O sonho da fase pós-trabalho é quase sempre dourado. Inclui mais tempo com a família, viagens, passeios, saídas frequentes com amigos e por aí vai. É mais prazeroso ver o que reluz, mas é preciso também ter atenção ao que pode virar pesadelo e destruir a felicidade do casal aposentado.

Essa etapa de vida apresenta uma série de desafios a dois. Com a agenda menos cheia, é verdade que sobra mais tempo para o namoro. Mas também coloca em xeque a individualidade e amplia as chances de rusgas no dia a dia.

Também é fato que conhecer novos lugares é facilitado por um lado. No entanto, para a maior parte dos casais, a aposentadoria chega com uma redução significativa de renda, o que pode inviabilizar programas mais caros.


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Há quem defenda que sobreviver à aposentadoria em dupla exija um manual de informações, como a escritora Miriam Goodman. Autora de “Reinventing Retirement: 398 Bright Ideas About Family, Friends, Health, What to Do and Where to Live” (Reinventando a Aposentadoria: 398 ideias brilhantes sobre família, amigos, saúde, o que fazer e onde viver, em tradução literal) e “Too Much Togetherness: Surviving Retirement as a Couple” (Companheirismo Demais: sobrevivendo à aposentadoria como casal, também em tradução literal), ambos não disponíveis em português. Para ela, é uma das maiores transições de vida, mais especificamente uma perda. E, como toda perda, exige tempo de luto.

Em suas investigações, Miriam entrevistou centenas de homens e mulheres com mais de 60 anos de idade que estavam aposentados ou em vias de se aposentar. O mais chocante, segundo ela, foi identificar o nível de negação e protelação ao pensar sobre a união. Ainda que muitos dos entrevistados tenham sido diligentes em poupar e investir, poucos consideraram o choque psicológico que geralmente acompanha o fim de uma carreira.

A autora conta que homens e mulheres são afetados de forma diferente. Para elas, a aposentadoria parece ser menos traumática, porque são multitarefa e porque o trabalho é apenas um dos muitos aspectos gratificantes da vida, enquanto, para eles, o emprego é uma das partes mais importantes da existência.

“O modo como a pessoa vivencia a aposentadoria é individual, independentemente de gênero.”

A psicóloga e neuropsicóloga Elaine Di Sarno discorda. “O modo como a pessoa vivencia a aposentadoria é individual, independentemente de gênero.” Mas concorda que essa é uma fase que chega carregada de desafios para eles e para elas. Os homens param de ser provedores e veem mudar seu status social. As mulheres se voltam para o envelhecimento em uma sociedade que valoriza a juventude, a beleza e a magreza.

Planejamento de um casal aposentado

Segundo Miriam, elas se preocupam com os maridos: eles têm planos sobre hobbies e outras atividades, mas nenhum pareceu considerar como o tempo a mais juntos afetaria o casamento. “Os mesmos problemas e as mesmas rotinas podem gerar mais atrito”, sinaliza a psicóloga Monica Machado.

Ainda que os planos de futuro possam não ser os mesmos para ambos, há algumas estratégias que podem ser tomadas para que o casal aposentado viva uma fase mais prazerosa. E a primeira é uma análise individual, segundo Monica, ainda antes do fim da vida laboral: Quais são suas metas e propósitos?


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Só com resposta a perguntas sobre desejos e objetivos de vida é que se pode passar para um segundo passo: a análise como casal. De que forma é possível combinar os interesses de ambos? O que querem fazer em conjunto? Quanto tempo para si, como indivíduo e não como casal, reservar? Como querem fazer isso? Quanto terão para gastar?

Tanto a análise individual quanto a do casal têm de ser refeitas de quando em quando. O primeiro olhar para a aposentadoria pode estar enviesado pelo cansaço e pelo tal sonho dourado de ter tempo livre para fazer o que quiser. E o desenho de cenários pode ficar comprometido, o que exige questionamentos periódicos.

Quando a pergunta “o que eu faço com tanta liberdade?” aparecer, é preciso tê-la como sinal. E não um para avançar rumo a todas as metas e planos de aposentadoria em um curto período. Mas vale tê-la como uma luz amarela, que sugere desacelerar e parar para pensar.

Cuidados a serem tomados

Os medos que vêm com essa fase, em que se “perde a vitalidade que se buscou durante toda a vida”, segundo Monica, são comuns. E devem ser compartilhados, primeiro dentro de casa, depois com pessoas próximas. “Conversar com outros casais pode solucionar muitas dúvidas e desvendar possibilidades.”


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No carinho com o outro, esses temores podem se diluir. “É uma forma de saber que não está sozinho”, diz a psicóloga. E o zelo por si mesmo também deve estar na lista. “Tem que continuar se cuidando.”

Elaine aconselha a nutrir e resgatar laços sociais. Sair com amigos e manter programas culturais. Cursos, palestras e atividades físicas também devem entrar na lista. “A gente aprende tudo”, até a passar muito bem por essa fase como um casal aposentado.

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