Solidão ou solitude? No dicionário, as palavras se apresentam como sinônimos. E são, mas só até determinado ponto.
O “estado de quem se acha ou se sente desacompanhado ou só”, como registra o Grande Dicionário Houaiss, é o que nivela os dois conceitos. Mas que estados são esses?
Na solidão, ele pode envolver tristeza, necessidade de aceitação e desejo de preencher uma carência. “Nesse caso, as pessoas precisam de outras para estar bem”, esclarece o psicólogo e especialista em constelação sistêmica Roberto Debski.
“É o sofrimento de estar sozinho”, acrescenta a psicóloga Yris Monalizza de Souza, consultora de relacionamento do site Amor&Classe. Segundo ela, além de ser algo dolorido, envolve sentir-se mal e estar desgastado.
Solitude, por outro lado, tem a ver com prazer e satisfação de estar consigo mesmo. “É um tempo para aprofundamento, conexão e aproveitar nossa própria companhia”, diz ela.
Solidão ou solitude: como descobrir
É preciso ter uma dose de autoconhecimento para identificar se o estado em questão é solidão ou solitude, sinaliza Debski. “Muitas pessoas não conseguem perceber”, diz ele.
Há, no entanto, alguns pensamentos característicos, que podem ajudar a distinguir entre um e outro.
Na solidão, eles seguem essa linha:
- Não consigo ficar só;
- Fico triste quando estou só;
- Qual é a graça de estar só;
- Como posso me distrair se não tem ninguém por perto;
- Preciso de gente ao meu redor.
Na solitude, os pensamentos são mais parecidos com:
- Adoro tirar um tempo para mim;
- Preciso ficar só de vez em quando para recarregar as energias;
- Quando estou só, me sinto bem;
- Estar só é prazeroso;
- Aproveito cada minuto quando estou só.
Crédito: Yavdat/Shutterstock
Solitude ou solidão: prós e contras
Há pontos positivos e negativos em ambas, segundo Yris. Na solitude, o lado bom é mais óbvio: é um momento prazeroso, de bem-estar. Mas, diz ela, a solidão também tem seus benefícios. “O sofrimento é importante para potencializar a nossa vontade de melhorar”, assinala ela.
Quanto aos riscos, segundo a psicóloga, existe um na solitude. Por mais que seja um período de aprendizado, autoconhecimento e completude, é preciso saber dosar para não se fechar para os laços – amorosos, de amizade, familiares e profissionais, entre outros.
Na solidão, a pessoa terá de investigar o que causa esse sofrimento – falta de amor próprio? Medo? Carência? Necessidade de aceitação ou de preencher um vazio? Para isso, Debski sinaliza algumas possibilidades: acompanhamento psicológico, psicoterapia ou constelação familiar. “É importante entender a origem dos problemas, porque eles podem impactar os relacionamentos em todos os níveis”, reforça o psicólogo.
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