Viver mais de 100 anos é algo cada vez mais possível. Aliás, quanto mais jovem alguém for agora, maiores as chances de se tornar centenário. Se em 1820, a expectativa não chegava a 40 anos, uma criança nascida em 2014 já tem 50% de chances de chegar até os 104 anos. Esses dados são citados pelo Dr. Cláudio Ambrósio, referência em endocrinologia e alergologia, e autor do livro “E se você viver mais de 100 anos?”, da editora Gente. 

No livro, o Dr. Cláudio expõe uma série de questionamentos considerando a longevidade do ser humano. Sua preocupação maior é com a forma como iremos envelhecer. Ele cita Oscar Niemeyer, por exemplo, que até os 103 anos ia trabalhar diariamente em seu escritório em Copacabana. Além de Mick Jagger e Paul McCartney, oitentões com uma vivacidade invejada por muitos jovens. E você, como pretende chegar aos 100 anos?

“Seu organismo tem recursos extraordinários de resiliência e recuperação. Está propenso a reciclar-se sempre que você o tratar bem, o tratar exatamente da maneira que ele precisa”, diz o autor. “Quanto mais você aproximar seu corpo das condições originais de alimentação e esforços físicos que o moldaram e definiram seu genoma, mais você estará aproximando-se dessa fonte de juventude interna que todo corpo tem”, explica ele no livro. 

Amigos caminhando para chegar bem aos 100 anosFoto: Seventy Four/ Shutterstock

Como chegar bem aos 100 anos?

Quem quiser chegar bem aos 100 anos precisa estar atento a alguns pontos importantes citados pelo Dr. Cláudio como ferramentas para a longevidade. O primeiro deles é o metabolismo. Ele explica que não existe uma fórmula única de dieta alimentar para todos os seres humanos. 

“Cada pessoa é diferente e cada organismo reage de uma forma diferente a um mesmo tipo de nutriente. E isso tem a ver com genética, com DNA, e com o ambiente e a cultura ancestral daquela pessoa, que o levaram à sua conformação genética”. 

Segundo o autor,é importante entender que os nossos antepassados não apenas tinham uma alimentação de extrema riqueza, como tinham que manter-se em movimento perpétuo, lutando sempre para caçar ou recolher nas matas e pradarias o que podia servir ao sustento. É preciso, portanto, estar atento à alimentação, buscando auxílio profissional, se for o caso, para entender qual a melhor forma de nutrição para cada organismo. 

Além disso, manter-se em movimento é essencial para quem deseja chegar bem aos 100 anos. “Hoje, o maior esforço que precisamos fazer para coletar alimentos é carregar algumas sacolas de supermercado elevador acima ou afastar a garrafa de refrigerante dentro da geladeira”, observa ele.

Hormônios,  sobrepeso e falta de movimento

No livro “E se você viver mais de 100 anos?”, o Dr. Cláudio Ambrósio também trata da questão hormonal, tão importante ao longo da vida. Para a mulher, a menopausa é a fase onde ela “cai num abismo e começa a passar mal”. Ele explica que, neste período, a mulher precisa ser cuidada e respeitada. No campo médico, a terapia de reposição hormonal aparece como uma boa alternativa para reduzir os efeitos negativos e os intensos sofrimentos. Já no homem, a fase da andropausa é mais lenta e pouco perceptível, de forma com que ele costuma se preocupar apenas quando a qualidade da saúde já piorou bastante. É preciso buscar ajuda antes que isso aconteça.

Outro ponto importante citado no livro é a questão do sobrepeso. As tendências mostram que no ano de 2030, esta será a condição de 85% dos norte-americanos e de 65% dos brasileiros. “Num país onde 7 a cada 10 habitantes terão excesso de peso, as pessoas na faixa de peso saudável se tornarão a exceção”. 

O autor cita o Japão como um exemplo a ser seguido em termos de alimentação saudável e controle do peso. “Japoneses costumam cozinhar usando muito pouca gordura ou óleo. Outra coisa, eles não têm o hábito de comer sobremesa depois do almoço ou jantar”, explica. Os bons hábitos fazem com que apenas 3,6% da população do país seja obesa.

O sedentarismo também é um problema a ser tratado por quem deseja chegar bem aos 100 anos. O autor pede para que cada um de nós avalie quanto tempo passa sentado por dia. “A cadeira é uma grande inimiga da saúde. Nós, hoje, somos cadeira-dependentes”, diz ele. 

Como a ciência pode ajudar na longevidade

No livro, o autor também cita avanços científicos que podem ajudar alguém a chegar até os 100 anos. Entre eles, células-tronco e nanotecnologia. 

As nanopartículas, por exemplo, são usadas no diagnóstico precoce de câncer e de doenças neurodegenerativas. “Outro uso importante é a construção de sistemas idênticos aos da natureza. Os biomateriais nano são usados na conformação de componentes como vasos sanguíneos, pele, retina e outros órgãos artificiais, curativos inteligentes e sistemas de distribuição de medicamentos que podem ser implantados sob a pele”. 

Outro ponto citado que merece atenção são as novas formas farmacêuticas que tornam a administração dos medicamentos mais eficiente. Entre elas, o gel transdérmico, adesivos e implantes. 

A telemedicina,a robótica e aos diagnósticos realizados com o uso de inteligência artificial também podem nos ajudar a viver mais. “Como a escolha do tratamento certo depende sempre de um diagnóstico muito exato, pode-se dizer que, ao contrário do que as pessoas em geral acreditam, na verdade quem salva vidas é o diagnóstico em primeiro lugar”, diz o Dr. Ambrósio.

Ele explica que a medicina do futuro é uma medicina personalizada, que exige predição, diagnóstico e prevenção precoce de doenças. Dessa forma, cuidados pessoais aliados às possibilidades trazidas pela ciência tendem a proporcionar muito mais possibilidades para que possamos chegar e viver bem além dos 100 anos. 


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