Até o momento, o presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) já escolheu os nomes de 19 ministros do seu governo, que tomarão posse em janeiro de 2019, juntamente com o novo presidente. Conheça um pouco da biografia de cada um dos ministros indicados por Bolsonaro até o momento.
André Luiz de Almeida Mendonça (AGU)
Advogado e pastor na Igreja Presbiteriana Esperança, em Brasília, com pós-graduação em direito pela UnB, André Luiz de Almeida Mendonça assumiu o cargo de corregedor-geral da AGU em 2016. Ele agora vai substituir a ministra Grace Mendonça, nomeada para o cargo pelo presidente Michel Temer.
Bento Costa Lima Leite de Albuquerque Júnior (Minas e Energia)
O almirante-de-esquadra Bento Costa Lima Leite de Albuquerque Júnior nasceu no Rio de Janeiro e trabalha atualmente como diretor geral de desenvolvimento nuclear e tecnológico da Marinha. Ele também faz parte do Conselho de Administração da Nuclebras, autarquia que desenvolve o programa nuclear brasileiro. Já atuou como observador de forças de paz da ONU em Saraievo e comandando submarinos da Marinha. Com pós-graduação em Ciência Política pela Universidade de Brasília e MBA em gestão pública pela Fundação Getulio Vargas (FGV), o almirante substituirá Moreira Franco, que atualmente está à frente da pasta.
Damares Alves (Mulher, Família e Direitos Humanos)
Advogada e pastora evangélica, Damares Alves é a segunda mulher a integrar a equipe de mini9stros do presidente eleito, Jair Bolsonaro. Desde 2015, Damares é assessora do senador Magno Malta (PR-ES) e sua escolha agrada a bancada evangélica. Como ministra, ela ficará responsável pela gestão da Fundação Nacional do Índio (Funai), que deixará o guarda-chuva do Ministério da Justiça a partir do ano que vem. Também terá como desafios promover a igualdade de gêneros, cuidar dos direitos das crianças e de pautas polêmicas como LGBT, ciganos e demarcação de terras.
Ernesto Araújo (Relações Exteriores)
Diplomata de carreira há 29 anos, Ernesto Araújo foi definido como um 'brilhante intelectual' pelo presidente eleito Jair Bolsonaro. No Itamaraty, Araújo é o atual diretor do Departamento dos Estados Unidos, Canadá e Assuntos Interamericanos, e deixa o cargo para ocupar o lugar do senador licenciado Aloysio Nunes (PSDB-SP), nomeado pelo atual presidente Michel Temer.
General Augusto Heleno (Segurança Institucional)
Cotado inicialmente para assumir o Ministério da Defesa, o general Augusto Heleno, de 71 anos, assumirá o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) no lugar do general Sérgio Etchegoyen, e terá a missão de coordenar a área de inteligência do governo. Na reserva desde 2011, o general comandou a missão de paz das Nações Unidas no Haiti, foi comandante militar da Amazônia e chefiou o Departamento de Ciência e Tecnologia do Exército.
General Carlos Alberto dos Santos Cruz (Secretaria de Governo)
O general-de-divisão, de 66 anos, comandará a Secretaria de Governo, pasta atualmente ocupada pelo ministro Carlos Marun e que cuida da articulação do governo com o Congresso. Natural de Rio Grande (RS), é formado em Engenharia Civil. Comandou as missões de paz da ONU no Haiti (2007 a 2009) e na República Democrática do Congo (2013 a 2015) e chefiou a Secretaria Nacional de Segurança Pública durante parte da gestão do presidente Michel Temer.
General Fernando Azevedo e Silva (Defesa)
Natural do Rio de Janeiro, o general da reserva Azevedo e Silva já ocupou os postos de comandante militar do Leste e chefe do Estado-Maior do Exército. Também chefiou a Autoridade Pública Olímpica durante a gestão da presidente Dilma Rousseff. Atualmente, é assessor do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli. Ele ocupará a pasta que atualmente é comandada pelo também general Joaquim Silva e Luna.
Gustavo Bebianno (Secretaria Geral da Presidência)
O advogado de 54 anos é um dos conselheiros de Jair Bolsonaro e foi uma das figuras mais próximas ao presidente eleito durante a campanha deste ano. Presidente do PSL, partido de Jair Bolsonaro, até outubro, Bebianno terá a função de modernizar e desburocratizar o Estado.
Gustavo Canuto (Desenvolvimento Regional)
Atual secretário-executivo do Ministério da Integração Nacional, Gustavo Canuto assumirá o Ministério do Desenvolvimento Regional, pasta que reunirá os atuais ministérios das Cidades e da Integração Nacional. Formado em engenharia da computação pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e em direito pelo Centro Universitário de Brasília (UniCeub), Canuto já trabalhou na Secretaria de Aviação Civil, na Secretaria Geral da Presidência da República e na Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).
Luiz Henrique Mandetta (Saúde)
O deputado Luiz Henrique Mandetta assumirá o cargo de ministro da Saúde. Médico e ex-secretário de Saúde de Campo Grande, Mandetta também é contra o programa Mais Médicos, criado em 2013 pela então presidente Dilma Rousseff. O deputado é investigado pelos crimes de fraude em licitação, tráfico de influência e caixa 2 no contrato para implementar um sistema de informatização na saúde em Campo Grande, no período no qual foi secretário.
Marcelo Álvaro Antônio (Turismo)
Marcelo Álvaro Antônio foi o deputado mais votado em Minas Gerais. Integrante da bancada evangélica, o mineiro de 44 anos já participou de comissões externas de acompanhamento de ações sobre o vírus da zika e da situação hídrica dos municípios mineiros. Marcelo Antônio ocupará a pasta no lugar de Vinicius Lummertz, que assumiu em abril deste ano por indicação do presidente Michel Temer.
Marcos Pontes (Ciência e Tecnologia)
O astronauta Marcos Pontes será o próximo ministro da Ciência e Tecnologia. Formado em engenharia pelo Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA), Pontes ficou conhecido quando, em 2006, tornou-se o primeiro e único astronauta brasileiro a viajar para o espaço. Seu grande desafio à frente da pasta será o incentivo à pesquisa e à manutenção de jovens cientistas no Brasil.
Onyx Lorenzoni (Casa Civil)
Atual ministro da transição de governo, Onyx Lorenzoni foi o primeiro nome confirmado pelo presidente eleito Jair Bolsonaro para chefiar a Casa Civil. Formado em Medicina Veterinária pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), presidiu a Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados entre 2008 e 2009. Conhecido como um dos mais ferrenhos opositores do PT e considerado um dos cem parlamentares mais influentes do Congresso, já foi membro de dez Comissões parlamentar de inquérito (CPIs), entre elas, a dos Correios, do Cachoeira e da Petrobras, e relator da Subcomissão de Normas de Combate à Corrupção e da Comissão que analisou medidas de combate à corrupção. Atualmente, é investigado por recebimento de caixa 2 da empresa JBS para campanha eleitoral em 2017.
Osmar Terra (Ministério da Cidadania)
O porto-alegrense Osmar Terra, de 68 anos, será o novo ministro da Cidadania, pasta que reunirá Desenvolvimento Social, Esporte e Cultura. Médico com mestrado em Neurociência, Terra já foi prefeito de Santa Rosa (1993-1996), secretário de Saúde do Rio Grande do Sul e ministro do Desenvolvimento Social no governo de Michel Temer, quando iniciou o desenvolvimento de um programa voltado à população idosa. À frente da pasta, terá como desafios levantar fundos para pagar o 13º salário no Bolsa Família (proposta de campanha de Bolsonaro), além de combater as fraudes no programa.
Paulo Guedes (Economia)
O economista Paulo Guedes, de 69 anos, será o nome forte da Economia no governo de Jair Bolsonaro. O carioca, formado em economia, com mestrado pela Universidade de Chicago, é também professor da PUC-Rio e da FGV, e fundador do Banco Pactual e do Instituto Millenium. Também atuou como colunista dos jornais O Globo e Folha de S. Paulo e das revistas Época e Exame. Guedes irá comandar o ministério da Fazenda, que será fundido com os ministérios do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão e da Indústria, Comércio Exterior e Serviços.
Ricardo de Aquino Salles (Meio Ambiente)
Advogado, natural de São Paulo, Ricardo de Aquino Salles, de 43 anos, é ligado ao Movimento Endireita Brasil e filiado ao Partido Novo. Foi secretário estadual do Meio Ambiente no governo de Geraldo Alckmin e também secretário particular do tucano. Salles é réu numa ação de improbidade administrativa movida pelo Ministério Público de São Paulo, que o acusa de, junto a outras duas pessoas, ter fraudado o processo do Plano de Manejo da Área de Proteção Ambiental da Várzea do Rio Tietê, em 2016, no governo Alckmin.
Ricardo Vélez Rodríguez (Educação)
O filósofo nascido na Colômbia e naturalizado brasileiro em 1997 Ricardo Vélez Rodríguez será o novo ministro da Educação. Autor de mais de 30 obras, mestre em pensamento brasileiro pela PUC-Rio, doutor em pensamento luso-brasileiro pela Universidade Gama Filho e pós-doutor pelo Centro de Pesquisas Políticas Raymond Aron, Rodríguez é professor emérito da Escola de Comando do Estado Maior do Exército. De acordo com o futuro ministro, entre seus maiores desafios à frente da pasta está o de recolocar os ensinos básico e fundamental a serviço das pessoas.
Roberto Campos Neto (Banco Central)
O economista Roberto Campos Neto, de 49 anos, é neto do também economista já falecido Roberto Campos, expoente do pensamento liberal e defensor do Estado minimalista. Formado pela Universidade da Califórnia, com especialização em Economia com ênfase em Finanças pela Universidade da Califórnia, em Los Angeles, trabalhou no Banco Bozano Simonsen de 1996 a 1999, nos cargos de Operador de Derivativos de Juros e Câmbio (1996), Operador de Dívida Externa (1997), Operador da área de Bolsa de Valores (1998) e Executivo da Área de Renda Fixa Internacional (1999). Desde 2000, é diretor do banco Santander.
Sérgio Moro (Justiça)
O juiz Sérgio Moro nasceu em 1972 em Maringá (PR) e se formou em direito na Universidade Estadual de Maringá, com doutorado em direito do estado e especializações em lavagem de dinheiro na Universidade de Harvard, nos Estados Unidos. Ao passar no concurso para juiz com apenas 24 anos de idade, Moro assumiu a 13ª Vara de Curitiba, especializada em lavagem de dinheiro. Atuou no caso Banestado entre 2003 e 2007, quando condenou o doleiro Alberto Youssef pela primeira vez. Em 2012, foi nomeado assessor especial da ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal, no julgamento do mensalão do PT. Mas foi somente em 2014 que Moro assumiu a Operação Lava Jato e se tornou conhecido em todo o país. Em quatro anos à frente do caso, condenou mais de 140 pessoas.
Tarcísio Gomes de Freitas (Infraestrutura)
Ex-diretor do Dnit, Tarcísio Gomes de Freitas assumirá o Ministério da Infraestrutura. Atual consultor legislativo da Câmara dos Deputados, Freitas já foi chefe da seção técnica da Companhia de Engenharia do Brasil na Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti, coordenador-geral de Auditoria da Área de Transportes da Controladoria-Geral da União (CGU) e diretor-executivo e diretor-geral do Dnit. Formado em Engenharia Civil pelo Instituto Militar de Engenharia, com pós-graduação em gerenciamento de projetos e engenharia de transportes, o futuro ministro iniciou sua carreira no Exército, tornando-se, mais tarde, por meio de concurso público, auditor da CGU. À frente da pasta de Infraestrutura, Freitas também comandará o Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil.
Tereza Cristina (Agricultura)
A atual presidente da Frente Parlamentar Agropecuária Tereza Cristina será a segunda mulher a comandar o Ministério da Agricultura. Engenheira agrônoma e empresária, Tereza Cristina foi uma das principais defensoras no Congresso do projeto que muda as regras no registro de agrotóxicos. Já ocupou o cargo de gerente-executiva no Mato Grosso do Sul nas secretarias de Planejamento, Agricultura, Indústria, Comércio e Turismo. Também exerceu os cargos de diretora-presidente da Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e diretora-presidente da Empresa de Gestão de Recursos Minerais.
Wagner Rosário (Transparência e CGU)
Comandando o Ministério da Transparência e CGU desde junho de 2017 por indicação do presidente Michel Temer, Wagner Rosário será mantido na pasta pelo presidente eleito Jair Bolsonaro. Natural de Juiz de Fora (MG), Rosário é graduado em Ciências Militares pela Academia das Agulhas Negras (Aman), com mestrado em Combate à Corrupção e Estado de Direito pela Universidade de Salamanca, na Espanha. Desde 2009, é auditor Federal de Finanças e Controle.