Pegue uma fita métrica e posicione-a sobre o umbigo. Relaxe o abdômen e expire. Se a medida ultrapassar 88 cm, na mulher, e 102 cm, no homem, é hora de ligar o alerta. “A gordura abdominal potencializa as doenças cardiovasculares”, explica o supervisor de cardiologia clínica do HCor (Hospital do Coração), Ricardo Pavanello.

Segundo o Afirmar, estudo com pacientes brasileiros que reproduziu o internacional Interheart, “o conjunto de alguns fatores de risco – alterações no nível de glicemia, hipertensão arterial, obesidade abdominal e tabagismo –, denominado síndrome metabólica, aumenta em até cinco vezes a chance de o indivíduo ter um infarto, independentemente de ser homem ou mulher”.

Como a gordura abdominal em excesso pode ser facilmente identificada, ela ganha destaque quando o assunto é prevenção de doenças do coração, que matam 17 milhões de pessoas por ano, em todo o mundo. “Uma coisa é você fazer um exame de sangue para saber qual é o valor de uma das frações do seu colesterol, o LDL; outra é pegar uma fita métrica e fazer uma medida da sua circunferência. É mais fácil e mais impactante em termos de saúde pública”, avalia.

É comum que paciente com excesso de gordura abdominal tenham associados outros fatores de risco. Mas, segundo Pavanello, não só a gordura subcutânea (que se localiza à frente dos músculos abdominais) é perigosa. A perivisceral (que se acumula entre as alças intestinais e os órgãos internos, como fígado e intestino) favorece a proliferação de células que produzem substâncias inflamatórias que se alojam nos vasos sanguíneos. “As placas de gordura que se formam dificultam a passagem do sangue, o que pode causar infartos e derrames”, exemplifica.

Então, por si só, a obesidade abdominal é desencadeadora de alterações metabólicas que podem potencializar em 3,5 vezes o risco de doenças do coração. Por isso, se a sua circunferência está fora do valor recomendado, é hora de reduzi-las. E a balança não precisa mudar muitos dígitos. “Se diminuir o peso corporal em 10%, você reduz o volume da gordura visceral em quase 40%”, diz o cardiologista.

5 medidas para reduzir a gordura abdominal

1. Pratique exercícios físicos regularmente, de três a cinco vezes por semana;

2. Dê preferência a atividades aeróbicas, como andar de bicicleta, caminhar, correr ou nadar;

3. Troque carboidratos de rápida absorção, como açúcar, arroz e farinha branca, pelos de valor calórico menor e valor proteico maior, como os integrais;

4. Coloque no prato mais proteínas, saladas e frutas;

5. Evite bolos, doces, pizzas e sorvetes.

Mantendo um controle nutricional adequado e praticando exercícios físicos regularmente, é possível reduzir em até 58% o risco de desenvolver doenças cardiovasculares, segundo o supervisor de cardiologia clínica do HCor.

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