O diabetes é uma condição que requer alguns cuidados com os hábitos de vida, como uma alimentação balanceada, a prática de atividades físicas e a realização periódica de alguns exames para diabetes.
Seja para diagnóstico ou para o monitoramento das condições da pessoa, todos são necessários e é importante que se tenha um conhecimento claro de cada um deles.
Mas antes, também vale falarmos um pouco dos dois tipos de diabetes existentes. O tipo 1 afeta entre 5 e 10% das pessoas nessa condição e aparece geralmente na infâncias. Nesse caso, o sistema imunológico ataca equivocadamente as células beta, responsável por produzir insulina. Logo, pouca ou nenhuma insulina é liberada para o corpo. Dessa forma, a glicose fica no sangue, em vez de se transformar em energia. O tipo 2 aparece quando o organismo não produz insulina suficiente ou não consegue usar adequadamente o hormônio produzido. Cerca de 90% das pessoas com diabetes têm o Tipo 2, que se manifesta mais frequentemente em adultos.
Agora que você já conhece os dois tipos de diabetes, veja quais são os exames utilizados para o diagnóstico dessa condição de saúde.
Conheça abaixo quais são os exames para diabetes
Exames para diagnóstico de diabetes
Fazer o diagnóstico de diabetes é muito fácil, bastando para isso alguns exames bem simples, mas de grande importância. São eles que vão ajudar na tomada de algumas decisões, como mudanças de hábitos que permitam que a pessoa continue usufruindo de qualidade de vida.
Exame de glicemia
Glicemia é o nome que se dá à concentração de glicose no plasma sanguíneo. Em outras palavras, é a quantidade de glicose que se encontra no sangue em um determinado momento.
Conhecido popularmente como teste de glicose, é o principal exame para o diagnóstico do diabetes. Para a sua realização, é necessário que a pessoa esteja por, pelo menos, 8 horas em jejum. Numa condição normal, após esse período, os níveis de glicose no sangue devem estar abaixo de 100 mg/dl (cem miligramas por decilitro).
Os níveis de glicose acima dessa referência caracterizam, em média, uma condição de hiperglicemia, enquanto valores abaixo indicam uma hipoglicemia.
Teste de tolerância à glicose oral
Enquanto o exame de glicemia afere os níveis de glicose em jejum, o teste de tolerância à glicose oral mede a glicemia após a ingestão de uma quantidade de glicose. Esse teste é utilizado para o diagnóstico do diabetes quando o exame de glicemia resultar em valores entre 110 e 126 mg/dl.
O exame também é indicado para pessoas com mais de 45 anos com dois ou mais fatores de risco para diabetes, mesmo que o resultado do exame de glicemia tenha sido inferior a 110 mg/dl.
A coleta do sangue é feita 2 horas após a ingestão da glicose. Em uma situação normal, os valores devem estar abaixo de 140 mg/dl. Valores entre 140 e 200 mg/dl indicam redução da tolerância à glicose. O diagnóstico de diabetes se faz quando os valores do teste de tolerância à glicose se mostram acima de 200 mg/dl.
Exame de hemoglobina glicada
A hemoglobina é o pigmento que confere às hemácias (células do sangue) a sua cor vermelha. A molécula de glicose se associa à hemoglobina, constituindo a hemoglobina glicada.
O número dessas ligações é proporcional à quantidade de glicose disponível no sangue. Assim, a contagem das hemoglobinas glicadas fornece uma indicação da presença do diabetes, ainda que a pessoa não saiba.
Diferentemente do exame de glicemia de jejum, que avalia a concentração de glicose em um determinado momento, o exame de hemoglobina glicada avalia um período mais extenso. Como as hemácias podem viver por 90 dias, considera-se que a leitura do teste alcança, pelo menos, 60 dias.
O resultado do exame é dado em porcentagens de moléculas de hemoglobina ligadas à glicose. Para o diagnóstico do diabetes, valores abaixo de 5,7% indicam ausência da condição, enquanto valores entre 5,7 e 6,4% apontam para um pré-diabetes. Valores acima de 6,4% indicam diabetes não controlada.
Assim, os dois exames se completam e conferem uma informação mais precisa para o médico consolidar ou não o diagnóstico de diabetes. Uma vez confirmado e iniciados os cuidados, outros exames passarão a incorporar a rotina da pessoa com diabetes.
Quais os exames de rotina para a pessoa com diabetes?
A pessoa diagnosticada com diabetes deve adotar alguns novos hábitos, principalmente com referência à alimentação e aos exercícios físicos. Ao mesmo tempo, deverá incluir uma rotina de exames para fins de monitoramento da condição.
Exame de glicemia pós-prandial
O termo pós-prandial significa “após uma refeição”. Assim, o exame de glicemia pós-prandial se refere à medição dos níveis de glicose no plasma sanguíneo após a pessoa ingerir uma refeição normal contendo carboidratos.
Passados 10 minutos, os níveis de glicose no sangue começam a se elevar. O pico vai depender de fatores como o tempo, a quantidade de alimentos e a composição da refeição.
A coleta de sangue para o exame é feita 2 horas após o início da refeição. Nesse intervalo, nada mais poderá ser ingerido, com exceção de água, se a pessoa tiver sede. Uma condição saudável resultará em valores de glicemia abaixo de 140 mg/dl.
Exame de frutosamina
Frutosamina é o nome genérico dado à substância formada quando uma proteína do sangue se liga a uma glicose, assim como a hemoglobina glicada. Mais de 80% das proteínas sanguíneas são constituídas por albumina e, por essa razão, é comum dizer que frutosaminas são albuminas glicadas.
Como a vida útil das albuminas está em torno de 20 dias, o exame de frutosamina é utilizado principalmente quando o de hemoglobina glicada não é aplicável por algum motivo. Nesse caso, a avaliação se refere às últimas 3 semanas.
O exame é bem simples, coletando uma amostra de sangue da veia, sem necessidade de jejum. Valores considerados normais estão entre 205 e 285 µmol/l (micromols por litro).
Qual a importância da realização dos exames de rotina?
Os exames de acompanhamento permitem que a pessoa mantenha um monitoramento dos resultados de seu cuidado com a diabetes. Desse modo, adequações e ajustes que sejam necessários poderão ser feitos em tempo hábil, evitando que ocorram quaisquer danos.
Por sua vez, quem não foi diagnosticado com diabetes , mas apresenta sintomas e suspeita dessa possibilidade, deve contar com a avaliação de um endocrinologista.