Não é novidade que o estado de espírito e a sensação de felicidade têm grande influência no consumo. Pessoas felizes estão mais propensas a mudar o padrão de compras permitindo pequenos luxos dentro da sua lista de compras do supermercado ou até subindo alguns níveis da hierarquia de necessidades de Maslow que apesar de parecer russo pelo nome, era americano da Califórnia. O psicólogo que trouxe grandes contribuições para a as ciências do consumo, encontrou um padrão de necessidades que hierarquicamente têm mais importância na vida da maioria das pessoas: 1ª Fisiológicas, 2ª Segurança, 3ª Amor e Relações Pessoais, 4ª Estima e por fim a 5ª que é a Realização Pessoal.
Nossas escolhas de consumo sejam de um produto ou um serviço como uma viagem, estão diretamente ligadas ao estágio em nos encontramos. A sensação de felicidade – e aí chegamos ao ponto – é um dos marcadores que influenciarão o nível e a intensidade destas decisões. Pessoas felizes compram. Simples assim.
A grande descoberta é que a sensação de felicidade e a longevidade têm relação direta. A descoberta foi dos economistas, Andrew Oswald, da Universidade de Warwick, no Reino Unido, e David Blanchflower do Dartmouth College, nos EUA que analisaram as respostas de mais de dois milhões de pessoas em 80 países e encontraram um padrão de felicidade-infelicidade surpreendentemente constante.
Ao que tudo indica, os seres humanos são sistematicamente mais felizes no início e no fim da vida - e menos infelizes na meia-idade. O resultado: uma "curva da felicidade" em forma de U com o seu ponto mais baixo aos 53 anos. Eles afirmam que acontece aos homens e às mulheres, aos solteiros e aos casados, aos ricos e aos pobres, aos que têm filhos e aos que não têm. Sem consenso claro porque este padrão surge de forma tão sistemática, uma possível explicação é que as pessoas aprendem a adaptar-se às suas forças e fraquezas e não se distraem com objetivos inatingíveis. Escolhem melhor seus desafios e os superam. A vida fica mais clara e o aprendizado que que os “problemas insolúveis” se desfazem de alguma forma como fumaça no ar, traz grande tranquilidade.
O mercado está aprendendo a entender melhor o novo consumidor 60+. Este ano já teremos mais mulheres entre 60 e 64 anos do que meninas de zero a quatro. Vivendo mais, tendo renda garantida por menor que seja – a renda média em 2018 será próxima dos R$ 2.300,00/mês – com uma sensação de felicidade aumentando a cada ano de vida, criam um mercado de centenas de bilhões de reais.
Algumas marcas estão adiantadas, outras ainda assistem esta revolução demográfica como se estivessem olhando uma vitrine de loja. Olham, tentam entender, mas ainda não tocam. É um amadurecimento natural dos profissionais de marketing, vendas e atendimento que observo cada vez que me reúno com os executivos de um cliente ou que realizo uma de minhas palestras. Afirmo que nestes últimos cinco anos muita coisa mudou e já se desenham as características das marcas, produtos e serviços que existirão ou não logo ali na frente: saber entender e atender os novos 60+.