Já se perguntou se você está pronto para envelhecer? A vida muitas vezes passa sem nos darmos conta, em modo automático. É geralmente quando nos deparamos com esse tipo de questionamento que paramos para refletir sobre o nosso processo de envelhecimento e o que temos feito em relação a ele.
Mudar hábitos e deixar para trás o que não faz bem, manter-se ativo intelectual e fisicamente, colocar antigos planos e projetos em prática, investir em atividades sociais e culturais, exigir direitos e espaço na sociedade. Tudo isso faz parte do que a Organização Mundial da Saúde (OMS) chama de “envelhecimento ativo”.
O termo passou a ser usado para expressar essa busca por otimização de oportunidades em alguns pilares, como saúde, participação social, aprendizado contínuo e segurança, com o objetivo de melhorar a qualidade de vida e oferecer mais bem-estar físico e mental à medida que as pessoas ficam mais velhas. Esse conceito reconhece que o envelhecimento não é apenas um processo biológico, mas também influenciado por fatores sociais, psicológicos e ambientais.
A ideia por trás do envelhecimento ativo é que, ao adotar um estilo de vida equilibrado e participativo, seja possível desfrutar de uma vida mais plena e envelhecer de maneira saudável e satisfatória. A proposta é incentivar as pessoas para que percebam o seu potencial, mantenham sua independência mesmo quando atingirem a maturidade e procurem uma vida mais engajada e significativa ao longo do tempo, ao invés de simplesmente se concentrar na quantidade de anos vívidos.
Como colocar isso em prática?
O fato é que não existe fórmula mágica para envelhecer bem. O envelhecimento é dinâmico e individual. Cada processo é único. Como vimos, muitos fatores influenciam. Alguns não estão sob nosso controle, em outros, contudo, é possível interferir. Vejamos alguns exemplos:
• Ter os exercícios físicos como parte da rotina
Evidências científicas apontam que as pessoas que se exercitam regularmente não apenas vivem mais, mas também podem viver melhor. Isso quer dizer: desfrutar de mais anos de vida com independência, sem dor ou incapacidade para as atividades cotidianas.
A prática regular de exercícios ajuda a manter a força e a massa muscular, flexibilidade e equilíbrio, além de contribuir para a saúde dos ossos e prevenção e controle de fatores de risco que interferem no sistema cardiovascular, como diabetes, hipertensão, colesterol elevado e obesidade. Atua ainda no alívio do estresse e promoção da sensação de bem-estar.
• Manter-se ativo e produtivo
E quando falamos em manter-se ativo, é preciso ir além do físico para destacar a importância do intelecto. Isso porque a cognição - ou seja, a capacidade de pensar, aprender e lembrar com clareza - muda à medida que envelhecemos. Com o passar dos anos, a velocidade com que processamos informações, a aquisição de conhecimento e compreensão tendem a diminuir. Tarefas que exigem raciocínio rápido e a tomada de decisões podem ser afetadas.
Por isso, manter esse estímulo ao longo da vida é fundamental. A ideia é nunca parar de aprender e estar aberto a novas experiências, habilidades, hobbies e aprendizados. O conhecimento é a chave não somente para a empregabilidade, mas para o bem-estar. Cursos, workshops e leituras podem ser formas eficazes de estimular a mente.
• Estar atento aos relacionamentos sociais
As relações e o ambiente em que vivemos interferem da mesma forma na manutenção da saúde. À medida que as pessoas envelhecem, certas mudanças e aspectos, a exemplo da redução de audição e visão, danos na memória, dificuldades de locomoção, doenças crônicas e perda de familiares e amigos, podem dificultar a manutenção de conexões sociais, aumentando a probabilidade de os adultos mais velhos ficarem socialmente isolados ou se sentirem solitários.
Estudos recentes apontam que nesses casos crescem as chances do surgimento ou agravamento de doenças cardíacas, quadros de depressão e declínio cognitivo. Assim, manter essas conexões, interagir regularmente com amigos, familiares e comunidade pode proporcionar apoio emocional e reduzir a sensação de estar sozinho. O vínculo e o afeto têm o poder de evitar ou minimizar patologias físicas e mentais. Além disso, o engajamento em causas sociais, cívicas, recreativas, culturais, intelectuais ajuda a gerar o sentimento de realização, propósito e pertencimento.
• Cuidar da mente
A saúde mental de alguma forma afeta a maneira como pensamos, sentimos, agimos, fazemos escolhas e nos relacionamos com os outros. A depressão, por exemplo, é uma das doenças mais comuns nos idosos. Uma situação grave e incapacitante, que interfere no cotidiano e está frequentemente associada ao isolamento e sentimento de tristeza profunda e prolongada, ansiedade, impotência, fadiga, alterações no sono e perda de interesse em coisas antes prazerosas.
Quando sentimos depressão, ansiedade ou estresse constante, o ritmo cardíaco e pressão arterial aumentam, há um fluxo sanguíneo reduzido para o coração e o corpo produz níveis mais altos de adrenalina e cortisol. Tudo isso acaba obrigando o coração a trabalhar mais. Quando mantido por um período longo e constante, o cenário pode gerar efeitos capazes de desencadear uma crise hipertensiva, arritmias, doença arterial coronária e até um infarto.
• Ser otimista
Embora diferente da depressão, um distúrbio reconhecidamente grave, as alterações de humor também influenciam no processo de envelhecimento. As crenças negativas tendem a aumentar os resultados indesejáveis para a saúde. Enquanto isso, pessoas que conseguem ver o lado bom das coisas têm probabilidade de ter uma vida mais longa e com qualidade.
Ter uma mente positiva estimula comportamentos saudáveis. Estudos apontam que os otimistas são geralmente pessoas fisicamente ativas, que se preocupam mais com aquilo que colocam no prato, são menos propensos a fumar e conseguem lidar melhor com o estresse. Quem no geral mantém os pensamentos positivos diante dos fatos também apresenta uma melhor adesão aos tratamentos de doenças crônicas e a recuperação de cirurgias e eventos cardíacos.
Crédito: Ground Picture/Shutterstock
• Estar de olho na alimentação desde cedo
O que colocamos no prato ao longo de toda a nossa vida influencia na forma como chegaremos à velhice. A comida interfere, entre outros pontos, na formação das massas óssea e muscular, além de estar diretamente relacionada com o surgimento e a prevenção de problemas como obesidade, colesterol, hipertensão e diabetes.
Por isso, mais do que enfatizar só a importância de uma alimentação balanceada e rica em vitaminas, é preciso pontuar a necessidade da regularidade das refeições, em comer devagar e prestar atenção naquilo que é ingerido e evitar excessos. No que diz respeito a um coração mais saudável, é preciso ainda estar atento à quantidade de sal, ao consumo de gorduras saturadas e trans, açúcares simples, alimentos industrializados e processados. A hidratação adequada também é imprescindível.
• Dormir bem é fundamental
Embora os idosos precisem das mesmas sete a nove horas de sono que todos os adultos, muitos indivíduos mais velhos não dormem o suficiente. Doenças, dores crônicas, o uso de certos medicamentos, quadros de ansiedade e depressão são apontados como alguns dos principais aspectos que dificultam um sono de qualidade. E uma pessoa que tem dificuldade para relaxar, dorme poucas horas por noite ou sofre com insônia, não tem um sono reparador, ampliando a possibilidade de fadiga, estresse, irritação, quedas e acidentes, entre outras complicações graves.
O sono tem como finalidade oferecer recuperação ao corpo - e consequentemente ao coração. Durante o período em que estamos dormindo o organismo entra em estado de compensação de energia. Há diminuição do ritmo cardíaco e redução da pressão arterial. Dormir bem está associado a taxas mais baixas de resistência à insulina, obesidade e doenças cardíacas.
• A busca por melhores hábitos
Não importa a idade ou há quanto tempo fuma. Pesquisas afirmam que, mesmo que você tenha 60 anos ou mais e fume há décadas, parar de fumar melhorará sua saúde. Estatísticas apontam que um ano após abandonar o hábito, o risco de desenvolver doenças cardiovasculares é reduzido pela metade.
O cigarro faz com que as artérias fiquem mais vulneráveis ao acúmulo de placas de gordura, que por sua vez favorecem a formação de coágulos. Quando isso ocorre, a passagem do sangue fica comprometida, o que pode desencadear um infarto ou acidente vascular cerebral. O ato de fumar exerce também interferência no mecanismo de contração e relaxamento do coração, prejudicando a circulação sanguínea. Além disso, acelera o ritmo dos batimentos e aumenta a pressão.
Quando abordamos a questão dos hábitos, vale ainda dar destaque ao álcool. A dependência ou o consumo excessivo de bebidas alcoólicas afeta de alguma maneira todos os órgãos do corpo - incluindo o coração - e traz prejuízos à saúde de modo geral. Talvez hoje você não sinta nada, mas o efeito adverso na estrutura e função cardíaca da ingestão acentuada desse tipo de bebida, por um período prolongado, podem vir à tona com os passar dos anos.
Quando você pensa no tempo que ainda tem pela frente, o que espera dos seus próximos anos?
Para essa pergunta não há resposta certa, definitiva e nem mesmo uma resposta única. Como vimos, mudanças ao longo da vida podem fazer muita diferença mais para frente. Por isso, investir nesses fatores que podemos alterar ou controlar é tão importante. Lembrando que eles atuam juntos e devem ser considerados igualmente relevantes, assim como outros pontos que compõem nosso processo de envelhecimento. Envelhecer bem não significa apenas aumentar a longevidade, mas a qualidade desses anos de vida.
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