“Eu vou chamar o síndico: Tim Maia!”. Os versos da canção “W/Brasil”, de Jorge Ben Jor, estão na lista dos mais cantados em festas desde a sua composição, em 1990, para divertir pessoas de todas as idades. Mas também podem ser entoados de forma jocosa sempre que algum problema acontecer em um edifício, afinal de contas, quem, além do síndico de condomínio, seria a pessoa mais indicada para resolver questões envolvendo os moradores?
De acordo com o Artigo 1.347 do Código Civil, o síndico de condomínio deve ser eleito em assembleia por prazo não superior a dois anos, o qual poderá se renovar. Seus deveres envolvem as operações do dia a dia de um edifício, variando de acordo com as necessidades dos proprietários. Gestão financeira, cobrança, impostos, folha de pagamento de funcionários, abastecimento, obras e reparos e até serviço de psicólogo, quando for preciso entender as dores dos proprietários e acalmar os ânimos.
Especialista fala sobre o trabalho de síndico de condomínio
Com tantas atribuições, torna-se cada vez mais difícil encontrar interessados em ocupar a vaga de síndico de condomínio. Para dar uma mãozinha, conversamos com o consultor em administração condominial Sérgio Murilo Rosa, que nos ajudou a listar algumas vantagens de se tornar síndico do seu condomínio.
Prós e contras da vida de um síndico de condomínio
“Se você falar dos pontos negativos de assumir a sindicância do condomínio, todo mundo foge”, brinca o consultor. “Até porque os aspectos civil e criminal estão aí. O síndico pode ser responsabilizado civil e criminalmente por omissão, sem importar se a pessoa tenha ou não conhecimento técnico. Se ele assumiu essa responsabilidade, ele tem que buscar conhecimento técnico, tem que estar integrado ao sistema e conhecer, contratar pessoas específicas e profissionais da área”, explica Sérgio Murilo.
O primeiro ponto positivo, na opinião do consultor, é a preservação patrimonial, que refletirá diretamente na valorização.
"(...) a pessoa tem que trabalhar e focar na preservação do patrimônio e na valorização, para que a administração não caia em mãos erradas”
“Essa é a consciência que todos devem ter. Dos problemas nós já sabemos todos, e ainda tem mais alguns que podem aparecer. Mas a consciência que todo mundo tem que ter num ambiente condominial, seja ele de qualquer espécie, residencial, comercial ou misto, é que a pessoa tem que trabalhar e focar na preservação do patrimônio e na valorização, para que a administração não caia em mãos erradas”. Sérgio explica que, embora o termo “mãos erradas” possa dar a impressão de um ato ilícito, na verdade ele se refere a atos de desconhecimento de causa. “Falo do despreparo. E aí você pode ter o seu bem depredado. Depois, pra recuperar, é difícil”.
Reunião de condomínio. Créditos: Mind Pro Studio/shutterstock
Por não trabalhar sozinho, o síndico precisa lidar com funcionários de diferentes funções e demandas, além de fornecedores e colaboradores. Com isso, ele adquire habilidades fundamentais como saber delegar tarefas e gerenciar equipes, o que o fará evoluir pessoal e profissionalmente.
Um segundo ponto positivo apontado por Sérgio Murilo é o pró-labore destinado ao síndico. “Atualmente, existem na sociedade muitos condomínios em que o síndico tem uma remuneração específica. E como a coisa está muito profissional, aquele que tem um conhecimento técnico, tem uma remuneração até razoável dentro do sistema”, pontua.
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A isenção do condomínio é outro benefício apontado pelo consultor, embora, em sua opinião, este seja mais visto como uma ajuda de custo. “É o benefício que mais se usa no incentivo para que pessoas assumam essa atividade. Usar a isenção condominial como estímulo”.
Ainda na opinião do especialista, o convívio social também pode ser apontado como um dos benefícios. “Dependendo do ambiente, ele pode te proporcionar um ótimo aprendizado nas áreas de relacionamento, gestão de conflitos e de pessoas. Existe muita gente fechada em seus problemas e em seu trabalho, sem aquela questão do ambiente social, da convivência em sociedade. Nesse ponto, a atividade de síndico faz com que a pessoa tenha esse ganho social”, enfatiza Sérgio.