Uma boa ideia é sempre precedida por pessoas que desejam fazer a diferença. Esse foi o caso do Instituto de Longevidade MAG, fruto dos sonhos de Nilton Molina.

Um dos maiores especialistas em seguro de vida e previdência privada, Molina é administrador de empresas e foi um dos fundadores da Bradesco Vida e Previdência e da Icatu Seguros. Hoje, é diretor da CNseg (Confederação Nacional das Seguradoras), presidente do Conselho de Administração da MAG Seguros e fundador e presidente do Instituto de Longevidade MAG.

Muita história para quem tem como propósito promover a longevidade da população brasileira. 

“Não percam o desejo e a oportunidade de sonhar. Afinal, se você sonha, você está vivo!"

Nilton Molina

Recentemente, Molina lançou o livro O Vendedor de Futuros - Nilton Molina: a trajetória de um vencedor (adquirido aqui), onde fala sobre sua carreira, longevidade e sonhos, e aproveitou para conceder uma entrevista exclusiva a Bruno Varandas, gerente de Marketing do Instituto de Longevidade MAG.

Confira abaixo.

BRUNO VARANDAS: Ao longo do seu livro, o senhor e muitos colegas destacam a sua avidez por escutar, dar atenção plena a quem está falando. Inclusive, o livro revela que o senhor se valeu dessa prática para oportunizar negócios. Diante disso, tenho algumas perguntas. 

A primeira delas: o senhor acredita que grande parte das pessoas preocupa-se mais em ouvir do que escutar e por conta disso temos tantos conflitos nas relações, sejam elas comerciais, sociais ou familiares?

NILTON MOLINA: Absolutamente sim. Me atrevo a dizer que o fato das pessoas não saberem ouvir, e muito menos escutar, é fonte da maioria dos conflitos entre as pessoas. 

Uma outra certeza, e digo por experiência própria como vendedor: grandes negócios se perdem pois as pessoas não ouvem exatamente o que o outro disse e, particularmente, o que ela não disse.

Imagem de Nilton Molina, presidente do Instituto de Longevidade MAG, fala sobre seu livro O Vendedor de Futuros e sua experiência em longevidade. Na imagem, ao lado da foto, está escrito:

Foto: reprodução / Arte: Alex Oliveira

BRUNO VARANDAS: Dentro desse mesmo tema, mesmo o senhor sendo uma das maiores referências do seu setor, em algum momento as pessoas já não lhe ouviram por conta da sua idade? É o que chamamos de etarismo, de preconceito, de idadismo...

NILTON MOLINA: Eu sou muito atento a isso. Muito! Afinal, chega uma época da sua vida que o seu nível de autocrítica tem que ficar mais agudo, porque é mais ou menos claro que a idade cria problemas. E eu peço aos meus interlocutores, aqueles mais próximos, para que fiquem atentos ao que eu falo. Que me chamem a atenção se eventualmente estou fazendo alguma coisa inadequada, porque a idade traz algumas deficiências e a gente tem que estar muito atento.

Respondendo à sua pergunta, que se por causa da minha idade eu tenho encontrado dificuldade das pessoas me ouvirem... Honestamente, não sei. Porque quando me deram a palavra, ou eu a tomei em eventos, esse assunto não veio à tona. Então eu não sei quantas vezes alguém não pretendeu dialogar comigo sobre qualquer assunto porque presumiu que um homem de 85 anos não teria esse mesmo conhecimento que uma pessoa mais jovem teria. 

Portanto, eu vou responder a você: somente em partes. As vezes em que me deram a palavra, ela nunca foi caçada por causa da idade.

"Mas quantas vezes não me deram a palavra sem que eu soubesse por presumirem que, na minha idade, eu não estaria mais apto a falar sobre aquele assunto? Isso eu não sei. Mas deve ter acontecido."

BRUNO VARANDAS: Nota-se em seu livro que sempre foi uma pessoa destemida e ousada no que se refere a empreendedorismo. Que conselho pode dar aos nossos leitores que acreditam que passaram da idade para empreender?

NILTON MOLINA: Eu dou dois exemplos. Roberto Marinho criou a Rede Globo com mais de 60 anos. Já o Sr. Amador Aguiar, o Bradesco. Quando ele começou a transformar a casa bancária, já tinha mais de 50 anos.

Só isso aí, para cada um de nós, serve como referência. 

E Nilton Molina ainda dá um empurrãozinho a todos que têm medo de empreender e sonhar. Confira no vídeo abaixo:

BRUNO VARANDAS: Um dos principais motivos do rompimento em sociedades é o desentendimento entre sócios. Visto que já teve grandes parceiros ao longo de sua vida profissional, quais são as características que o senhor considera indispensáveis para um sócio?

NILTON MOLINA: Lealdade recíproca. Respeito recíproco. E, olha, ficaria por aí. Lealdade recíproca e respeito recíproco. E uma troca equivalente de esforço, de consideração, de trabalho etc. 

Eu já tive muitos sócios, o Fernando é meu parceiro há mais de 60 anos. Já fui acionista do Bradesco e deixei de ser acionista em dezembro de 1982, continuei por mais de dez anos no conselho, e só tenho amigos no Bradesco até hoje.

BRUNO VARANDAS: Quando falamos em morte, muitos brasileiros ainda buscam uma madeira próxima para bater três vezes com o intuito de afastar-se dessa possibilidade. Por que os nossos leitores precisam encarar a finitude como algo natural e se planejar para isso?

NILTON MOLINA: Eu acho que todo mundo tem absoluta convicção de que se nasceu, vai morrer. Pode conversar com quem quiser, ninguém vai se considerar imortal. Todos sabem que morrerão. Tem essa questão da improbabilidade, “quando eu vou morrer?”, não é isso? Mas convicção de que vai morrer, todos têm. 

E esse é um ponto transcendental para a nossa empresa, e até para o Instituto, que tem como missão convencer os adultos de 30, 40, 50 anos de que, além do fato de ter certeza de que vai morrer, ele tem que fazer um seguro de vida por uma questão muito singela: ele não sabe quando vai morrer. E se soubesse exatamente quando vai morrer, ele se programaria suficientemente para isso.

"Eu acho que nossa missão não é convencer uma pessoa de que ela vai morrer. Ela sabe que vai morrer. Mas ao não saber quando, ela tem responsabilidade com o seu núcleo social, com a sua família."

BRUNO VARANDAS: Além de objeto de estudo e de matéria-prima para os seus negócios, a longevidade também marca a sua vida em outros aspectos. A longevidade, por exemplo, do seu casamento, ou a longevidade da sua amizade na sociedade com o seu Fernando. O senhor acredita que a preservação dessas relações duradouras impactou na sua própria longevidade?

NILTON MOLINA: Eu acho que sim. Veja, eu me considero uma pessoa de muita sorte. Diversas passagens na minha vida demonstram que eu sou uma pessoa de sorte. Tenho um casamento feliz há 62 anos e uma sociedade com o Fernando há 60 anos. 

Tem um componente imenso de sorte aí… A sorte de ter encontrado parceiros extraordinários, seja minha mulher, seja meu sócio. E tem uma questão que eu acho que faz parte da longevidade das relações… Me foge agora a palavra, mas não é humildade e nem nada disso.

Eu não tenho prazer em ganhar as discussões, a não ser as grandes. Então o que eu poderia dizer a uma pessoa para preservar suas relações é: não queira ganhar as discussões todas, elas não são importantes. Não discuta por pequenas coisas. Ponha a vaidade de lado, senão você não convive, seja com sua mulher, seus filhos, seus amigos. Não seja encrenqueiro.

BRUNO VARANDAS: Há décadas o senhor carrega a causa da longevidade consigo, alertando que o Brasil está envelhecendo de modo acelerado e que isso traria consequências econômicas para o país e, claro, para os indivíduos.

Ao mesmo tempo em que a crescente longevidade traz esses desafios, ela também abre inúmeras oportunidades. Esses foram os principais motivos do senhor ter liderado e lançado já aos 80 anos de idade o nosso Instituto de Longevidade MAG. Há quase seis anos à frente do instituto, quais oportunidades e quais desafios o senhor vê daqui pra frente para o instituto e para o país também?

NILTON MOLINA: Eu sou um profissional de seguro de vida desde 1966, portanto há 56 anos. E esse assunto sempre me preocupou. Me preocupou como empresário.

Eu sou um profissional de seguro de vida, de invalidez, de sobrevivência. Se eu não ficasse sempre preocupado em estudar esse problema da morte prematura, da invalidez prematura e da velhice, eu seria ultrapassado por alguém pelo menos a nível da criatividade de novos produtos. Essa é a razão que sempre me levou a me preocupar com isso.

Além disso, eu quero servir como exemplo ao Instituto. Estou ficando mais velho… Comecei a pensar no instituto aos 70 anos de idade. Não era nenhum garoto querendo aproveitar a oportunidade do mundo estar envelhecendo e ninguém estar percebendo… Não é isso.

A minha grande preocupação foram os exemplos que eu já começava a ver de amigos meus, conhecidos meus, que perdiam a capacidade laborativa de uma função que exercia, e então se requalificavam. Recebendo pequenas aposentadorias ou pensões ou reservas, mas um enorme potencial pessoal de continuar produzindo pra melhorar sua vida.

Então eu comecei a perceber que alguém precisava se mexer para levar os homens de 60, 70 anos a se perceberem como produtivos e começarem um processo de requalificação profissional, pra continuarem sendo rentáveis, produtivos, sonhadores e felizes.

BRUNO VARANDAS: O primeiro passo é se perceber, né? Entender que é ativo, que há sonhos a serem sonhados, mas não esperar que as coisas caiam no colo.

NILTON MOLINA: E o que eu espero para o futuro do Instituto? Eu não mudei muito não. Eu acho que isso não tá vencido.

BRUNO VARANDAS: Há muitas batalhas a serem vencidas ainda.

NILTON MOLINA: Muitas batalhas. A requalificação profissional é a grande batalha a ser vencida. Por quê? O homem que tem 65 vai viver até os 100 anos. Ele vai viver mais 30 anos, mais 25 anos. O que ele vai fazer nesses 25 anos?

Sentado numa mesa com outras pessoas, me perguntaram: “Molina, parece que você não imagina que vai morrer um dia”. Eu parei um pouco pra pensar e disse: “Olha, eu entendo que vou morrer um dia, mas eu ainda tenho todos os outros dias da vida pra viver”. 

É um pouco isso… É uma coisa singela, simples… Eu sei que vou morrer um dia. Nesses outros dias, eu vou viver. E aí, esse é o ponto: o que eu vou fazer com esses dias, com esses anos? Vou à praia, ou vou ao aposento, ou ao retiro? Eu saio da vida ou continuo na vida? Para continuar na vida, para ser feliz, alegre, eu tenho que ir à rua, produzir, fazer alguma coisa, cada um com seu nível de capacidade.

Imagem de Nilton Molina, presidente do Instituto de Longevidade MAG, fala sobre seu livro O Vendedor de Futuros e sua experiência em longevidade. Na imagem, ao lado da foto, está escrito:

Foto: reprodução / Arte: Alex Oliveira

BRUNO VARANDAS: Em todas as suas palestras e eventos, o senhor sempre traz uma visão muito otimista do futuro do nosso país. Esse indivíduo de 50 anos, que está desanimado porque não consegue as coisas e também não vê o futuro com bons olhos, que mensagem o senhor pode passar pra ele?

NILTON MOLINA: Se ele não é cego, se ele não é surdo e se ele está em poder de todos os seus sentidos, ele deveria olhar um pouco mais para tudo aquilo que o Brasil possui. Temos sol, chuva e bom tempo do Oiapoque ao Chuí.

Nós vivemos em um país maravilhoso. Simplesmente maravilhoso. Tem coisa ruim? Tem. Mas é lógico que tem. Tem corrupção? Tem corrupção. Tem mal governo? Tem mal governo. Mas quem não tem? Qual país não tem? Todos os países têm malvadezas, mas nenhum deles tem a potencialidade do meu país, não obstante as malvadezas.

É um país tão espetacular. Se eu fosse um jovenzinho, eu ia ao Acre, ao Amapá. Temos um país maravilhoso pra explorar. 

Eu sou um incorrigível otimista pelo futuro do meu país.

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E para assistir à entrevista na íntegra, dê o play no vídeo abaixo.

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