Existe uma “epidemia silenciosa” em curso que acomete 120 mil pessoas no Brasil e 195 milhões no mundo, segundo dados da Sociedade Brasileira de Nefrologia: a doença renal crônica. Apesar de não dar sinais, ela é provocada por dois problemas bem conhecidos dos brasileiros: diabetes e hipertensão.
O alerta é do nefrologista Marcos Vieira, presidente da Fundação Pró-Rim: “Essas doenças, em geral, levam mais de dez anos para atingir os rins e podem levar à perda progressiva e irreversível das funções renais.”
Mas não são só elas as vilãs. O uso indiscriminado de remédios – especialmente anti-inflamatórios, bem como alguns tipos de antibióticos e complexos vitamínicos – também pode acometer a função dos rins, explica o especialista. “Tabagismo e obesidade são outros agravantes.”
A receita para combater esse mal é conhecida: “É muito importante ter uma vida mais saudável, praticando exercícios físicos e manter uma dieta equilibrada.”
Por isso, ressalta, atitudes simples, como controlar o consumo de sal e açúcar, não fumar e realizar periodicamente exames de urina, glicemia e creatinina podem prevenir essas doenças ou ainda mantê-las sob controle, para evitar que levem também a lesão nos rins.
Com o aumento da expectativa de vida da população, pontua Marcos, vem crescendo também o número de idosos que desenvolvem o risco de doença renal crônica. “Esse percentual pode variar de 30% a 50% em pessoas com mais de 65 anos.”
10 dicas para ter rins saudáveis na terceira idade
- Beba água diariamente
- Mantenha o peso saudável
- Controle o diabetes
- Acompanhe a pressão arterial
- Evite o excesso de sal na alimentação
- Tenha uma alimentação equilibrada
- Pratique regularmente exercícios físicos
- Não use medicamentos sem orientação médica
- Não fume
- Faça exames preventivos: urina e creatinina
Sintomas da doença renal crônica
Para detectar a doença renal crônica, o especialista recomenda realizar periodicamente exames de sangue e urina e medir a pressão arterial, em especial entre a população de risco: diabéticos, hipertensos e maiores de 65 anos.
O comprometimento na capacidade do rim de filtrar o sangue é identificado pelos níveis de creatinina ou pela presença de proteína na urina, que são revelados pelo exame comum de urina ou pelo de urina 24 horas.
“Trata-se de uma doença com poucos sintomas, mas, entre eles, estão acordar diversas vezes para ir ao banheiro, inchaço nas pernas e, já no estágio final, anemia, falta de apetite, náuseas e vômitos”, enumera.
De acordo com o nefrologista, “existem muitas possibilidades terapêuticas em pacientes com idade avançada, porém é de extrema importância o diagnóstico precoce e medidas de prevenção para evitar o avanço da doença”.
Estágios da doença renal crônica
A doença renal crônica se apresenta em cinco estágios. “No 1, o rim ainda tem uma filtração absolutamente normal, mas o paciente apresenta perda de proteínas pela urina ou tem uma alteração no exame de ultrassom.”
Entre o 1 e o 5, diz, ocorre a perda da função renal, “sendo que, no último estágio, o paciente tem menos de 15% de filtração dos rins e necessita de hemodiálise, diálise peritoneal ou transplante.”
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