Na tentativa de relacionar o declínio cognitivo em pessoas idosas com fatores de risco, pesquisadores da Ohio State University publicaram o estudo mais recente sobre o assunto, em fevereiro. Realizado com norte-americanos, o objetivo da pesquisa foi buscar modelos estatísticos que ajudassem em ações preventivas mais eficazes. 

O estudo pontua que “estima-se que o número de indivíduos com demência aumente para 131,5 milhões em 2050”. Ao reconhecer que a população idosa no mundo está em crescimento, discutir e pesquisar sobre problemas relacionados à doenças degenerativas se torna cada vez mais necessário. 

Entre um dos destaques da pesquisa, está o cuidado com a saúde como uma forma de prevenção de doenças cognitivas.

Milhares de pessoas idosas passam por algum tipo de declínio cognitivo ao envelhecer, nos Estados Unidos. Porém, somente 41% podem ser diagnosticados como demência, como as doenças de Alzheimer ou por corpos de Lewy. Mesmo que pesquisas antigas identificassem motivos para o quadro, seu impacto permanecia pouco claro.

No estudo, 7.068 pessoas nascidas entre 1931 e 1941 foram analisadas. Eles já participavam de um grande projeto longitudinal, o Health and Retirement Study. A capacidade mental dos analisados foi regularmente avaliada entre 1996 e 2016. Ainda, informações que abrangiam condições de saúde e socioeconômicas ao hábito de se exercitar foram coletadas.
Um grupo de pessoas idosas indo fazer exercício físcio, em um parque. Ato todo são duas mulheres e dois homens e todos carregam tapetes de exercícios. Imagem para ilustrar a matéria sobre declínio cognitivo.

Crédito: LightField Studios/shutterstock

Declínio cognitivo e acuidade mental

Quais fatores podem impactar quadros de declínio cognitivo ao envelhecer?

Na pesquisa, os participantes recebiam pontuações por suas funções cognitivas. Ao todo,  os chamados “fatores de risco” respondiam por 38% da variação de pontuação, aos 54 anos dos analisados.

A educação pessoal foi um dos fatores mais importantes, com 25% de influência na variação. Seguido por etnia, renda, ocupação e depressão. Fatores relacionados à saúde, condições na infância, gênero, estado civil e religião representaram menos de 5%. 

A pesquisa, divulgada na revista científica “PLOS One”, mesmo que não traga respostas definitivas, destaca diversos pontos importantes. Por exemplo, questões socioeconômicas e de qualidade de vida influenciam para a maior probabilidade de desenvolver declínio cognitivo.

Fatores como tabagismo, transtornos depressivos, diabetes, por exemplo, estão associados a mais declínio. Por outro lado, uma melhor saúde física, atividade física, alimentação equilibrada e treinamento cognitivo são fatores de proteção.

Atividade física está relacionada a uma melhora no declínio cognitivo?

Segundo a pesquisa divulgada pelo “Journal of Epidemiology and Community Health”, 58% das pessoas com baixo nível de escolaridade e instabilidade econômica, na faixa dos 30 anos, desenvolviam algum tipo de distúrbio por volta dos 52 anos.

Assim como no estudo citado acima, essa pesquisa mostra que a atividade física está diretamente associada ao melhor funcionamento do cérebro durante o envelhecimento. 

Outro estudo, divulgado pelo “Journal of Neurology, Neurosurgery and Psychiatry” destacou que uma rotina de treinos ajuda a preservar a acuidade mental. Os pesquisadores se baseiam no monitoramento de 1.417 britânicos nascidos em 1946, relacionando os testes cognitivos realizados quando eles tinham 69 anos com os relatos sobre atividade física aos 36, 43, 53, 60 a 64 e 69 anos. 

A pontuação variava de zero (sedentário em todas as idades) a cinco (ativo ao longo desse tempo). O estudo mostrou que os adeptos dos exercícios se saíram melhor na avaliação.



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