As famílias brasileiras enfrentam diversas dificuldades financeiras ao longo da vida, especialmente aquelas de menor renda. De acordo com os dados mais recentes da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF), a maior parte dos rendimentos dessas famílias é direcionada para despesas correntes, principalmente habitação, alimentação e transporte. Gastar menos, nesses casos, é desafiador.
Nos primeiros anos da vida adulta, os gastos geralmente ultrapassam a renda disponível dos brasileiros de menor renda. Em média, aos 20 anos de idade, as pessoas chegam a gastar 135% do que ganham, considerando doações, pensões e mesadas, entre outras alternativas. Com isso, é natural que recorram ao crédito para cobrir as despesas. Isso significa que não há margem para poupança. Somente após os 50 anos é que esses gastos começam a diminuir proporcionalmente, permitindo um maior equilíbrio financeiro.
Nesse período, algumas despesas, como vestuário e educação, reduzem-se, e as despesas de consumo passam a representar 97,3% da renda média. "No entanto, os gastos com assistência à saúde aumentam significativamente, passando de 5% da renda na faixa dos 30 anos para 7% aos 50 e 10% aos 70", explica Gleisson Rubin, diretor do Instituto de Longevidade MAG.
Para as famílias de maior renda (percentil 80), a situação é diferente. Desde a juventude, os gastos se mantêm abaixo da renda. Quando estão na faixa dos 20 anos, os membros dessas famílias destinam 92% de seus rendimentos ao consumo, possibilitando a construção de uma reserva financeira com o que sobra. Na faixa dos 70 anos, o percentual destinado ao consumo cai ainda mais, para 75%.
Crédito: Urtimud Production/Shutterstock
Gastar menos e bem: um pilar da Longevidade Financeira
Diante desse cenário, um dos pontos importantes é consumir com consciência. O pilar "Gastar Bem" da Longevidade Financeira enfatiza a importância de escolhas financeiras inteligentes para garantir um futuro mais seguro. Ou seja, é preciso aprender a gastar menos com itens e serviços desnecessários.
Segundo a educadora financeira Mariliane Chaves Caramão, muitas pessoas acreditam que pequenos gastos extras não fazem diferença. No entanto, o problema está na repetição diária desses pequenos gastos, que podem comprometer uma parte significativa da renda ao longo do tempo. "Durante um ano, são 365 oportunidades de descontrole financeiro", alerta.
Viver no limite da renda e recorrer ao crédito para adiantar o consumo gera o pagamento de juros e compromete o consumo futuro. Ao contrário, gastar menos do que se ganha permite poupar e investir. Trata-se de criar rendimentos que poderão ser usufruídos no futuro.
Além de conhecer os próprios hábitos financeiros, é fundamental estabelecer objetivos claros. "Ter objetivos é dar forma e limites ao dinheiro. Para a maioria das pessoas, o dinheiro não vai sobrar espontaneamente, então esperar por isso é um erro. É preciso planejamento e direção", afirma Mariliane.
Pesquisar preços, buscar descontos e renegociar contratos de serviços, como planos de saúde e telefonia, são medidas que podem resultar em economias significativas, segundo a especialista.
Ganhar Mais para complementar a renda
Outra alternativa para driblar o descompasso entre ganhos e gastos é buscar fontes adicionais de renda. Atividades como consultorias, trabalhos freelance e monetização de hobbies podem ajudar. Outros exemplos são fazer renda extra com aplicativos de transporte ou aluguel de imóveis por meio de plataformas como o Airbnb.
Além disso, com o aumento da expectativa de vida, manter-se ativo no mercado de trabalho é uma estratégia importante. Participar de eventos voltados à longevidade pode ajudar na atualização profissional e na busca por novas oportunidades. "A capacitação constante tem um peso cada vez maior em um país que envelhece rapidamente. Atualmente são muitas as possibilidades para aprender, inclusive online e gratuitas, e o aprendizado deve acontecer ao longo de toda a vida", finaliza Gleisson Rubin.
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