Com o aumento da expectativa de vida no mundo e, consequentemente, um mercado consumidor cada vez mais expressivo e atuante de pessoas com mais de 60 anos, empresários e empreendedores passaram a enxergar o mercado de novas tecnologias para idosos como um universo a ser explorado. Produtos específicos para atender a esse público, que é exigente e busca por qualidade, entraram no foco dos departamentos de Pesquisa e Desenvolvimento das empresas, e pessoas na faixa dos 50, 60, 70 e 80 anos passaram a ser ouvidas para saber quais suas principais necessidades.

Com o avanço da idade, algumas habilidades motoras e intelectuais começam a sofrer um certo comprometimento, o que irá prejudicar o dia a dia dessas pessoas e limitar algumas atividades. Para atender a essa crescente demanda de tecnologias para idosos, uma variedade de dispositivos foram desenvolvidos em todo o mundo para ajudar essas pessoas a manterem, se não toda, pelo menos parte de sua independência com segurança e conforto.

Veja abaixo algumas soluções disponíveis no mercado:

Sapato com localizador GPS

Criados por uma empresa japonesa, os sapatos com GPS foram desenvolvidos para ajudar as famílias a localizar seus idosos que, por problemas de memória, não consigam voltar para casa. Um chip instalado nos sapatos do usuário envia um sinal à central, que informará a exata localização da pessoa aos familiares por meio de um dispositivo que pode ser baixado no smartphone.

 Robô personal trainer

Desenvolvido em Cingapura, o robô funciona como um personal trainer para os idosos, instruindo os alunos na prática de exercícios saudáveis através de uma tela no rosto do robô e braços mecânicos que reproduzem os movimentos. São usados em academias ou podem ser adquiridos para uso pessoal.

Sensor de queda

Funciona como uma pulseira com sensores capazes de identificar a queda no momento em que o evento estiver acontecendo. A pulseira emitirá um alerta aos dispositivos cadastrados informando o ocorrido. Ao mesmo tempo, também informará ao paciente como ele deverá proceder naquela situação.

Gatinhos robôs acompanhantes

Ajudam na distração dos idosos, além de serem uma boa companhia, sem os transtornos de um animal de verdade, como a limpeza, alimentação e cuidados com sua saúde. O robô pet é uma grande aposta dos fabricantes para melhorar a vida de idosos que sentem falta da companhia de um animal, mas que não podem se comprometer com isso.

O Japão é um dos países que se destacam no desenvolvimento de soluções para aumentar a qualidade de vida de idosos. São 34,6 milhões de pessoas com mais de 65 anos vivendo hoje no país, fenômeno decorrente de vários fatores desde avanços no campo da saúde até a redução nas taxas de fertilidade.

Conheça alguns produtos japoneses já disponíveis no mercado para o público idoso:

Códigos QR nas unhas para problemas de memória

Outra solução para pessoas com demência que não encontram o caminho de casa é o adesivo a prova de água com um código QR, uma espécie de código de barras com todas as informações necessárias para ajudar na identificação da pessoa, e que é colado na unha dos usuários. O serviço, que é gratuito e foi lançado em dezembro de 2016, permite à polícia obter os dados pessoais do usuário ao escanear o código.

Carrinhos de golfe

Algumas cidades japonesas estão disponibilizando gratuitamente carrinhos automáticos, como os utilizados nos campos de golfe, para facilitar o deslocamento de pessoas mais velhas. A ideia é substituir o uso de carros por essas pessoas e, assim, reduzir o número de acidentes de trânsito. O carrinho é controlado por um imã e um sensor integrado, e os usuários podem se deslocar até três quilômetros a uma velocidade entre 6 e 12 km/h sobre uma faixa eletromagnética escondida sob a pista.

Robôs

Os robôs estão em todos os cantos do Japão e já bastante inseridos no dia a dia da população. Um dos mais famosos é o Ri-Man, um robô-enfermeiro, com braços de silicone que servem para carregar pessoas mais velhas, transferindo o idoso da cama para a cadeira, por exemplo, entre outras funções. Foi projetado especificamente para ajudar pessoas com Alzheimer e outros tipos de demência.

Mercado brasileiro

Muitas dessas tecnologias ainda não chegaram por aqui, mas o público brasileiro já pode contar com algumas soluções, principalmente na área de suporte a emergências. Segundo o gerente do Instituto de Longevidade Mongeral Aegon e especialista em longevidade, Antônio Leitão, nos últimos anos, celulares e tablets se tornaram elementos importantes para a segurança de idosos e também para integração social.

“Câmeras, sensores de queda e localizadores são serviços bastante usados em celulares e tablets por familiares para monitoramento e proteção de idosos. Por sua vez, um número cada vez maior de pessoas acima dos 60 anos vêm se inserindo no mundo online e se mantendo conectados”, destaca Leitão. Ele explica que, na maioria dos casos, os idosos fazem uso dessas tecnologias para fugir da solidão e para divertimento com jogos e competições.

Segundo pesquisa do Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br), entre 2012 e 2016, o percentual de brasileiros acima dos 60 anos que utiliza a internet subiu de 8% para 19%. Já a pesquisa ACTIVE (Advanced Cognitive Training for Independent and VitalElderley), desenvolvida desde 1998 com 2.832 participantes, com idades entre 65 e 94 anos, comprovou que os jogos têm um grande potencial na recuperação da agilidade de pensamento, consequência natural do avançar da idade.

Leitão lembra que esses recursos online usados no estímulo a atividades cognitivas têm sido fortes aliados para manter a cabeça em dia. “Esses jogos treinam o cérebro e o mantém ativo, prevenindo e até retardando o avanço de doenças como o Alzheimer".

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