No dia 15 de junho é comemorado o Dia Mundial da Conscientização da Violência contra a Pessoa Idosa. A data, instituída em 2006 pela Organização das Nações Unidas (ONU) e pela Rede Internacional de Prevenção à Violência à Pessoa Idosa, tem o objetivo de criar uma consciência mundial, social e política da existência da violência contra a pessoa idosa. Prefeituras e governos estaduais já incluíram a data em seus calendários oficiais e têm cada vez mais desenvolvido ações de conscientização durante todo o mês, o que fez com que o período ficasse conhecido como Junho Violeta.
Para o gerontólogo e gerente do Instituto de Longevidade, Antônio Leitão, estamos diante de uma grande conquista para a sociedade. "Há tempos que levantamos a bandeira, não apenas da não violência contra idosos, mas também da inclusão social desse grupo. O desenvolvimento de ações por parte dos governos nos mostra que essa consciência está sendo disseminada de forma assertiva", destaca Leitão, e comemora: "Todos nós só temos a ganhar com isso".
Estados desenvolvem ações no Junho Violeta
No Distrito Federal (DF), onde a população com mais de 60 anos representa 10,5% do total de habitantes, o mês foi dedicado a discussões sobre os cuidados com esse público.
“Quando se olha para o idoso, podemos ver um ser humano, na maioria das vezes, fragilizado, que já deu contribuição para o país, para a casa, para a sociedade. O que mais espera dos Poderes e da sociedade é carinho, respeito, atenção, amparo, uma garantia de segurança no momento da dor, tristeza, aflição”, afirma o subsecretário de Políticas para o Idoso da Sejus, Washington Mesquita.
Para ajudar na campanha, o Comitê de Emergência Covid-19 cedeu parte das doações recebidas para idosos de unidades de acolhimento social. Ao todo, 130 kits de cama foram distribuídos a idosos que vivem em unidades de acolhimento social.
Em Minas Gerais, a campanha do Junho Violeta teve foco nos trabalhos da Justiça. De acordo com a Delegacia Especializada em Atendimento à Pessoa com Deficiência e ao Idoso, de maio de 2019 a maio de 2020 foram registradas 649 ocorrências de violência contra o idoso e 470 solicitações de medidas protetivas de urgência. O esforço das autoridades resultou na conclusão de 537 inquéritos, que já receberam encaminhamento.
Com a segunda maior população idosa no estado do Rio de Janeiro, o município de São Gonçalo conta com redes de proteção através da Secretaria Políticas Públicas para Idoso. Para conscientizar a população sobre a importância do enfrentamento e do combate à violência contra a pessoa idosa, principalmente durante a pandemia do novo coronavírus, a prefeitura vem desenvolvendo ações no Junho Violeta para garantir o envelhecimento saudável dos cidadão gonçalenses.
“Nosso município tem um número expressivo de idosos e nós, enquanto governo, precisamos acolhê-los com carinho e amor e garantir que seus direitos não sejam violados. O trabalho em rede também é de grande importância para promover ações e serviços voltados para a saúde e o bem-estar dessas pessoas", afirma José Luiz Nanci, prefeito de São Gonçalo.
De acordo com o Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos, as denúncias de violações de direitos humanos contra o grupo de Pessoas Idosas representou a segunda maior demanda do Disque 100 (30% dos atendimentos), perdendo apenas para Crianças e Adolescentes (55%). Em 2019, o Disque 100 recebeu 48.500 denúncias de violência contra o idoso, crescimento de 22,77% em relação ao ano anterior.
Saiba quais são os tipos de violência contra idosos
Violência Física
É o uso da força física para compelir os idosos a fazerem o que não desejam, para feri-los, provocar dor, incapacidade ou morte;
Violência Psicológica
Corresponde a agressões verbais ou gestuais com o objetivo de aterrorizar, humilhar, restringir a liberdade ou isolar do convívio social;
Violência Sexual
Refere-se ao ato ou jogo sexual de caráter homo ou hétero-relacional, utilizando pessoas idosas. Esses abusos visam a obter excitação, relação sexual ou práticas eróticas por meio de aliciamento, violência física ou ameaças;
Abandono
É uma de violência que se manifesta pela ausência ou deserção dos responsáveis governamentais, institucionais ou familiares de prestarem socorro a uma pessoa idosa que necessite de proteção e assistência;
Negligência
Refere-se à recusa ou à omissão de cuidados devidos e necessários aos idosos por parte dos responsáveis familiares ou institucionais. A negligência é uma das formas de violência mais presente no país. Ela se manifesta, freqüentemente, associada a outros abusos que geram lesões e traumas físicos, emocionais e sociais, em particular, para as que se encontram em situação de múltipla dependência ou incapacidade;
Violência Financeira ou econômica
Consiste na exploração imprópria ou ilegal ou ao uso não consentido pela pessoa idosa de seus recursos financeiros e patrimoniais;
Auto-negligência
Diz respeito à conduta da pessoa idosa que ameaça a sua própria saúde ou segurança, pela recusa de prover cuidados necessários a si mesma;
Violência Medicamentosa
É administração por familiares, cuidadores e profissionais dos medicamentos prescritos, de forma indevida, aumentando, diminuindo ou excluindo os medicamentos.
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