O interesse em estudar os benefícios cognitivos da tecnologia para idosos cresce à medida que novas pesquisas mostram uma relação positiva entre uso digital e saúde mental. Estudos recentes indicam que a interação regular com dispositivos digitais pode reduzir o risco de comprometimento cognitivo em adultos mais velhos.
Uma meta-análise publicada na revista Nature Human Behaviour revisou 57 pesquisas feitas com pessoas acima de 50 anos. Os autores encontraram uma associação entre maior uso de computadores, smartphones e internet e menor incidência de declínio cognitivo. Segundo os dados, o uso mais frequente de tecnologia esteve ligado a uma redução de 58% no risco de comprometimento cognitivo leve e demência.
“Vimos que adultos mais velhos que usam tecnologias de modo geral parecem ter menos diagnósticos de demência, comprometimento cognitivo leve e melhores resultados em medidas cognitivas”, afirma Jared Benge, professor associado da Dell Medical School da Universidade do Texas em Austin e autor da meta-análise.
Os pesquisadores destacam que a relação é possivelmente bidirecional. Pessoas com cognição preservada tendem a usar tecnologia com mais frequência. Ao mesmo tempo, o uso contínuo pode estimular raciocínio, memória e atenção. Michael Scullin, professor de psicologia e neurociência da Universidade Baylor, reforça esse ponto. “O surpreendente é o quanto nossos resultados foram consistentes”, afirma. Nenhum dos estudos analisados indicou efeitos prejudiciais da tecnologia para a cognição.
Crédito: CandyRetriever/Shutterstock
Benefícios cognitivos da tecnologia para idosos aparecem mesmo com variáveis controladas
O efeito positivo se manteve mesmo em estudos que consideraram fatores como escolaridade, renda e condições de saúde. Esses elementos podem influenciar o acesso à tecnologia e o risco de demência. Ainda assim, a associação entre uso digital e melhor desempenho cognitivo permaneceu estável.
Os estudos sobre os benefícios cognitivos da tecnologia para idosos eram observacionais e, por isso, não demonstram relação de causa. Mas pesquisas longitudinais reforçam o padrão. Participantes acompanhados por cerca de seis anos apresentaram melhor saúde cognitiva quando utilizaram recursos digitais com regularidade ao longo do tempo.
O acesso à tecnologia, porém, traz desafios. Adultos mais velhos podem se deparar com golpes financeiros, desinformação e riscos no trânsito quando usam o celular enquanto dirigem. “Não existe uma resposta simples sobre se esses dispositivos são sempre bons ou sempre ruins”, afirma Scullin.
Outro ponto citado é o tempo dedicado às telas. O uso excessivo pode reduzir espaço para exercícios físicos e contato social. Um estudo de 2023, com mais de 18 mil participantes idosos, apontou que usuários regulares da internet tinham cerca de metade do risco de demência. Mas o uso muito intenso pode elevar esse risco. “Demais de qualquer coisa não é bom”, alerta Virginia Chang, professora associada da Escola de Saúde Pública Global da Universidade de Nova York e autora do estudo.
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