Um novo relatório da TransUnion revelou um dado alarmante sobre golpes e fraudes digitais no Brasil. Segundo a pesquisa, 40% dos brasileiros entrevistados disseram ter sido alvo de esquemas por e-mail, internet, telefone ou mensagem de texto. Desse total, 10% afirmaram que efetivamente caíram nas armadilhas. Isso representa perdas medianas de R$ 6.311 por pessoa.

A pesquisa faz parte do Relatório Global de Tendências de Fraude Omnichannel da TransUnion. O levantamento foi realizado com mais de 13 mil consumidores em 18 países. O Brasil aparece como o sexto país com maior taxa de suspeita de fraude digital, com índice de 6,1% em 2024, acima da média global de 5,4%.

Jovens são mais afetados por golpes e fraudes digitais

Entre os entrevistados no mundo, a Geração Z (nascido aproximadamente entre 1997 e 2012) foi a que mais relatou prejuízos financeiros. No Brasil, o golpe mais frequente foi o vishing. Ele é uma tática de engenharia social que usa ligações telefônicas para enganar a vítima. Os criminosos fingem ser representantes de empresas confiáveis e induzem a entrega de dados pessoais e bancários.

Globalmente, 53% dos entrevistados foram alvos de fraudes entre agosto e dezembro de 2024. Desses, 47% não perceberam o golpe. Entre as vítimas que tiveram perdas financeiras, a média foi de US$ 1.747 (R$ 10.683). Dos afetados, 11% dos baby boomers (nascido entre 1946 e 1964) relataram perdas.

De acordo com Wallace Massola, gerente de Soluções de Prevenção à Fraude da TransUnion Brasil, "assim como em outros golpes de engenharia social, o objetivo final dos fraudadores é obter informações ou acessos privilegiados para cometer fraudes financeira. A evolução das fraudes exige que as empresas estejam sempre um passo à frente, inclusive ajudando a conscientizar sobre golpes como o vishing".

Outros países também sofreram com esse tipo de crime. Índia e África do Sul, por exemplo, apresentaram os maiores índices de vítimas. Já nos Estados Unidos e no Quênia, o smishing (fraude por SMS) foi o mais relatado.

Alerta de isca de phishing na tela de um celular. Imagem para ilustrar a matéria sobre golpes e fraudes digitais. Crédito: Sadi-Santos/Shutterstock

Golpes e fraudes digitais desafiam empresas e impactam a confiança do consumidor

A ameaça das fraudes digitais está diretamente ligada ao comportamento de compra online. Quase metade dos entrevistados afirmou já ter abandonado um carrinho de compras por suspeita de fraude. Outros 62% disseram evitar sites devido à insegurança digital.

Segundo a pesquisa, a segurança digital influencia diretamente as decisões de compra:

  • 77% dos consumidores priorizam empresas que protegem seus dados;
  • 62% evitam sites que já sofreram fraudes;
  • 48% abandonam carrinhos de compras por suspeitas de golpes.

No Brasil, 40% desistiram de contratar serviços online por desconfiança na segurança.

Cláudio Pasqualin, vice-presidente da TransUnion Brasil, destacou a importância de investir em segurança de dados. “Proteger os dados dos consumidores é inegociável. Com o aumento dos riscos em todos os canais, o investimento em prevenção à fraude é estratégico e se torna um dos grandes diferenciais competitivos”, comentou.

Transações suspeitas também crescem

O relatório também aponta que houve um crescimento de 11% nas transações suspeitas em 2024. O tipo de golpe que mais cresceu foi o account takeover (ATO), ou invasão de conta, que teve aumento de 20% em relação ao ano anterior.

No Brasil, 6,1% das transações foram consideradas suspeitas, taxa acima da média global (5,4%).

Segundo a TransUnion, os fraudadores estão migrando para técnicas mais sofisticadas à medida que os sistemas tradicionais de prevenção se tornam mais eficazes.

Plataformas de relacionamento lideram as suspeitas de fraudes digitais

As comunidades virtuais foram os ambientes mais visados por criminosos. No Brasil, esse tipo de site teve taxa de suspeita de fraude digital de 15,2%, acima da média global de 11,6%. Os criminosos se aproveitam da confiança criada em ambientes sociais para manipular emocionalmente as vítimas.

“Eles criam perfis falsos e constroem relacionamentos aparentemente genuínos. Uma vez conquistada a confiança, solicitam informações confidenciais ou dinheiro, alegando emergências”, disse Massola.

Além das comunidades, os segmentos de videogames, apostas e varejo também aparecem entre os mais afetados. No Brasil, os jogos online registraram queda de 76% nas tentativas de fraude, enquanto o varejo teve queda de 39%.

Apesar das perdas, os dados reforçam que o risco das fraudes digitais segue alto. O aumento do uso de inteligência artificial e o avanço das técnicas de engenharia social exigem atenção constante de empresas e consumidores.


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