Você já reparou na quantidade de doenças novas que surgiram nas últimas décadas? De alguns anos para cá, uma infinidade de novas mazelas com os nomes mais estranhos do mundo vêm assombrando a vida de médicos e pacientes todos os dias. São tantas e com detalhes tão semelhantes que já se tornou comum, ao procurar um médico com sintomas como febre, dores nas articulações, vômitos e pequenas manchas pelo corpo, ouvir sempre o mesmo diagnóstico: virose!
A Dengue já é uma conhecida de longa data e costuma nos visitar com mais intensidade no verão. Mas de três anos para cá, ela ganhou duas novas parceiras: a Zika e a Chikungunya. A epidemia foi tamanha, que quem não teve uma dessas três doenças, ao menos conhece alguém que já teve.
Na tentativa de conter o problema, o Governo Federal constantemente vem lançando campanhas para conscientizar a população sobre a importância do combate ao avanço da epidemia, fornecendo informações claras às pessoas sobre a forma de contágio, cuidados básicos, tipos de tratamento e, principalmente, desfazendo mitos. Mas com tudo isso, você saberia dizer as diferenças de cada uma delas? Nós fomos em busca dessas informações e trouxemos exclusivamente para você.
Diferenças entre Dengue, Zika e Chikungunya
DENGUE
Identificada no Brasil pela primeira vez em 1986, a Dengue é uma doença viral transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, também conhecido como “tigre asiático”. A cada ano, estima-se que que 50 milhões de novos casos aconteçam em todo o mundo.
Sua principal forma de transmissão é através da picada da fêmea do mosquito, mas há registros de mãe que passou a doença para o bebê e pessoas contaminadas através de transfusão de sangue.
A doença pode ser assintomática, leve ou causar problemas grave, levando até a morte. Normalmente, a primeira manifestação da dengue é a febre alta (39° a 40°C), de início abrupto, que geralmente dura de 2 a 7 dias, acompanhada de dor de cabeça, dores no corpo e articulações, prostração, fraqueza, dor atrás dos olhos, erupção e coceira na pele. Não existe um tratamento específico para dengue. O tratamento é feito para aliviar os sintomas. Quando aparecer os sintomas, é importante procurar um serviço de saúde mais próximo, fazer repouso e ingerir bastante líquido. Importante não tomar medicamentos por conta própria.
CHIKUNGUNYA
Também transmitida pelo mosquito Aedes aegypti e por seu primo, o Aedes albopictus, o vírus da febre chikungunya, no Brasil, foi identificado pela primeira vez em 2014. Chikungunya significa "aqueles que se dobram" em swahili, um dos idiomas da Tanzânia, país do leste da África, e refere-se à aparência curvada dos pacientes que foram atendidos na primeira epidemia documentada naquele país, entre 1952 e 1953.
Os principais sintomas são bem parecidos com os da dengue, como febre alta de início rápido, dores intensas nas articulações dos pés e mãos, além de dedos, tornozelos e pulsos. Pode ocorrer ainda dor de cabeça, dores nos músculos e manchas vermelhas na pele. A boa notícia é que não se pode ter chikungunya por mais de uma vez. Depois de infectada, a pessoa fica imune pelo resto da vida.
Os sintomas começam a aparecer entre dois e doze dias após o contágio. O mosquito adquire o vírus CHIKV ao picar uma pessoa infectada, durante o período em que o vírus está presente no organismo infectado. Cerca de 30% dos casos não apresentam sintomas.
Também não existe vacina ou tratamento específico para chikungunya. Os sintomas são tratados com medicação para a febre (paracetamol) e as dores articulares (anti-inflamatórios). Não é recomendado usar o ácido acetil salicílico (AAS) devido ao risco de hemorragia.
ZIKA
Também transmitido pelo Aedes aegypti, foi identificado pela primeira vez no Brasil em abril de 2015. O vírus Zika recebeu a mesma denominação do local de origem de sua identificação em 1947, após detecção em macacos sentinelas para monitoramento da febre amarela, na floresta Zika, em Uganda.
Cerca de 80% das pessoas infectadas pelo vírus Zika não desenvolvem manifestações clínicas. Os principais sintomas são dor de cabeça, febre baixa, dores leves nas articulações, manchas vermelhas na pele, coceira e vermelhidão nos olhos. Alguns pacientes também apresentam inchaço no corpo, dor de garganta, tosse e vômitos. No geral, a evolução da doença é benigna e os sintomas desaparecem espontaneamente entre 3 e 7 dias. No entanto, a dor nas articulações pode persistir por até um mês. Formas graves e atípicas são raras, mas quando ocorrem podem, excepcionalmente, levar à morte do paciente.
Não existe tratamento específico, nem vacina contra o vírus. O tratamento recomendado é baseado no uso de paracetamol ou dipirona para o controle da febre e manejo da dor. No caso de erupções pruriginosas, os anti-histamínicos podem ser considerados. O uso de ácido acetilsalicílico (AAS) e outros anti-inflamatórios não são recomendados, em função do risco do aumento de complicações hemorrágicas descritas nas infecções por outros flavivírus. Os casos suspeitos devem ser tratados como dengue, devido à sua maior frequência e gravidade conhecida.
Caso observe o aparecimento de manchas vermelhas na pele, olhos avermelhados ou febre, busque um serviço de saúde para atendimento.
› Não tome qualquer medicamento por conta própria.
› Procure orientação sobre planejamento reprodutivo e os métodos contraceptivos nas Unidades Básicas de Saúde.
Previna-se!