A palavra é WhatsApp. Quem tem não consegue viver sem. Seja por economia ou por praticidade, o aplicativo de conversas instantâneas tem uma legião de fãs e não somente entre os mais jovens. Mas, é preciso admitir, nem sempre é muito fácil aprender como mexer no WhatsApp.

Recentemente, uma avó ficou famosa depois que o neto publicou nas redes sociais trechos de suas conversas. Nelas, Luzia Mangifesti Corrente sofria na mão do autocorretor do celular, que transformava completamente o sentido de seu bate-papo. Bem-humorada, ainda que irritada com o smartphone, ela até criou um perfil no Facebook para interagir com os fãs.

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Para saber quais as principais dificuldades e com fazem para resolvê-las, conversamos com usuários do aplicativo que têm mais de 50 anos de idade.

Eunice Maria Oliveira, 94 anos, ganhou um celular de um dos netos e não teve dúvidas: mexeu no aparelho até aprender a usá-lo. Sempre tem alguém que dá umas dicas, mas ela também aprendeu a se virar sozinha.

Ela reconhece o ícone do WhatsApp, entra nos grupos da família, gosta de ver as fotos e, quando bate uma saudade, tem um truque infalível para não errar na hora de digitar: manda áudio! “Ás vezes, me atrapalho, esqueço como faz, dá errado, mas me divirto”, conta.

O truque de Victoria Guerra Silvares, 78, para aprender como mexer no WhatsApp sozinha, foi mudar a forma como foi criada. “Sempre ouvi a regra do ‘mãozinha pra trás’, foi assim que também criei minhas filhas. Sabe? Aquilo que você não pode mexer em nada. Aí percebi que a criançada hoje é muito mais esperta porque fuça em tudo. Comecei a fazer o mesmo. O celular é meu, se quebrar, quebrou”, pondera.

De tanto mexer, às vezes, a bancária aposentada desconfigura uma coisa aqui, some outra ali. “Ou não me lembro como cheguei a algum lugar, mas dou um jeito.” Seus consultores são a filha e uma garotinha da igreja que frequenta, de 12 anos. “Foi essa menina quem instalou o WhatsApp para mim e é quem mais me ajuda.”

Na casa de Silene Alcantara Baptista de Oliveira, 73 anos, é ela quem dá aulas para o marido, Irenilson Oliveira, 82. “Eu às vezes tenho dificuldade, mas ele é pior do que eu. Ganhou um iPhone do neto, passou uma tarde tendo aula, mas não consegue abrir o WhatsApp, não sabe abrir as conversas, eu ensino tudo.”

Como a vó Luzia, a dona de casa diz que o maior desafio é mesmo digitar as palavras corretamente. “Meus dedos são duros, quero escrever uma coisa, sai outra, sempre erro as letras. O pior é que nem sempre percebo e, quando vejo, a mensagem já foi, não dá mais para apagar. Aí tenho que corrigir embaixo”, ressalta, rindo.

O taxista Sérgio Carvalho Bueno, 59 anos, aderiu ao aplicativo muito por conta do trabalho. “É uma ferramenta fundamental, todos os contatos com meus clientes são feitos pelo WhatsApp.”

No início, houve dúvidas, principalmente para digitar e encaminhar anexos. “Resolvi falando com meus filhos e minha mulher. Não domino 100%, mas me viro muito bem hoje, quase não tenho problemas e até já auxiliei outra pessoa.”

O uso frequente acaba se tornando um hábito, quase um vício. Ele lembra que já foi multado por conta da curiosidade em checar mensagem que tinha chegado enquanto dirigia, e Victoria diz que não aguentou ficar sem o aplicativo quando ele foi bloqueado pela Justiça, em abril. “Tenho que me policiar. Se tiver compromisso, nem pego o celular”, admite.

Mas isso não acontece com todos. “Ah, eu não sou muito viciada, às vezes me esqueço de olhar as mensagens”, afirma Silene. “WhatsApp é útil, mas gosto mesmo de conversar pessoalmente.”

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