A demanda por tecnologia inclusiva se torna urgente diante do rápido envelhecimento populacional brasileiro. Segundo o Censo de 2022, o número de pessoas com 65 anos ou mais cresceu impressionantes. O aumento foi de 57,4% em apenas doze anos. Esses dados projetam uma realidade em que seremos a quinta população mais idosa do mundo em 2030. Esta transição demográfica, embora seja uma conquista social, impõe grandes desafios que exigem adaptação. A inclusão digital surge como peça fundamental nesse processo. Com isso, é precio ser pensada intencionalmente para atender diferentes gerações e suas necessidades.
Um dos principais obstáculos a ser superado é o etarismo. Essa é uma barreira silenciosa que se manifesta de formas sutis no cotidiano. Esse preconceito está presente nas piadas corriqueiras e, crucialmente, nas interfaces digitais complexas que ignoram diferentes ritmos de interação. A consequente exclusão digital gera isolamento, impactando diretamente a saúde mental dessa população. Riscos como solidão e depressão são agravados por ambientes que não se adaptam, tornando a acolhida digital uma questão de bem-estar.
Crédito: PitukTV/Shutterstock
Tecnologia inclusiva respeita a experiência e o tempo do usuário
A tecnologia deve ser uma aliada poderosa para um envelhecimento saudável e autônomo. O objetivo central não é simplesmente ensinar a pessoa idosa a usar ferramentas complexas. É importante criar tecnologia que ela consiga usar intuitivamente. Ferramentas como interfaces simplificadas, comandos de voz, assistentes digitais e aplicativos de saúde facilitam a vida diária e promovem a independência. A telemedicina, por exemplo, quebra barreiras geográficas de acesso ao cuidado, desde que desenvolvida com usabilidade acessível.
Planejar o futuro exige uma ação coordenada entre diversos setores da sociedade, colocando a realidade de um país mais idoso no centro das decisões. Políticas públicas e inovação tecnológica devem caminhar juntas, enquanto o setor de desenvolvimento precisa ouvir ativamente as necessidades reais dos usuários mais velhos. A arquitetura de um aplicativo, o tom de uma campanha publicitária e a capacitação em empresas são elos de uma mesma corrente. A mudança de mentalidade é coletiva e crucial, garantindo que a conquista da longevidade seja sustentada por respeito e adaptação em todos os níveis.
Você deseja entender melhor sobre o uso das redes sociais? Quer saber como usar sem medo e como criar novas conexões? Então conheça a websérie Digital Sem Medo e aprenda, de forma rápida e simples, sobre o universo digital!
Leia também:
Digital Sem Medo: Instituto de Longevidade MAG lança websérie para capacitar pessoas 50+
Uso de inteligência artificial por idosos impulsiona inclusão e criatividade
A arte de pedir: fotógrafo Cláudio Pucci se reinventa com Inteligência Artificial