Quando se fala em ter uma vida mais longa, em geral, as pessoas possuem fórmulas prontas: comer e dormir bem e fazer exercícios estão entre elas. Porém, existem caminhos bem menos óbvios, e até surpreendentes, para desfrutar de saúde por muitos e muitos anos. Apontamos aqui alguns deles, que passam por hábitos simples do dia a dia e fazem toda a diferença para um bem-estar duradouro. Confira, então, essa espécie de jogo dos 7 acertos para viver por mais tempo.
- Morar em cidades em que predominem hábitos saudáveis
Diga-me onde vives e te direi quantos anos poderás viver. Afinal, os hábitos, bons ou maus, também provêm do exemplo do que está ao redor. Um estudo publicado em 2016 pela Associação Americana de Medicina concluiu que, em cidades que possuem mais iniciativas públicas ou privadas favoráveis à saúde, as pessoas tendem a ser mais longevas, independentemente da classe social a que pertencem. É sabido que, normalmente, quem tem maior poder aquisitivo costuma ter uma expectativa de vida maior pelo acesso mais frequente a cuidados de saúde. No entanto, em localidades nas quais predominam práticas sociais como caminhadas no parque e uso da bicicleta para se locomover, ou vigorem leis como a que proíbe fumar em espaços públicos, o efeito da longevidade é “contaminante”. Claro que somam pontos também nesse quesito a qualidade do sistema público de saúde do lugar e o quanto o município está preparado para acolher as pessoas mais velhas, no que tange, por exemplo, à acessibilidade nos espaços comuns.
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- Usar adequadamente o fio dental
Você já deve ter ouvido conselhos do dentista a respeito da importância do uso do fio dental para a higiene bucal. Os benefícios desse hábito, no entanto, vão muito além de ter dentes e gengivas saudáveis: as bactérias que causam doenças periodontais também podem provocar inflamações nas artérias do corpo, culminando em doenças cardíacas e acidentes vasculares. Uma boca malcuidada, portanto, pode ser porta de entrada para problemas graves de saúde, e o fio dental é um agente de prevenção contra esses males. “Uma inflamação na boca pode resultar em outra que seja crônica em outra parte do corpo”, afirma o dentista Fábio Bibancos, líder do Instituto Bibancos de Odontologia e presidente da ONG Turma do Bem, de dentistas voluntários. Segundo o médico Michael Roizen, autor de “A Idade Verdadeira”, o uso diário do fio acrescenta cerca de seis anos à expectativa de vida de uma pessoa.
- Nutrir laços sociais
Ter amigos costuma aumentar o número de anos de vida. “Manter uma rede de laços sociais fortes é importante para a longevidade”, afirma o médico geriatra Carlos André Uehara, presidente da SBGG (Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia). “E ela deve ser dinâmica, sempre nutrida por novos contatos, mesmo porque pessoas mais velhas perdem muitos conhecidos pela idade avançada deles”, diz. Além de benefícios como a redução do estresse, uma vez que grupos costumam realizar atividades prazerosas juntos, o indivíduo que mantém relações sociais também conta com mais suporte quando precisa de ajuda – no caso de enfrentar um problema de saúde, por exemplo.
- Consumir alimentos com a cor roxa
Adeptos daquela máxima de que o prato que é uma espécie de arco-íris é mais saudável devem se ater a uma cor em particular na hora de comer: o roxo. Alimentos que carregam esse tom são ricos em polifenóis, substâncias químicas que previnem contra doenças cardíacas, câncer, diabetes, osteoporose e Alzheimer. “Pesquisas sugerem que os compostos polifenoicos encontrados nas frutas arroxeadas, como o mirtilo, e também nas vermelhas, como o morango, reduzem inflamações e interferem na comunicação dos neurônios, funcionando como proteção contra déficits nas funções cognitiva e motora relacionados à idade”, afirma a nutricionista Lara Natacci, mestre em ciências pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.
- Praticar a espiritualidade
Ter uma fé fortalece não apenas a alma mas também o corpo. Segundo pesquisas compiladas pelo psicólogo americano Howard Friedman, pessoas religiosas tendem a viver mais tempo. “Quem trabalha melhor a espiritualidade tem sensos de gratidão e de resiliência maiores”, diz o presidente da SBGG. Essa característica envolve atividades motivadoras, como a de prestar serviços voluntários na comunidade. “Pessoas mais velhas acabam se sentindo úteis ao adquirir uma função social relacionada à religião, como a de organizar cerimônias de celebração”, afirma. “Elas se sentem responsáveis pela realização desses rituais e encontram assim uma razão para viver.”
- Estar sempre em movimento
“Atividades físicas regulares não significam apenas exercícios físicos programados, como corrida e musculação”, diz o médico geriatra. “Ser ativo é sair da cadeira, ficar mais em pé, usar a escada em vez do elevador, descer do ônibus um ponto antes do previsto para caminhar um pouco”, orienta. Pessoas que estão sempre em movimento reduzem os riscos de sofrer um infarto ou um AVC. Nessa dinâmica para ter uma vida mais longadw, contam pontos ações como lavar o carro, cuidar do jardim, limpar a casa, brincar com o neto e passear com o cachorro. “Quem tem um animal de estimação pode viver mais também por conta desse exercício que se faz ao sair com o bichinho”, sinaliza.
- Morar perto de lugares verdes
Pesquisas americanas apontam que viver em bairros mais verdes das cidades minimiza a incidência de uma série de doenças, como diabetes e hipertensão, e aumenta a expectativa de vida em cerca de três anos. De acordo com um desses estudos, liderado por Peter James, professor da Universidade Harvard e publicado em 2016, a proximidade da natureza reduz em até 12% a taxa de mortalidade das pessoas, e essa queda é acentuada sobretudo pela diminuição das mortes por problemas respiratórios.
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