Aos olhos da Psicologia, a autoestima é uma avaliação subjetiva que realizamos de nós mesmos como sendo intrinsecamente positiva ou negativa em algum grau, envolvendo também crenças e emoções autossignificantes associadas. Confuso, não é mesmo?

O termo também causa muitas dúvidas quando analisado sob a ótica do Novo Acordo Ortográfico da língua portuguesa, que passou a vigorar em 2013 causando muita confusão na vida dos brasileiros. Autoestima, auto estima ou auto-estima, qual a grafia correta?

Antes escrita com hífen, a palavra agora passou a ser junta: autoestima. De acordo com o VOLP (Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa), editado pela Academia Brasileira de Letras, a regra é clara: “nos casos em que o prefixo ou o falso prefixo termina em vogal e o segundo elemento começa por vogal diferente daquela, as duas formas aglutinam-se, sem hífen, como já sucede igualmente no vocabulário científico e técnico”.


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Chave para o sucesso ou fracasso de uma pessoa, a autoestima possui dois componentes: o sentimento de competência pessoal e o sentimento de valor pessoal. Trocando em miúdos, é a soma da nossa autoconfiança com o nosso autorrespeito. Ter uma autoestima elevada significa sentir-se competente e merecedor, confiante. Ter uma autoestima baixa significa inadequação à vida, como um estranho no ninho.

Valéria Daumas é psicóloga e Gestalt-terapeuta, especializada em atendimento a grupos e casais. Ela conta que a autoestima de uma pessoa está cercada pelo modo como ela interage com determinados aspectos. “É a forma como ela lida com valores, cultura, crença, a criação e a educação que recebeu, as experiências anteriores que teve da vida. Esses valores são determinantes para o desenvolvimento da personalidade de uma pessoa”, explica.

Para a especialista, quem recebeu uma criação muito pautada em subordinação, em pouca valorização e quase nenhuma diversão, que não desenvolveu minimamente um senso crítico nem compartilhou frustrações, e que tiveram uma educação muito fechada e machista, são mais propensas a desenvolver uma baixa autoestima.

O tratamento está no conhecimento

“Entendo que o tratamento está em conhecer-se melhor, em ser verdadeiro consigo mesmo. É aceitar que as pessoas são diferentes e nos aceitar do jeito que somos, cada um com suas qualidades e com seus defeitos, valorizando as qualidades e aceitando os defeitos. Este é um bom passo para sair da baixa autoestima”, destaca Valéria.

Ela lembra que a mulher passa por alguns processos especiais, e o maior de todos certamente é a menopausa, quando há uma baixa significativa de estrogênio, diminuindo a libido e a elasticidade da pele, causando também ressecamento e tantos outros fatores que podem fazer com que as mulheres se sintam prejudicadas, inclusive com baixa autoestima.

Já no homem, os fatores costumam ser um pouco mais suaves. “Eu tenho percebido que a perda do emprego tem sido um fator muito importante na baixa autoestima masculina. É necessário que os homens sejam mais comunicativos, consigam dialogar mais com as pessoas que eles confiam e que quebrem alguns tabus, por exemplo, sobre terapia”. Valéria conta que a maioria dos homens ainda acha que terapia é bobagem, coisa de mulher e com isso, muitos deles estão perdendo qualidade de vida. “Quando bate a baixa autoestima, a melhora vem somente com ajuda terapêutica e, algumas vezes, medicamentosa, com a consulta de um médico psiquiatra”, afirma a especialista.

Como manter a autoestima em alta

Para Valéria Daumas, depois do autoconhecimento, é preciso entender que o passado não tem volta, e que podemos somente mudar o futuro. Ela explica que é preciso se reatualizar, ressignificar muitas coisas e olhar pra frente, viver o agora.

“As pessoas precisam se responsabilizar por seus problemas e questões, mas somente os seus, não os dos outros. Cada um que carregue as suas questões e as resolva da melhor forma possível”, conclui a especialista.

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