Ter longevidade com qualidade de vida está longe de ser uma realidade para a população mundial. Um estudo recente da Mayo Clinic, publicado na JAMA Network Open, revelou um dado preocupante: pessoas estão vivendo quase uma década a mais, mas enfrentando problemas crônicos e limitações de saúde. Isso reforça a necessidade urgente de priorizar o bem-estar.

A pesquisa analisou dados de 183 países membros da Organização Mundial da Saúde (OMS) entre 2000 e 2019. O principal resultado aponta que a diferença entre longevidade e anos vividos com saúde aumentou 13% no período. Globalmente, a lacuna atinge, em média, 9,6 anos. Nos Estados Unidos, o índice é ainda mais alarmante: são 12,4 anos de vida com condições debilitantes.

“Os dados mostram que os ganhos em longevidade não acompanham os avanços equivalentes a uma longevidade saudável. Muitas vezes, envelhecer significa mais anos de vida sobrecarregados com doenças”, afirmou Andre Terzic, diretor da Mayo Clinic. Segundo ele, envelhecer, em muitos casos, significa mais anos sobrecarregados por doenças crônicas e limitações.

Longevidade com qualidade de vida exige mudanças estruturais

O estudo destacou as doenças não transmissíveis (DNTs) como as principais responsáveis pela lacuna entre vida longa e saudável. Entre as principais condições estão doenças cardiovasculares, diabetes, câncer e transtornos neurológicos. Esses problemas representam a “nova pandemia” e afetam países de todos os níveis econômicos.

Outro ponto relevante é a disparidade de gênero. As mulheres vivem, em média, 2,4 anos a mais do que os homens, mas enfrentam maiores limitações. Entre os fatores estão doenças musculoesqueléticas, urinárias e neurológicas.

Para enfrentar o problema, Terzic destaca que os fatores de risco modificáveis são chave. Mudanças no estilo de vida, como dieta adequada e prática regular de exercícios, podem ajudar a reduzir a lacuna detectada, segundo o especialista.

Um homem idoso de muletas tentando subir em um ônibus. Imagem para representar a matéria sobre longevidade com qualidade de vida. Crédito: Joa Souza/Shutterstock

Estratégias para um envelhecimento saudável

Os especialistas recomendam a adoção de estratégias multidimensionais para promover a longevidade com qualidade de vida. A primeira é investir em campanhas de conscientização, focadas em prevenção e mudança de hábitos desde cedo. A educação sobre saúde pode garantir ganhos significativos ao longo dos anos.

No campo clínico, o uso de tecnologias como a inteligência artificial ajuda a identificar doenças precocemente. Isso permite intervenções mais eficazes antes que as condições se agravem. Já a medicina regenerativa surge como uma promessa para restaurar funções perdidas e melhorar a qualidade de vida.

As desigualdades regionais também são um obstáculo importante. Países com sistemas de saúde fragilizados enfrentam maiores desafios no gerenciamento de doenças crônicas. Segundo Terzic, indentificar os fatores específicos de cada região é essencial para criar intervenções adequadas.

O futuro da longevidade saudável

Organizações globais como a OMS e a ONU estão intensificando os esforços para combater a disparidade entre vida longa e saudável. Programas como a Década do Envelhecimento Saudável buscam promover políticas públicas que priorizem a qualidade de vida dos mais velhos.

Para Terzic, é preciso transformar os sistemas de saúde. A prevenção deve ser prioridade, substituindo modelos centrados apenas no tratamento da doença. “A ONU declarou esta década como a década da longevidade saudável”, ressaltou.

Com a expectativa de vida global em constante crescimento, a mensagem é clara. Será preciso priorizar a prevenção, a educação e o fortalecimento dos sistemas de saúde. Somente assim será possível transformar os anos ganhos em longevidade em anos vividos com qualidade.


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