Você sabia que dentre 40,7 milhões de aposentadorias pagas pelo INSS, cerca de 70% são de apenas até um salário mínimo? Isso mesmo! Os dados do INSS referentes a dezembro de 2024. Eles mostram que a maior parte dos aposentados que recebem pelo Instituto - 28,5 milhões - ganha no máximo R$ 1.518 reais. Você consegue ou conseguiria viver com esse valor?

Já os que ganham acima do piso nacional integram os 30% restantes. Ou seja, 12,2 milhões. O teto previdenciário, porém, que é de R$ 8.157,40, é recebido por apenas 10,6 mil beneficiários. Isso significa menos de 1% do total de pagamentos. 

Segundo Gleisson Rubin, diretor do Instituto de Longevidade, muitas pessoas ainda precisam se dar conta de que o planejamento relacionado à aposentadoria é cada vez mais fundamental. "Sabemos que o Brasil está envelhecendo e que, em breve, haverá mais idosos do que jovens na população, algo que afetará em cheio a Previdência Social. Mas, em paralelo, o cenário atual já nos mostra que a maior das aposentadorias pagas pelo INSS são de um valor baixo, de até um salário mínimo. Ou seja, apenas uma pequena fatia dos aposentados recebe um valor maior, por isso depender unicamente da aposentadoria pública nunca deveria ser uma opção", avalia. 

Maior parte das aposentadorias pagas pelo INSS são de até um salário mínimoFoto: Polina Tobitosova/Shutterstock

A realidade da renda nos domicílios mais pobres

De acordo com a última Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF), realizada pelo IBGE, apesar de, na maior parte dos casos a renda proveniente do INSS ser de até um salário mínimo, ela é muito importante para famílias de baixa renda com moradores a partir de 60 anos. "Somada a benefícios não previdenciários, como o BPC, Bolsa Família, pensões e até mesmo ajuda financeira de familiares, o valor representa 50% da renda dos domicílios mais pobres com moradores a partir de 60. Esse dado revela a forte dependência das famílias em relação aos benefícios sociais para a manutenção de suas despesas básicas, mas também reforça a importância de se pensar no futuro desde cedo", afirma Gleisson.

Ele explica que se trata de uma média da renda dos 20% de domicílios com menor rendimento, havendo diversas combinações possíveis, como, por exemplo, um morador aposentado e outro ativo morando na mesma casa, dentre tantas outras. "Mas é possível entender que tanto os idosos dependem desses benefícios, quanto a renda dos idosos é essencial para o equilíbrio financeiro de muitos lares brasileiros", avalia o executivo. 

O diretor do Instituto de Longevidade ressalta que o planejamento financeiro individual deve ser encarado com mais disciplina para quem deseja mudar a realidade financeira futura para melhor. "Contar exclusivamente com o INSS já é difícil hoje. E pode se tornar ainda mais arriscado no futuro, à medida que o sistema previdenciário enfrenta dificuldades para se sustentar", alerta. 

Aposentadorias pagas pelo INSS: pacto intergeracional não funcionará mais

As mudanças mais recentes na composição demográfica do Brasil mostram que o pacto intergeracional existente hoje não funcionará mais no futuro. Para exemplificar, os idosos já representam 15,8% da população brasileira, enquanto em 2010 eram 10,8%. No mesmo período, o número de crianças e adolescentes (0 a 14 anos) caiu de 46 milhões para 40,1 milhões, uma redução de 12,8%. "É como se, anualmente, o Brasil contasse com um milhão de idosos a mais e 500 mil crianças e adolescentes a menos. Se essa tendência de envelhecimento continuar como esperado, não haverá quem dê conta das aposentadorias pagas pelo INSS", avalia Gleisson Rubin. 

No cenário atual, o executivo ressalta a importância do INSS como fonte de renda para a população idosa de baixa renda, mas também evidencia a limitação dos valores recebidos pela maioria dos aposentados no Brasil. "Para evitar a dependência exclusiva desses benefícios, é fundamental adotar estratégias de planejamento financeiro desde cedo, assegurando uma aposentadoria com mais conforto e segurança", conclui.


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