A inflação é vista como vilã na economia. Ela corrói o poder de compra e dificulta a capacidade de poupar e planejar o futuro. Afinal, como guardar dinheiro se os preços de bens e serviços não param de subir?

Segundo Gleisson Rubin, diretor do Instituto de Longevidade MAG, a inflação faz o dinheiro valer menos com o tempo. “Isso obriga as pessoas a desembolsarem quantias maiores para pagar pelas mesmas coisas”, explica.

Para quem deseja poupar e planejar a aposentadoria, o impacto é grande. “A inflação representa uma ameaça, pois os preços sobem continuamente, enquanto o dinheiro guardado perde valor real. Isso torna mais difícil acumular patrimônio e exige que os investimentos tenham retornos maiores apenas para manter o poder de compra”, destaca Rubin.

Inflação já foi temor da economia brasileira nos anos 80 e 90Crédito: Rafastockbr/Shutterstock

A inflação no passado e em tempos atuais

Historicamente, o Brasil já teve graves problemas relacionados à hiperinflação. O país chegou a ter índices que ultrapassavam 2.000% ao ano nas décadas de 80 e 90, corroendo salários e desorganizando o cenário econômico.

Ao longo dos anos, o governo usou medidas para conter a escalada de preços, incluindo congelamento de salários, criação de novas moedas e planos econômicos. No entanto, muitas dessas tentativas fracassaram devido à falta de controle fiscal e à indexação da economia. Somente com o Plano Real, lançado em 1994, o país conseguiu debelar a hiperinflação e restabelecer a confiança econômica.

Atualmente, a situação da inflação no Brasil é muito diferente daquela de décadas atrás, mas ainda exige atenção. A expectativa média para o IPCA - índice que mede o aumento de preços -, divulgada neste mês de fevereiro pelo Banco Central, subiu de 5,51% para 5,58% para o ano de 2025. Trata-se de um percentual acima da meta estipulada pelo governo, que é de 3%, com intervalo de tolerância de até 4,5%.

Segundo o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, o cenário ainda será desconfortável para as empresas e famílias neste ano. Com uma inflação além da meta, a expectativa para a taxa de juros também sobe, e o mercado acredita que a Selic feche 2025 em 15%. Trata-se de uma oportunidade para quem tem dinheiro para investir, mas uma situação difícil para a maior parte da população. Entenda melhor nesta matéria que preparamos.

Os preços para os longevos

Com relação à população idosa, a inflação costuma ser um problema ainda mais significativo, principalmente em razão da dependência de rendas fixas, como aposentadorias e pensões. Esses benefícios podem não acompanhar o ritmo acelerado do aumento dos preços.

Segundo o IPCA 50+, medido pelo Instituto de Longevidade e divulgado nesta semana, a inflação para os longevos ficou acima da inflação geral em janeiro: 0,27% frente a 0,16%. “O IPCA 50+ é calculado a partir da ponderação dos mesmos itens do IPCA apenas para famílias chefiadas por pessoas com 50 anos ou mais de idade. Ele nos mostra que o peso de determinados itens é maior, como saúde e cuidados pessoais, que representam 15,8% das despesas para os mais velhos e 13,5% para a população em geral. Muito disso se deve ao maior uso de medicamentos e aumentos nos planos de saúde”, explica Gleisson Rubin.

Gastar no presente em vez de investir no futuro

Um cenário em que a inflação é maior que a esperada prejudica a poupança futura da população. Essa situação é especialmente problemática no Brasil, que enfrenta um rápido envelhecimento populacional e um sistema de Previdência Pública em crise.

Com menos jovens ingressando no mercado de trabalho e mais idosos necessitando de benefícios, a sustentabilidade do sistema previdenciário é colocada em xeque, enquanto a poupança privada e um planejamento futuro se tornam fundamentais para garantir uma aposentadoria tranquila.

Em um cenário inflacionário, entretanto, poupar se torna um desafio, pois o aumento de preços pressiona as famílias a gastarem mais no presente em vez de realizarem investimentos para o futuro.

"Sem planejamento adequado e políticas econômicas eficazes, o país corre o risco de ver uma geração de idosos com poder de compra insuficiente para manter um padrão de vida digno. Neste cenário, a educação financeira se torna ainda mais importante para que cada brasileiro saiba driblar os desafios econômicos e planejar a própria vida financeira no longo prazo”, finaliza o diretor do Instituto de Longevidade. 


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