Uma demissão inesperada após os 50 anos pode causa um sequela muito grande. Por isso, blindar as finanças se torna essencial para lidar com situações de imprevistos financeiros. Especialistas explicam como lidar com o impacto da perda de renda, reorganizar o orçamento e evitar erros que podem comprometer o futuro financeiro. Até porque, o desafio é grande. É necessário pagar as contas, manter o fôlego financeiro e, ao mesmo tempo, enfrentar um mercado de trabalho cada vez mais competitivo.
Nos Estados Unidos, quase 900 mil trabalhadores do setor privado foram demitidos apenas em 2025. O número já superou todo o volume de desligamentos de 2024, segundo dados oficiais. Muitos desses profissionais estão em final de carreira, mas não têm condições de se aposentar. A recolocação, em geral, leva meses e exige disciplina financeira.
A importância de se preparar para o pior
A experiência de Marla J. Hetzel, de 55 anos, divulgada pelo Estadão, mostra a importância de se preparar. Ela percebeu sinais de risco na empresa em que atuava e passou a rever hábitos de consumo com o marido. “Estávamos nos educando sobre para onde nosso dinheiro estava indo e refletindo sobre nossos comportamentos para que pudéssemos estar prontos para modificá-los se fôssemos forçados a isso”, disse Hetzel, que mora em Myrtle Beach, Carolina do Sul (EUA). Em maio, ela foi demitida, confirmando suas suspeitas.
De acordo com o Bureau of Labor Statistics, em agosto foram criados apenas 22 mil postos de trabalho. A taxa de desemprego subiu para 4,3%. Para quem perde a vaga após os 50 anos, o cenário reforça a necessidade de blindar as finanças e reorganizar prioridades.
Christopher L. Stroup, fundador da Silicon Beach Financial, destaca que o foco deixa de ser a construção da aposentadoria e passa a ser o fluxo de caixa para cobrir despesas imediatas. “Seu primeiro passo deve ser descobrir como usar o dinheiro que você tem como uma ponte para pagar despesas de vida enquanto procura um emprego”, disse o especialista.
Crédito: Marcel Derweduwen/Shutterstock
Blindar as finanças começa pelo uso correto da rescisão
O primeiro passo para blindar as finanças é tratar a rescisão com responsabilidade. Para muitas pessoas, o valor pode ser o maior já recebido de uma só vez. O alerta é de Josh Andrews, diretor de conselhos na USAA. “Você pode se sentir rico, mas esse sentimento pode levar a problemas se houver falta de disciplina financeira”, afirmou.
Ele explica que o dinheiro deve ser usado para despesas básicas durante a busca por recolocação, e não para férias ou compras por impulso. O consultor financeiro David Haas lembra de um caso que ilustra os riscos. Ele conta que um colega gastou a rescisão em viagens e depois precisou retirar valores da aposentadoria, pagando altas penalidades e impostos.
“Felizmente, ele conseguiu encontrar um emprego até a época do pagamento dos impostos, mas ainda teve muita dificuldade para reconstruir suas economias para a aposentadoria nos seus 50 anos”, contou Haas.
Como evitar usar a aposentadoria antes da hora
Outro ponto essencial para blindar as finanças é não recorrer à aposentadoria de forma antecipada. Nos Estados Unidos, um terço dos trabalhadores retira o saldo do 401 mil ao deixar o emprego, segundo relatório da Vanguard. Esses saques, porém, geram perdas e penalidades.
Josh Andrews orienta usar primeiro a rescisão, o fundo de emergência e outras economias disponíveis. Em último caso, pode ser mais vantajoso vender ativos de investimentos tributáveis do que mexer na poupança para aposentadoria.
Pausar contribuições pode ser estratégico
Especialistas também concordam que não há problema em interromper temporariamente os aportes em planos de aposentadoria. Em períodos de desemprego, o essencial é garantir o pagamento das contas e manter a estabilidade familiar. “Se economizar para uma conta de aposentadoria ficar em segundo plano por um ano, é improvável que isso prejudique sua capacidade de se aposentar no futuro”, disse Stroup.
Manter disciplina, rever hábitos e tomar decisões racionais são atitudes que permitem blindar as finanças em momentos de incerteza. O desemprego após os 50 anos exige ajustes rápidos e escolhas conscientes para preservar segurança financeira até a recolocação.
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