até os 60 anos para viver desse tipo de renda pelo tempo que fosse. Essa modalidade de renda também é chamada de “renda perpétua”.
Neste caso, você ainda conseguiria manter o valor real do principal (R$ 1,2 milhão) e o deixaria para seus herdeiros.
As intermediárias
Entre as duas possibilidades citadas acima, existem muitas alternativas intermediárias que combinam as a mais cara e a mais barata ou incluem uma terceira alternativa, que é a contratação de uma renda em uma seguradora.
Neste caso, o custo final tende a ficar entre os R$ 480 mil e R$ 1,2 milhão, considerando o nosso exemplo simplificado.
Veja quais são os passos para você conseguir viver de renda. Foto: William Potter / Shutterstock.
O que fazer para viver de renda?
Bem, agora que você já sabe quais são as possibilidades para viver de renda, vamos ver os passos para se chegar lá.
- Primeiro passo: defina o valor da renda mensal que você deseja e a idade que quer começar a viver dela.
- Segundo passo: escolha uma das possibilidades de renda acima (mais cara, mais barata ou intermediária). Como vimos, a resposta vai depender, entre outras coisas, se você quer ou não deixar algum valor para herdeiros.
- Terceiro passo: com essas informações, você poderá calcular o montante que precisa juntar até atingir determinada idade para conseguir viver de renda.
- Quarto passo: com o valor calculado e sabendo quanto tempo você tem para juntá-lo, calcule o valor mensal que você precisa poupar
- Quinto passo: caso esse valor não caiba no seu orçamento atual, escolha um método para fazer o seu dinheiro sobrar mais ou formas de aumentar seus ganhos.
- Sexto passo: agora, a depender do tempo que você tenha para juntar, escolha uma carteira de investimentos diversificada e balanceada, de acordo com o seu perfil de risco. Por exemplo, digamos que você tenha entre 5 e 10 anos para juntar. Neste caso, vale a pena incluir investimentos que aumentem seus ganhos.
Havendo dificuldade para executar alguns desses cálculos ou para escolher uma carteira de investimentos adequada, que possibilite viver de renda, vale a pena procurar um Planejador Financeiro ou um Corretor de Seguros de Vida e Previdência. Muitos desses profissionais poderão auxiliar nesses cálculos sem nenhum custo ou compromisso.
É importante ter em mente que viver de renda nada mais é do que uma forma de atingir a independência financeira definitiva em relação ao trabalho. Significa que você estará protegido contra o risco de diminuição da sua capacidade de gerar renda no futuro, cuidando da sua longevidade financeira.
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