Estudos indicam que os fumantes têm uma expectativa de vida, em média, 10 anos menor do que aqueles que não fumam. Além disso, a qualidade de vida dos tabagistas pode ser significativamente afetada devido a doenças relacionadas ao vício, inclusive as que envolvem a saúde do coração.
E quando nos deparamos com a quantidade de pessoas que estão dentro dessas estimativas, os números assustam: de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), há 1,3 bilhão de usuários de tabaco em todo o mundo. O cigarro mata cerca de 8 milhões de pessoas por ano, sendo mais de 7 milhões de fumantes ativos e em torno de 1 milhão de fumantes passivos.
No Brasil, segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), o tabagismo é responsável por cerca de 428 mortes diárias no país e está relacionado a mais de 50 doenças e condições de saúde, entre elas o câncer, doenças respiratórias e cardiovasculares.
Antes tarde do que nunca...
Entretanto, o tabagismo é uma das principais causas de morte evitáveis. A boa notícia é que se você passou a vida toda fumando e acha que largar o vício não mudará praticamente nada, se engana. Embora os benefícios sejam maiores quanto mais cedo a pessoa para de fumar, pesquisas revelam que mesmo aqueles que abandonam o tabagismo tardiamente podem conquistar melhorias significativas.
Cigarro e o coração
O cigarro é um dos maiores vilões da saúde do coração: reúne uma série de substâncias químicas, das quais pelo menos 40 são reconhecidamente cancerígenas e mais de 4.700 são tóxicas, promovendo um bombardeio no sistema cardiovascular. Por isso, fumantes têm cerca de 70% mais chances de sofrer um infarto em comparação àqueles que não fumam.
O fumo exerce interferência no mecanismo de contração e relaxamento do coração, prejudicando a circulação sanguínea; aumenta a frequência cardíaca ou cria irregularidades no ritmo dos batimentos (arritmias); estimula a contração das artérias; eleva a pressão e é capaz de provocar o espessamento do sangue, dificultando o transporte de oxigênio para o corpo, o exige mais do órgão.
O cigarro ainda eleva as chances do acúmulo de placas de gordura nas artérias e afeta os níveis de colesterol, ampliando as chances de um infarto ou acidente vascular cerebral (AVC). O ato de fumar está relacionado também com o surgimento ou agravamento de quadros de hipertensão arterial, angina e trombose.
Vale ressaltar que as substâncias tóxicas contidas na fumaça do cigarro prejudicam não só o tabagista, mas todos que estão à sua volta, em especial em ambientes fechados - o que chamamos de tabagismo passivo.
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Os benefícios de largar o vício
Contudo, ao parar de fumar, o corpo começa a se recuperar quase imediatamente. Vejamos algumas mudanças benéficas associadas à saúde do coração - dados baseados em estudos realizados por institutos e organizações de saúde, como a OMS, INCA, CDC (Centers for Disease Control and Prevention/EUA) e a American Heart Association (EUA):
- Em 20 minutos, a pressão arterial e a frequência cardíaca começam a normalizar;
- Após 2 horas, não há mais nicotina circulando no sangue;
- Depois de 8 horas, o nível de oxigênio no sangue volta ao normal;
- Em 24 horas, o risco de um ataque cardíaco já começa a diminuir;
- Entre 12 a 24 horas após o último cigarro, os pulmões já funcionam melhor;
- Após 3 semanas, a respiração tende a se tornar mais fácil e a circulação do sangue melhora;
- Depois de 1 ano, o risco de morte por infarto cai pela metade;
- Em cerca de 10 anos após abandonar o vício, as chances de doenças cardiovasculares tornam-se semelhantes ao de uma pessoa que nunca fumou.
Esses são apenas alguns exemplos do impacto positivo de largar o cigarro, especialmente no que diz respeito ao sistema cardiovascular. Ao dar esse passo, o ex-fumante protege não apenas o coração, mas também tem a chance de conquistar um envelhecimento mais ativo e saudável.
Cuidado com as trocas equivocadas
Outro ponto que é importante destacar: há uma falsa ilusão de que o cigarro eletrônico pode ajudar o fumante a largar o vício, o que, em geral não acontece. Aliás, não há comprovação científica a respeito da eficácia da utilização desses dispositivos como instrumento para parar de fumar.
Com os estudos que estão sendo realizados mundialmente ao longo dos últimos anos, o que se sabe é que os vapes que satisfazem os fumantes são na verdade aqueles que contêm alta concentração de nicotina. Portanto, trocar o cigarro tradicional pelo eletrônico não elimina os impactos negativos sobre o sistema cardiovascular.
Então por onde começar?
Dados do Instituto Nacional de Câncer indicam que a nicotina tem efeitos semelhantes ao da cocaína, heroína e do álcool no sistema nervoso, com a diferença de que ela precisa de 7 a 19 segundos para chegar ao cérebro. Assim, ao parar de fumar, as horas que se seguem podem ser bem desafiadoras.
Entre os possíveis sintomas da abstinência da nicotina, os mais comuns são: dores de cabeça, tonturas, irritabilidade, agressividade, alterações do sono, dificuldade de concentração, tosse, indisposição gástrica, aumento do apetite e do peso corporal e constipação. A tendência é que eles se manifestem por até 4 semanas.
Largar o cigarro parece um desafio grande, mas com planejamento e ajuda, é possível. A recomendação é buscar apoio entre amigos, familiares e profissionais de saúde. Além disso, programas antitabagismo podem ser grandes aliados.
O Ministério da Saúde possui um Programa Nacional de Controle do Tabagismo, e oferece tratamento gratuito àqueles que desejam parar de fumar. O site do INCA contém uma vasta base de dados e recursos. Há ainda alguns programas online acessíveis oferecidos por alguns hospitais e convênios.
Ano novo, vida nova
Começar o ano deixando o cigarro para trás é um presente dado a si mesmo. Além de melhorar a saúde cardiovascular, logo será possível perceber também benefícios na respiração, mais energia e uma maior sensação de bem-estar. Este pode ser o primeiro passo para um ano mais saudável. Que tal fazer essa escolha hoje? Seu coração, sua família e seu futuro agradecem!
Para cuidar da saúde é preciso planejamento. Com o Programa ViverMais é possível focar na saúde e no bem-estar. Os associados contam com atendimento 24 horas para emergências, análise de sintomas e outros tipos de consultas por telefone ou vídeo chamada.
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