O Instituto Amazônia – Estética, Saúde e Bem-Estar acaba de anunciar seu mais novo curso gratuito: o Transcuidadorxs, voltado para pessoas trans, transexuais e travestis que desejam ter uma formação de Cuidadoras de Idosos.
Com isso, o Instituto pretende contribuir para a solução de duas questões bastante atuais em nossa sociedade: o da falta de oportunidades de trabalho para a população trans, que sofre com a homofobia, e o do aumento da população idosa no país, necessitando cada vez mais de profissionais capacitados.
Um dos coordenadores do projeto é o cirurgião plástico Madson Douglas de Sousa. Ele conta que a ideia inicial era abrir uma única turma com 15 ou 20 lugares. Mas, devido ao grande número de pessoas que se mostraram interessadas no curso, serão abertas duas turmas com 20 alunos cada: uma às sextas e outra aos sábados, ambas com 8 encontros presenciais de 10h de duração cada, somando 80 horas/aula. As turmas terão início nos dias 1º e 2º de fevereiro, respectivamente. Não há mais vagas.
“Nesse primeiro momento, pensamos também em capacitar os alunos no sentido do empreendedorismo, ou seja, eles se articularem e formarem uma cooperativa ou associação para que possam gerir a apresentação deles no mercado de trabalho, público ou privado”, acrescentou Madson.
Também está prevista a realização de algumas visitas técnicas a instituições de longa permanência para idosos. Ao final, os participantes estarão habilitados para atuarem na prestação de cuidados de saúde e assistência social a pessoas idosas com diferentes graus de dependência e necessidade.
"É um público que está querendo ter uma formação técnica de qualidade, que está ávido por trabalhar com pessoas idosas”
Surpreso com o sucesso do projeto, Madson conta que recentemente receberam ligações de ONGs e de outros projetos propondo parcerias e cedendo espaços físicos para a realização de novos cursos. “Todos ficamos muito surpresos com a receptividade e principalmente com a carência que os alunos que nos procuraram demonstraram. É um público que está querendo ter uma formação técnica de qualidade, que está ávido por trabalhar com pessoas idosas”, afirmou o coordenador.
“No processo de entrevista, quando perguntamos o que mais causava identificação com a profissão de cuidador, a maior parte nos respondeu que era a possibilidade de doar tempo, amor, respeito e carinho para quem precisa”, comentou o médico, emocionado. “Quando você lida com uma população de homossexuais e travestis, que são vítimas de violência, preconceito e intolerância, e mesmo assim eles desenvolvem uma capacidade de resiliência, de absorver aquele impacto e transformar em uma coisa positiva, isso é empolgante e muito gratificante”, concluiu.